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À sua chegada a Nuremberga, Hess não queria entregar os seus pertences, incluindo pedaços de comida que ele afirmava terem sido envenenados pelos britânicos; ele tencionava usá-los como sua defesa durante o julgamento. O comandante do local, coronel [[Burton C. Andrus]] do Exército dos Estados Unidos, informou-o de que não iria receber nenhum tratamento especial; as amostras foram seladas e confiscadas.{{sfn|Bird|1974|p=34}}{{sfn|Manvell|Fraenkel|1971|pp=151–152}} Os diários de Hess evidenciam que ele não reconhecia a legitimidade do tribunal e que o resultado final era inevitável. Quando chegou estava magro, pesando {{convert|65|kg|sigfig=3}}, e com pouco apetite, mas estava determinado em ter uma boa saúde. Como um dos acusados, [[Robert Ley]], se tinha enforcado na sua cela a 24 de Outubro, os restantes prisioneiros eram vigiados constantemente.{{sfn|Sereny|1996|p=573}}{{sfn|Bird|1974|pp=37–38}} Por causa das suas anteriores tentativas de suicídio, Hess era algemado a um guarda sempre que saia da sua cela.{{sfn|Manvell|Fraenkel|1971|p=153}}
 
Pouco depois da sua chegada, Hess começou a mostrar amnésia, facto que que pode ter sido fingido com a esperança de evitar a sentença de morte. Os médicos que examinaram Hess concluíram que era não era louco e estava em condições de ser julgado.{{sfn|Manvell|Fraenkel|1971|pp=154–155}} Pelo menos dois dos examinadores, um médico britânico e um soviético, referiram que a amnésia de Hess seria falsa. O tribunal efectuou várias tentativas para reavivar a sua memória, como trazer à sua presença ex-secretárias e mostrar velhos documentários, mas Hess continuava sem mostrar qualquer reacção a estes estímulos.{{sfn|Bird|1974|pp=37–38}}{{sfn|Manvell|Fraenkel|1971|pp=154–155}} Quando Hess recebeu permissão para fazer as sua defesa no tribunal a 30 de Novembro, admitiu ter fingido a falta de memória e de fazer parte de uma táctica.{{sfn|Manvell|Fraenkel|1971|p=159}}{{sfn|Bird|1974|p=43}} A 31 de Agosto de 1946, falou de novo no tribunal, o último dia das alegações.{{sfn|Bird|1974|p=49}}
 
O processo de acusação a Hess ficou a cargo de [[Mervyn Griffith-Jones]] e teve início a 7 de Fevereiro de 1946. Ao basear-se nos discursos de Hess, Griffith-Jones tentou demonstrar que ele tinha conhecimento, e concordava com, os planos de Hitler de conduzir uma guerra de agressão violando o direito internacional. Griffith-Jones afirmou que, como Hess tinha assinado importantes decretos governamentais, como o que determinava o serviço militar obrigatório, as leis raciais de Nuremberga, e um decreto que incorporava os territórios polacos conquistados no Reich, então também partilhava da responsabilidade dos actos do regime. Griffith-Jones salientou que a altura escolhida para a viagem de Hess à Escócia, apenas seis semanas antes da [[Operação Barbarossa|invasão alemã da UNião Soviética]], só podia ser vista como uma tentativa de Hess de manter os britânicos fora da guerra. Hess acabou o julgamento mostrando, de novo, sintomas de amnésia, em Fevereiro.{{sfn|Manvell|Fraenkel|1971|pp=162–163}}
[[File:Rudolf hess.jpg|thumb|upright|Hess (à esq.) e [[Joachim von Ribbentrop]] nos Julgamentos de Nuremberga]]
A defesa de Hess foi apresentada entre 22 e 26 de Março pelo seu advogado, Alfred Seidl. Seidl argumentou que, embora Hess tenha aceitado a responsabilityresponsabilidade por muitos dos decretos que assinou, ele disse que estes assuntos faziam parte de trabalhos internos de um estado soberano e, portanto, fora da competência do tribunal de crimes de guerra. O advogado chamou a depor [[Ernst Wilhelm Bohle]], o homem que tinha sido chefe do NSDAP/AO, para testemunhar em nome de Hess. Quando Griffith-Jones o questionou sobre as actividades de espionagem da organização em vários partidos, Bohle afirmou que qualquer actividade de espionagem em tempo de guerra são realizadas sem permissão ou conhecimento. Seidl chamou mais duas testemunhas: o ex-presidente da câmara de [[Estugarda]], [[Karl Strölin]], e o irmão de Hess, Alfred, ambos negando as acusações de que o NSDAP/AO tinha espiado ou fomentado a guerra. Seidl apresentou um resumo da defesa a 25 de Julho, no qual tenta refutar a acusação de conspiração ao chamar a atenção que Hitler, sozinho, tinha tomado todas as decisões importantes. Acrescentou que Hess não podia ser considerado responsável por quaisquer acções efectuadas após ter saido da Alemanha em Maio de 1941. Entretanto, Hess afastou-se mentalmente do que estava a decorrer, recusando visitas da sua família e não querendo ler os jornais.{{sfn|Manvell|Fraenkel|1971|pp=165–171}}
 
O tribunal deliberou durante quase dois meses antes de redigir a sentença a 30 de Setembro, com os acusados a serem sentenciados individualmente a 1 de Outubro. Hess foi considerado culpado de duas acusações: crimes contra a paz (planeamento e preparação de agressões de guerra), e conspiração com outros líderes alemães para cometer crimes. Foi absolvido de crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Foi condenado a prisão perpétua, tal como outros seis nazis presentes no julgamento. Os sete formaforam transportados de avião para uma prisão militar Aliada em [[Prisão de Spandau|Spandau]], Berlim, a 18 de Julho de 1947.{{sfn|Manvell|Fraenkel|1971|p=173}}{{sfn|Nesbit|van Acker|2011|p=98}} O membro soviético do tribunal, major-general [[Iona Nikitchenko]], entregou um documento onde discordava da sentença dada a Hess; ele achava que a pena de morte era a indicada.{{sfn|Manvell|Fraenkel|1971|p=175}}
 
{{quote2|''Não me defendo de meus acusadores, aos quais nego o direito de me acusarem, a mim e aos meus compatriotas.''