Línguas africanas: diferenças entre revisões

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Quando da independência dos países africanos, muitos optaram pela manutenção do uso dos idiomas dos países colonizadores, com “a manutenção da memória das línguas originárias da África” e das influências locais, que acabaram por formar novas línguas como o “crioulo”, em Maurício no Cabo Verde e o “Pingin”, da Nigéria (Afreaka).
 
== Influência das Línguas Africanas na Língua PortuguesaP5ortuguesa do Brasil ==
Considerado por estudiosos um dialeto, resultado do desdobramento da Língua Portuguesa desenvolvida nos territórios Português e Brasileiro, (Mendonça, 2012), o Português falado no Brasil evoluiu sob as influências dos indígenas e dos negros que foram transportados do continente africano para fins de escravização.portugueza
 
Diferentementeferentemente dos troncos linguísticos derivadosderivadas dasdos populações indígenasindígenos , que obtiveram notoriedade na formação da Língua Portuguesa falada no Brasil, observou-se, por parte dos estudiosos que se debruçaram sobre tal temática, que às línguas de origem africana não se deu o mesmo valor como explica MENDONÇA (2012):<blockquote>''O tupi, como filho dileto, teve muito quem dele cuidasse, entre nós; desde o Império que há indianólogos do vulto de Baptista Caetano e Couto de Magalhães, e os africanismos encontraram só em Macedo Soares um precursor notável [...]''</blockquote>O autor esclarece que somente com a substituição da mão-de-obra indígena, praticamente desaparecida a partir do século XVII, pelo trabalho dos negros escravos, foi que se verificou a influência do fator africano na língua portuguesa falada no Brasil.<blockquote>''[...] Na intimidade da família, na vida do campo bem como na cidade, o negro é uma figura infalível. Esta transformação étnica reflete-se na esfera linguística, e a língua acompanha a raça na sua evolução. Língua e raça formam dois elementos que têm evolução paralela a ponto de serem muitas vezes confundidos. Como o negro fundiu com o português e do consórcio resultou o mestiço, pareceria lógico que este mestiço falasse um dialeto crioulo. (MENDONÇA, 2012)''</blockquote>Mendonça (2012) afirma, ainda, a possibilidade de ter havido dialetos crioulos no Brasil interiorano e reforça a influência das línguas africanas, como a “nagô”, muito presente nos cultos religiosos e a “mina”, no Estado da Bahia, fornecendo indícios dessa influência, como se constata na seguinte afirmação:<blockquote>''O negro influenciou sensivelmente a nossa língua popular. Um contato prolongado de duas línguas sempre produz em ambas fenômenos de osmose. Ao lado da contribuição genérica e imprecisa que deu o africano para o alongamento das pretônicas e a elocução clara e arrastada, deixou sinais bem seus nos dialetos do interior, principalmente. (MENDONÇA, 2012)''</blockquote>As influências mais evidentes remontam às de línguas como o ''Fulfude'' e o ''serer'', originárias da região do ''Sahel'' africano; ao ''mandê'', falado no Senegal, em Gâmbia e na Guiné-Bissau; o ''gegê'' ou ''ewe''; o ''fon''; o ''haussá''; e o ''kanúri'' ou nifê, da família ''Nilo-saariana'', dentre outras e de línguas da região sul da África como o ''quicongo'', o ''quimbundo'' e o ''umbundo''. Outras pesquisas dão conta de que o ''Iorubá'' e o ''quimbundo'' ganharam maior relevo, na Bahia e nas regiões Norte e Sul do Brasil, respectivamente. Apesar dessa marcante e notória inserção, as descobertas sobre essa incidência linguística parecem caminhar a passos lentos, dificultando o acesso a esse tesouro histórico tão relevante para a formação da identidade cultural do povo brasileiro. Se formaram lacunas na busca pelo conhecimento acerca das línguas africanas que tanto influenciaram a Língua Portuguesa falada no Brasil, muito provavelmente estão relacionadas a ações do nosso passado não tão distante que foi a fase da colonização portuguesa em território brasileiro, que coibiam revoltas, enfraquecendo os grupos linguísticos originários de uma mesma região, bem como à visão “eurocêntrica e preconceituosa de recusar a participação do africano e de seus descendentes na formação e construção do Brasil atual” (Afreaka 2010).<blockquote>''Aceitar que nossa língua vigente é predominada de influências africanas, sejam elas na morfologia, fonologia ou pronúncia, é reconhecer não apenas uma contribuição – como algo apenas fragmentado – de África em nossa fala, mas uma participação substancial e indispensável desta na constituição da identidade brasileira. (Afreaka)''</blockquote>Essas ações que buscaram “invisibilizar” a influência africana na construção da identidade brasileira, é mais que evidente essa contribuição e esse “entranhamento''”'', observado não só no dicionário brasileiro onde constam mais de mil e quinhentas palavras de origem africana (Afreaka), bem como de modo mais expressivo nos diversos setores da Língua Portuguesa conforme analisou Yeda Pessoa de Castro:<blockquote>''[...] tal influência vai além do dicionário: “Explicar o avanço do componente africano nesse processo é ter em conta a participação do negro-africano como personagem falante no desenrolar dos acontecimentos e procurar entender os fatos relevantes de ordem socioeconômica e de natureza linguística que, ao longo de quatro séculos consecutivos, favoreceram a interferência de línguas africanas na língua portuguesa, no Brasil. Isso se fez sentir em todos os setores: léxico, semântico, prosódico, sintático e, de maneira rápida e profunda, na língua falada”.'' </blockquote>Nesse entendimento torna-se imperativo considerar que é evidente a contribuição das línguas africanas para o Português falado no Brasil, e como a influência africana alterou a maneira de falar e agregou relevantes valores à cultura brasileira, ampliando percepções e promovendo a multiculturalidade e o respeito às diversidades.
 
==O estudo das línguas africanas==