Cleópatra: diferenças entre revisões

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As relações entre o militar e a rainha talvez azedaram quando ele não só se casou com Otávia, mas também gerou suas duas filhas, [[Antónia, a Velha|Antônia, a Velha]], em 39 a.C., e [[Antónia, a Jovem|Antônia Menor]], em 36 a.C., e mudou seu quartel-general para Atenas.{{sfn|Roller|2010|p=89}} No entanto, sua posição no Egito era segura.{{sfn|Burstein|2004|p=25}} Seu rival Herodes estava ocupado com a guerra civil na Judeia, que exigia assistência militar romana pesada, mas não recebeu nenhuma de Cleópatra.{{sfn|Roller|2010|p=89}} Visto que a autoridade de Marco Antônio e Otaviano como triúnviros expirou em 1 de janeiro de 37 a.C., Otávia organizou uma reunião em [[Tarento]], onde o triunvirato foi oficialmente estendido para 33 a.C..{{sfn|Roller|2010|pp=89–90}} Com duas [[Legião romana|legiões]] concedidas por Otaviano e mil soldados emprestados por sua irmã, Antônio viajou para [[Antioquia]], onde se preparou para a guerra contra os partos.{{sfn|Roller|2010|p=90}}
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{{Artigo principal|Doações de Alexandria}}
 
Enquanto Antônio preparava-se para outra expedição parta em 35 aC, dessa vez dirigida a [[Reino da Armênia (Antiguidade)|sua aliada Armênia]], Octávia viajou para Atenas com 2.000 soldados em suposto apoio ao marido, mas muito provavelmente num esquema planejado pelo irmão para constrangê-lo por suas perdas militares.{{sfn|Roller|2010|pp=97–98}}{{sfn|Burstein|2004|pp=27–28}} Recebeu essas tropas, mas disse a sua esposa que não fosse para o leste de Atenas, pois ele e Cleópatra viajaram juntos para Antioquia, apenas para abandonar de repente e inexplicavelmente a campanha militar e voltar para Alexandria.{{sfn|Roller|2010|pp=97–98}}{{sfn|Burstein|2004|pp=27–28}} Quando sua esposa voltou para Roma, Otaviano retratou sua irmã como uma vítima injustiçada por Marco Antônio, embora ela se recusasse a deixar sua casa.{{sfn|Roller|2010|p=98}}{{sfn|Bringmann|2007|p=301}} A confiança de Otaviano cresceu quando eliminou seus rivais no oeste, incluindo [[Sexto Pompeu]] e até mesmo Lépido, o terceiro membro do triunvirato, que foi colocado em prisão domiciliar após [[Revolta siciliana|revoltar-se contra ele na Sicília]].{{sfn|Roller|2010|p=98}}{{sfn|Bringmann|2007|p=301}}{{sfn|Burstein|2004|p=27}}
 
Quintus Dellius<!--Necessário traduzir o nome para o português--> foi enviado como seu emissário a Artavasdes II em 34 aC para negociar uma potencial [[casamento de estado|aliança matrimonial]] que iria casar a filha do rei armênio com Alexandre Hélio, seu filho com a rainha egípcia.{{sfn|Roller|2010|p=99}}{{sfn|Burstein|2004|p=28}} Quando isso foi recusado, marchou com seu exército para a Armênia, derrotou forças locais e capturou o rei e a família real armênia.{{sfn|Roller|2010|p=99}}{{sfn|Burstein|2004|pp=xxii, 28}} Antônio então realizou um desfile militar em Alexandria como uma imitação de um triunfo romano, vestido como [[Dioniso]] e cavalgando pela cidade numa carruagem para apresentar os prisioneiros reais a Cleópatra, que estava sentada em um trono de ouro acima de um tablado de prata.{{sfn|Roller|2010|p=99}}{{sfn|Burstein|2004|pp=28–29}} A notícia deste evento foi fortemente criticada em Roma como uma perversão de cerimônias e rituais romanos consagrados pelo tempo a serem desfrutados por uma rainha egípcia.{{sfn|Roller|2010|p=99}}
 
Em um evento realizado no [[Ginásio (Grécia Antiga)|ginásio]] logo após o triunfo, Cleópatra se vestiu de Ísis e declarou que era a Rainha dos Reis com seu filho Cesarião, [[Rei dos Reis]], enquanto Alexandre Hélio foi declarado rei da Armênia, [[Império Medo|Média]] e [[Pártia]], e Ptolomeu Filadelfos, de dois anos de idade, foi declarado rei da Síria e da Cilícia.{{sfn|Roller|2010|pp=99–100}}{{sfn|Bringmann|2007|pp=301–302}}{{sfn|Burstein|2004|pp=xxii, 29}} Cleópatra Selene II foi contemplada com Creta e Cirene.{{sfn|Roller|2010|p=100}}{{sfn|Burstein|2004|p=29}} Antônio e Cleópatra podem ter se casado durante essa cerimônia.{{sfn|Roller|2010|p=100}}{{sfn|Burstein|2004|pp=xxii, 29}} Ele enviou um relatório a Roma solicitando a ratificação dessas reivindicações territoriais, agora conhecidas como as doações de Alexandria. Otaviano queria divulgá-la para fins de propaganda, mas os dois cônsules, ambos partidários de seu rival, o censuraram da opinião pública.{{sfn|Roller|2010|pp=100–101}}{{sfn|Burstein|2004|p=29}}
 
Os dois entraram numa guerra acalorada de propaganda no final de 34 aC que duraria anos.{{sfn|Roller|2010|pp=129–130}}{{sfn|Burstein|2004|p=29}}{{sfn|Jones|2006|p=xiv}} Antônio alegou que seu rival havia deposto ilegalmente Lépido de seu triunvirato e o impediu de levantar tropas na Itália, enquanto Otaviano o acusou de detenção ilegal do rei da Armênia, casar-se com Cleópatra apesar de ainda ser casado com sua irmã Octávia, e erroneamente alegar Cesarião como o herdeiro de César em vez de si.{{sfn|Roller|2010|pp=129–130}}{{sfn|Burstein|2004|p=29}} A ladainha de acusações e fofocas associadas a essa guerra de propaganda moldaram as percepções populares sobre Cleópatra, desde a [[Literatura augustana|literatura do período]] até as várias mídias nos tempos modernos.{{sfn|Roller|2010|p=130}}{{sfn|Burstein|2004|pp=65–66}} Dizia-se que Cleópatra fizera uma lavagem cerebral em seu amante com [[Magia no mundo greco-romano|bruxaria e feitiçaria]] e era tão perigosa quanto a [[Helena (mitologia)|Helena]] de [[Homero]], que destruiu a civilização.{{sfn|Roller|2010|pp=130–131}} As ''[[Sátiras (Horácio)|Sátiras]]'' de [[Horácio]] preservaram um relato de que Cleópatra uma vez dissolveu uma pérola no valor de 2,5 milhões de dracmas em vinagre apenas para ganhar uma aposta na festa do jantar.{{sfn|Roller|2010|p=132}} A acusação de que Antônio havia roubado livros da [[Biblioteca de Pérgamo]] para reabastecer a Biblioteca de Alexandria acabou sendo uma confissão admitida por [[Caio Calvísio Sabino (cônsul em 39 a.C.)|Caio Calvísio Sabino]].{{sfn|Roller|2010|p=133}}
 
Um documento de [[papiro]] datado de fevereiro de 33 aC, mais tarde usado para embrulhar uma [[múmia]], contém a assinatura da rainha, provavelmente escrita por um funcionário autorizado a assinar por ela.{{sfn|Roller|2010|pp=133–134}}{{sfn|Burstein|2004|p=33}} Trata-se de certas isenções fiscais no Egito concedidas a Quinto Cécillius<!--Necessário traduzir o nome para o português--> ou [[Públio Canídio Crasso]], um ex-cônsul romano e confidente de Antônio que comandaria suas forças terrestres em [[Áccio]].{{sfn|Roller|2010|p=134}}{{sfn|Burstein|2004|p=33}} Um subscrito em caligrafia diferente na parte inferior do papiro diz "faça acontecer"{{sfn|Roller|2010|p=134}}{{sfn|Burstein|2004|p=33}} ou "assim seja"{{sfn|Reece|2017|pp=201–202}} ({{lang-grc|γινέσθωι|ginésthōi}}); este é provavelmente o autógrafo da rainha, pois era prática ptolemaica [[Sinal de referência|rubricar]] documentos para evitar falsificação.{{sfn|Roller|2010|p=134}}{{sfn|Burstein|2004|p=33}}
 
== Árvore genealógica ==