Homossexualidade: diferenças entre revisões
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A palavra ''homossexual'' é um híbrido do {{ling|el|}} e do {{ling|la|}} com o primeiro elemento derivado do grego ''homos'', 'mesmo' (não relacionado com o latim ''homo'', 'homem', como em ''Homo sapiens''), conotando portanto, atos sexuais e afetivos entre membros do mesmo sexo, incluindo o [[lesbianismo]].<ref>{{citar web|url=http://www.drama.uwaterloo.ca/Gross%20Indecency/homosexuality_word.shtml|titulo=Etymology of Homosexuality|data=|acessodata=7 de setembro de 2007|publicado=University of Waterloo|ultimo=|primeiro=|arquivourl=https://archive.today/20070807004756/http://www.drama.uwaterloo.ca/Gross%20Indecency/homosexuality_word.shtml|arquivodata=2007-08-07|urlmorta=no}}</ref> A palavra ''[[gay]]'' geralmente se refere à homossexualidade masculina, mas pode ser usada em um sentido mais amplo para se referir a todas as pessoas [[LGBT]]. No contexto da sexualidade, ''[[lésbica]]'' só se refere à homossexualidade feminina. A palavra ''"lésbica"'' é derivada do nome da [[Lista de ilhas da Grécia|ilha grega]] de [[Lesbos]], onde a [[poetisa]] [[Safo]] escreveu amplamente sobre o seu relacionamento emocional com mulheres jovens.{{Sfn|Johnson|2005|p=4}}<ref>{{Citar web|url=https://www.dictionary.com/browse/lesbian|titulo=The definition of lesbian|data=|acessodata=2019-01-13|obra=www.dictionary.com|publicado=Dictionary.com|ultimo=|primeiro=|lingua=en}}</ref> O adjetivo ''homossexual'' descreve comportamento, relacionamento, pessoas, orientação etc. A forma adjetiva significa literalmente "mesmo sexo", sendo um híbrido formado a partir de Grego ''homo''- (uma forma de ''homos'' "mesmo"), e "sexual" do [[latim medieval]] ''sexualis'' (do [[latim clássico]] ''sexus'').
Alguns especialistas recomendam evitar completamente o uso do termo ''homossexual'' devido a sua história clínica e porque a palavra se refere apenas a um tipo de comportamento sexual (em oposição aos sentimentos românticos) e, portanto, tem uma conotação negativa.<ref>{{Citar web|url=https://www.glaad.org/reference|titulo=GLAAD Media Reference Guide - 10th Edition|data=2011-08-25|acessodata=10-5-2007|obra=www.glaad.org|publicado=GLAAD|ultimo=|primeiro=|outros=(citando os guias de estilo da [[Agence France-Presse|AP]], [[NY Times]], [[Washington Post]])|lingua=en}}</ref> Há uma visão que afirma que o problema não seria o termo ''homossexualidade'', antes a [[palavra]] ''homossexualismo''. Especialistas em literatura psiquiátrica concordam em posicionar o surgimento do termo ''homossexualismo'' no século XIX, por volta da década de 1860 ou 1870, criado pelo discurso médico para identificar o sujeito homossexual.<ref>[[Michel Foucault|Foucalt]] (1982), [[Jeffrey Weeks|Weeks]] (2000), [[Jurandir Freire Costa|Costa]] (1992), [[Élisabeth Badinter|Badinter]] (1993), [[Annamarie Jagose|Jagose]] (1996) e [[Peter Fry|Fry]] (1982), como apontado por Mariana de Moura Coelho, "[http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/7161/1/2010_MarianadeMouraCoelho.pdf Sexualidades em questionamento: uma abordagem ''queer'' sobre Caio Fernando Abreu]", p.22 (ver bibliografia do documento para verificação das obras dos autores citados).</ref><ref>{{citar web|url=http://www.fazendogenero.ufsc.br/8/sts/ST40/Dayana_Brunetto_Carlin_dos_Santos_40.pdf|titulo=Sexualidades e gêneros: questões introdutória|data=|acessodata=13/1/2019|obra=Fazendo Gênero 8 - Corpo, Violência e Poder|publicado=UFSC|ultimo=Carlin dos Santos|primeiro=Dayana Brunetto|ano=2008|pagina=4}}</ref> Uma vez que o sufixo ''"ismo"'' é utilizado para referenciar posições [[Filosofia|filosóficas]], [[Ideologia|ideológicas]] e/ou científicas,<ref>{{Citar web | titulo= Alguns "ismos" das Ciências Sociais | url= http://www.culturabrasil.org/ismos.htm | data= 2007 | author= Januário Francisco Megale | acessodata= 11-11-2007 | arquivourl= https://web.archive.org/web/20070512133640/http://www.culturabrasil.org/ismos.htm# | arquivodata= 12-05-2007 | urlmorta= yes }}</ref> diversos psicólogos e outros afirmam que sua utilização é errônea e usada no passado como forma de associá-la a [[distúrbio mental]] ou [[doença]].<ref>{{citar periódico|ultimo=Melo Rezende|primeiro=Cecília Luíza de|ultimo2=Tartáglia|primeiro2=Cláudia Campolina|data=dezembro de 2010|titulo=O homoerotismo em Caio Fernando Abreu: um cenário de preconceito e violência em Terça-feira Gorda|url=|jornal=Revista FACEVV|local=Vila Velha|numero=5|pagina=31-39|acessodata=}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.pgletras.com.br/2007/dissertacoes/diss-iran.pdf|titulo=A Concepção da Homossexualidade em textos jornalísticos: uma análise crítica da transitividade verbal|data=2007|acessodata=|publicado=UFPE|ultimo=|primeiro=|autor=Iran Ferreira de Melo|local=Recife|pagina=18|wayb=20130514214255}}</ref>{{Sfn|DIAS|2004}}
[[Ficheiro:Homosexual.jpg|thumb|direita|Primeira menção do termo ''homossexual'', 1869, escrito por [[Karl Maria Kertbeny]].]]
A primeira aparição conhecida do termo ''homossexual'' na impressão foi encontrada em um panfleto de 1869, publicado anonimamente, pelo [[romancista]] [[alemães|alemão]] nascido na [[Áustria]], [[Karl-Maria Kertbeny]],<ref>{{citar web|url=http://www.gayhistory.com/rev2/events/1869b.htm|titulo=Kertbeny Coins "Homosexual"|data=1998|acessodata=7 de setembro de 2007|publicado=Gay History|ultimo=|primeiro=|wayb=19990818235501}}</ref> argumentando contra uma lei anti[[sodomia]] [[Reino da Prússia|prussiana]].
=== Outros termos ===
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=== África ===
Embora muitas vezes ignorada ou suprimida pelos exploradores europeus e colonialistas, a expressão homossexual na África nativa também esteve presente e tomou uma variedade de formas. Os antropólogos Stephen Murray e Will Roscoe relataram que mulheres do [[Lesoto]] envolviam-se em relações de "longo prazo e eróticas" chamadas ''motsoalle''.{{Sfn|Williams|2010|p=60}} [[E. E. Evans-Pritchard]], também registrou que guerreiros [[Zandes]] no norte do [[República Democrática do Congo|Congo]] rotineiramente assumiam jovens amantes do sexo masculino entre as idades de doze e vinte anos, que ajudavam com as tarefas domésticas e praticavam [[sexo intercrural]] com seus maridos mais velhos. A prática já havia morrido no início do [[século XX]], depois de os europeus conquistarem o controle de países africanos, mas foi relatada para Evans-Pritchard pelos anciões, com quem ele falou.
O primeiro registro de um casal homossexual na história é geralmente considerado o de [[Khnumhotep e Niankhkhnum]], um casal [[Antigo Egito|egípcio]] do sexo masculino, que viveu por volta de {{AC|2400|nl}} O par é retratado durante um [[beijo]], a mais íntima pose na [[Arte do Antigo Egito|arte egípcia]], rodeado pelo que parecem ser os seus herdeiros.<ref>Dowson, ''op.cit.'', pp.96ff.</ref>
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Hoje, os governos no [[Oriente Médio]], muitas vezes ignoram, negam a existência de, ou criminalizam a homossexualidade. A homossexualidade é ilegal em quase todos os países muçulmanos.<ref>{{Citar web|url=http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/middle_east/4725959.stm|título=Iran ’must stop youth executions’|data=28 de julho de 2005|acessodata=|publicado=BBC News|autor=Eke, Steven}}</ref> O então [[presidente do Irã|presidente iraniano]], [[Mahmoud Ahmadinejad]], durante o seu discurso em 2007 na [[Universidade de Colúmbia]], afirmou que não havia homossexuais no Irã. A maioria dos homossexuais que vivem neste país mantém a sua orientação sexual em segredo por medo de sanções ou rejeição do governo às suas famílias.<ref>{{Citar web |autor = Nazila, Fathi|título = Despite Denials, Gays Insist They Exist, if Quietly, in Iran|url=http://www.nytimes.com/2007/09/30/world/middleeast/30gays.html?_r=1&hp&oref=slogin|obra = [[New York Times]]|data=30 de setembro de 2007|acessodata = 01-10-2007}}</ref>
O ''[[Código de Manu]]'', a obra fundamental do [[direito]] [[hindu]], menciona um "terceiro sexo", cujos membros podem exercer expressões de gênero não-tradicionais e atividades homossexuais.
=== Europa ===
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Os autores de um estudo de 2008 afirmaram que "não há evidências consideráveis de que a orientação sexual humana seja geneticamente influenciada, de modo que não se sabe como a homossexualidade, que tende a diminuir o sucesso reprodutivo, é mantida na população em uma frequência relativamente alta". Supõe-se que "enquanto os genes que predispõem à homossexualidade reduzem o sucesso reprodutivo dos homossexuais, podem conferir alguma vantagem em heterossexuais que sejam seus portadores". Seus resultados sugeriram que "os genes que predispõem à homossexualidade podem conferir uma vantagem de acasalamento em heterossexuais, o que poderia ajudar a explicar a evolução e manutenção da homossexualidade na população".<ref>Zietsch et al. (2008)</ref> Um estudo de [[2009]] sugeriu também um aumento significativo da [[fecundidade]] nas fêmeas aparentadas com as pessoas homossexuais a partir da linha materna (mas não naquelas aparentadas a partir da linha paterna).{{Sfn|Iemmola|2009|pp=393–399}}
Garcia-Falgueras e Swaab afirmaram no resumo de seu estudo de 2010: "O cérebro fetal desenvolve-se durante o período intra-uterino na direção masculina por meio de uma ação direta da [[testosterona]] sobre as células nervosas em desenvolvimento ou na direção feminina por meio da ausência desta onda de [[hormônio]]. Desta forma, nossa identidade de gênero (a convicção de pertencer ao sexo masculino ou feminino) e a orientação sexual são programadas ou organizadas em nossas estruturas cerebrais quando estamos ainda no [[útero]]. Não há nenhuma indicação de que o ambiente social após o nascimento tenha algum efeito sobre a identidade de gênero ou sobre a orientação sexual".
==== Terapia de reorientação sexual ====
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=== Identidade de gênero ===
Os primeiros autores que escreviam sobre homossexualidade geralmente entendiam que ela era intrinsecamente ligada ao próprio sexo do sujeito. Por exemplo, pensava-se que uma pessoa com um típico corpo feminino atraída por pessoas do mesmo sexo e corpo feminino, teriam atributos masculinos, e vice-versa.
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