Armand Jean du Plessis de Richelieu: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
copidesque
Linha 37:
Era o quinto filho, de uma família de seis crianças: Françoise, Henri, Alphonse, Nicole, Armand e Isabelle. Seu pai também tinha uma filha ilegítima, [[Marguerite du Plessis]], que se casou com [[Guillaume III d'Orleáns-Nolasc]].
 
Consagrado [[Bispo]] de [[Luçon]] em [[1607]], foi orador do [[clero]] nosna [[AssembléiaAssembleia dos Estados Gerais|Estados Gerais]] de [[1614]], passando a fazer parte do conselho da regente [[Maria de Médicis|Maria de Médici]] por volta de [[1616]] e tornou-se [[cardeal]] em [[1622]].
 
Em [[10 de novembro]] de [[1630]] Richelieu derrotou seus adversários.
 
Chefiando o Conselho do rei, ou ''[[Conseil d'État]]'', desde [[1624]], Armand Jean du Plessis, Cardeal, [[Duque]] de Richelieu, tinha levado a nobreza a se rebelar. Combateu também com eficácia os [[protestante]]s do interior do país e seus aliados ingleses. Depois do sítio de [[La Rochelle]] e do [[Edito de Alès]], pouco restava da antiga grandeza dos protestantes franceses. Richelieu desejava assegurar a tranquilidade da França nas fronteiras e se dispôs portanto a combater os [[Habsburgos]], católicos, que governavam a [[Espanha]] de um lado da fronteira e os Estadosestados austríacos do outro. Assim, o cardeal se aliou a protestantes alemães que combatiam o [[Imperador Romano-Germânico]].
 
Era mais do que podia suportar por que ele era pequeno no partido católico na [[Corte (realeza)|corte!]]. Tal partido se reagrupou ao redor da Rainha rainha-mãe, [[Maria de Médicis]], e do irmão do Reirei, [[Gastão, Duque d'Orleães]]. No dia 10 de novembro, em seu palácio do [[Luxemburgo]], que hoje é a sede do Senadosenado, Maria de Médicis convocou o filho, o repreendeu, pediu que abandonasse Richelieu. O Cardeal, reconhecendo a importância da entrevista, tentou entrar na sala mas Maria de Médicis tinha recomendado aos guardas manter as portas fechadas. Uma porta entreaberta apareceu, porém, e Richelieu conta em suas Memórias: "''Dieu s'est servi de l'occasion d'une porte non barrée qui me donna lieu de me défendre lorsqu'onf tâchait de faire conclure l'exécution de ma ruine''". Ou seja: "''Deus se serviu da ocasião de uma porta destrancada para que eu pudesse me defender quando se tramava minha ruína''".
 
[[Maria de Médicis]] mais tarde dirá: "''Si je n'avais pas négligé de fermer un verrou, le cardinal était perdu''". Ou: "''Se eu não tivesse me esquecido de um ferrolho, o cardeal estaria perdido''".
 
Entrando, Richelieu ouviu violentas censuras da Rainharainha, se ajoelhou-se diante do rei, argumentou. [[Luís XIII de França|Luís XIII]] lhe deu as costas e foi para [[Versalhes]], onde possuía um pavilhão de caça que seu filho [[Luís XIV de França|Luís XIV]] transformarátransformaria mais tarde no famoso palácio. Os cortesãos, acreditando na vitória da Rainharainha, se inclinavam diante dela. OEntretanto, o rei mandou entretanto chamar Richelieu, renovou-lhe sua confiança, prometeu jamais se separar dele. Pelo resto de suas vidas, os dois trabalharam juntos. Bautru, [[Conde de Serrant]], cortesão do partido da Rainharainha, pronunciarápronunciou então a frase que perdura: "''C'est la [[journée des dupes]]''!" ("Foi o [[Dia dos logrados|dia dos enganados]]!")
 
[[Ficheiro:Portrait of the cardinal Richelieu (1585-1642) of Bernini.JPG|thumb|esquerda|Busto do cardeal de Richelieu.]]
 
Vencedor, o Cardeal obteve do rei o afastamento da mãe. Maria queria se instalar na fortaleza de ''la Capelle'', ao Nortenorte de [[Laon]]. Mas teve que se resignar ao exílio nos [[Países Baixos]]: morrerámorreu em Colônia, em [[3 de julho]] de [[1642]] numa casa emprestada pelo pintor [[Rubens]], o mesmo que tinha feito para ela, nos tempos do seu esplendor, uma maravilhosa série de telas, hoje no [[Louvre]]. Gastão de Orleans, aspirante à sucessão do irmão, que ainda não tinha herdeiros aos 30 anos, foi obrigado também a deixar a corte.
 
E em nome da razão de Estado, com apoio do Reirei, Richelieu podepôde realizar as guerras que bem entendia. Apoiou os [[protestantes]] da [[Alemanha]] na guerra religiosa que ficaráficou conhecida como [[Guerra dos Trinta Anos]] e comprometerácomprometeu diretamente a França por sua declaração de guerra à Espanha. O conflito só será resolvido pelos [[tratados de Westfália]], consagrando a marginalização da Alemanha por dois séculos.
 
Apesar de pertencer à [[nobreza]], Richelieu provinha de uma [[família]] com pouca posses e com parcas ligações na [[corte]], no entanto elevou os Plessis a um grau [[aristocracia|aristocrático]] bastante elevado. A sua irmã Nicole du Plessis casou com o [[marquês]] de Brézé, tendo a filha destes recebido o [[título nobiliárquico]] ducal de Fronsac e casado com o [[Príncipe de Sangue|príncipe]] [[Luís II de Bourbon-Condé]]. A outra [[irmã]] do Cardeal, [[Françoise du Plessis]], casou com o [[senhor de Pont-Courlay]], tendo o filho destes casado com a [[barão|baronesa]] de Pont (filha do [[marquês de Guémadeuc]]), que por sua vez tiveram um filho, [[Armand-Jean du Plessis]], que herdou o título de duque de Richelieu.
 
[[Ficheiro:Louis XIII Richelieu devant La Rochelle.jpg|thumb|Richelieu com Luís XIII.]]
 
=== Apreciação ===
 
Em relação à política interna, Richelieu destruiu o poder político e a capacidade militar dos [[huguenote]]s e deu continuidade à política absolutista de [[Henrique IV de França|Henrique IV]]. Aliou o partido católico "[[Dévot]]" e a hierarquia judicial. Esforçou-se por submeter os [[nobre]]snobres, aos quais proibiu os [[duelo]]sduelos (éditos de [[1626]]), e reprimiu as conspirações tramadas contra ele (execução de [[Chalais]], [[Cinq-Mars]] e [[Thou]]). Sua administração foi assinalada por reformas úteis nas finanças, no exército e na legislação ([[código Michau]]). Foi o criador do [[absolutismo real]], pôs fim aos privilégios provinciais com a centralização administrativa e a instituição de intendentes. Fundou a [[Academia francesa|Academia Francesa]]. Sua política de tributação entre as classes mais baixas criou um estado de revolta endêmico em diversas províncias.
 
[[Ficheiro:RichelieuRochelle.jpg|thumb|esquerda|Richelieu no cerco a La Rochelle.]]
 
Necessitava de dinheiro para financiar a ativa política externa contra o poderio da "casa da [[Áustria]]" ([[Habsburgo]]s) e, durante a [[Guerra dos Trinta anos|Guerra dos Trinta Anos]], subsidiou os [[protestante]]s [[Países Baixos|neerlandeses]], [[Dinamarca|dinamarqueses]] e [[Suécia|suecos]] para que lutassem contra os Habsburgos. Ocupou a [[Valtelina]] ([[1624]]-[[1625]]), [[Pinerolo]] e [[Mântua]]. Conseguiu contra ela a aliança da Suécia, declarou guerra à [[Espanha]] ([[1635]]) e conquistou o [[Roussillon]] ([[1642]]). Combateu o partido protestante dos huguenotes, obtendo-lhe a rendição na fortaleza de [[La Rochelle]] ([[1628]]) e em [[Montauban]], mas concedeu-lhe o perdão em [[Alès]] ([[1629]]). O partido católico, irritado pela sua política externa, não conseguiu, entretanto, sua demissão. Richelieu também apoiou as revoltas antiespanholas na [[Catalunha]] e em [[Portugal]] ([[1640]]).
 
Sua política, prosseguida pelo seu sucessor, cardeal [[Jules Mazarin|Cardeal de Mazarin]], triunfou na [[pazPaz de Vestfália]] ([[1648]]). Seu escritos e pensamento políticos são comparáveis ao filósofo italiano [[Nicolau Maquiavel]].
 
== Ancestrais próximos renomados ==