Linguística histórica: diferenças entre revisões

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{{mais notas|data=fevereiro de 2016}}
'''Linguística histórica''' (ou '''linguística diacrônica''') é a disciplina [[linguística]] que estuda o desenvolvimento histórico de uma [[Língua natural|língua]] - como ela surgiu, quais línguas influenciaram sua estrutura e uso, as mudanças que sofreu ao longo do tempo e o porquê dessas mudanças, etc. Como tal, a linguística histórica ocupa um lugar destacado no estudo da [[diacronia|evolução diacrônica]] das línguas e a sua relação ou parentesco genético. Ao mesmo tempo, a Linguística Histórica se preocupa com a reconstrução de línguas antigas, mortas ou extintas. Nesse aspecto, ela pode se confundir com a [[Filologia]].<ref>[http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-ortografia/24/artigo178235-1.asp Linguística Histórica - O passado das línguas e as línguas do passado] {{Wayback|url=http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-ortografia/24/artigo178235-1.asp |date=20100729232618 }}, por Francisco Edmar Cialdine Arruda. Revista ''Língua Portuguesa'', ed. 24.</ref>
 
Segundo Souza a linguística histórica surgiu no século XIX, a partir do grande corpo de estudos genéticos construído na Europa, sobre as origens comuns e os desenvolvimentos históricos particulares de diferentes idiomas. Entretanto não é demais lembrar que o interesse pelas histórias das línguas é muito anterior ao século XIX. A linguística histórica constrói, a partir dos 1800, uma metodologia para estudar essas regularidades, permitindo categorizar e justificar a identidade genética e a evolução paralela de cada idioma em um grupo aparentado.
 
Os resultados da linguística histórica podem ser comparados frequentemente aos de outras disciplinas como a [[história]], a [[arqueologia]] ou a [[genética]]. Nos estudos interdisciplinares deste tipo pretende-se reconstruir a cronologia relativa a contatos entre [[Grupo étnico|povos]], rotas de expansão e influências culturais mútuas.
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* 2º O ''eixo das sucessões'', sobre os quais não se pode considerar mais do que uma coisa por vez, mas onde estão situadas todas as coisas do primeiro eixo com suas respectivas transformações." <ref>SAUSSURE, ''op.cit.'' p. 95.</ref>
 
Segundo o autor, é sincrônico "tudo quanto se relacione com o ''aspecto estático'' da nossa ciência; diacrônico tudo que diz respeito às ''evoluções''. Sincronia designa, portanto, "um estado da língua". Diacronia designa "uma fase de evolução".<ref>SAUSSURE, ''op.cit.'', p. 96</ref> Portanto, "a lingüística diacrônica estuda, não mais as relações entre os termos coexistentes de um estado de língua, mas entre termos sucessivos que se substituem uns aos outros no tempo".<ref>"Diacronia". In SAUSSURE, ''op.cit.''</ref> Segundo Borba (1972) em linguística, embora sincronia e diacronia sejam pontos de vista diferentes , eles não se opõem e a contribuição do estruturalismo (sincrônico) para a linguística histórica é de caráter metodológico.
 
Outra definição parecida para os estudos diacrônicos é a de Carlos Alberto Faraco, que define diacronia como “o estudo da história das línguas”:
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"Um conjunto de diferentes elaborações teóricas, que compartilham uma concepção [[imanência|imanentista]] da linguagem verbal (isto é, a linguagem assumida como um objeto autônomo, definido por relações puramente linguísticas, internas), concepção essa cujas coordenadas básicas encontram suas origens próximas no trabalho de Saussure, no início do [[século XX]]" (Faraco op. cit., p.&nbsp;98).
 
O [[estruturalismo]] foi permeando várias outras ciências e seu método foi dando vários frutos. Um dos maiores expoentes do estruturalismo foi, sem dúvida, o [[antropólogo]] francês [[Claude Lévi-Strauss]]. O método estruturalista consiste em se desmontar o objeto recortado e remontá-lo, visando entender suas relação internas, as leis ou regras que regem a sua constituição e o seu funcionamento. Assim sendo, temos na lingüística as grandes [[dicotomia]]s saussurianas, que servem, antes de tudo, para delimitar corretamente o objeto e abordá-lo sob essa perspectiva, desmontando-o entre essas dicotomias e posteriormente montando-o mais uma vez. Borda (1972) vem dizer que por ser estruturante, está sempre em busca de equilíbrio, isto é, procura reajustar-se ás necessidades de comunicação do grupo. Tais adaptações se fazem já por nova análise da experiência e consequente reorganização, já por criações novas. Fazendo uso desse cabedal conceitual, Émile Benveniste analisa separadamente os termos que derivaram de ''pecu'', apresentando primeiramente o termo ''pecunia'', e em seguida uma análise do termo ''peculium'':
 
# ''Pecunia'': Benveniste afirma que se o derivado pecunia significa exclusivamente fortuna, dinheiro, é porque o termo de base ''pecu'' se remete somente a um [[Valor (economia)|valor econômico]], e significa "posse móvel". Somente desta forma é que ''pecúnia'' adquire um sentido constante na história. O autor diz ainda que a errônea interpretação desses termos deve-se às noções inexatas que foram transpostas pelos primeiros latinos e, posteriormente, à "ingênua tradução" de ''pecunia'' como "riqueza em gado", feita pelos modernos.