Projeto Manhattan: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Etiquetas: Edição via dispositivo móvel Edição feita através do sítio móvel
Linha 1:
{{Info/Unidade Militar
|nome = Projeto Manhattan
|imagem = [[Imagem:Trinity shot color.jpg|300px]]
|imagem_legenda = O primeiro teste nuclear [[Experiência Trinity|''Trinity'']] em 16 de julho de 1945.
|país = {{flagcountry|Estados Unidos|1912}}<br />{{flagcountry|UK}}<br />{{flagcountry|Canadá|1921}}
|guarnição = [[Oak Ridge (Tennessee)|Oak Ridge]], [[Tennessee]]
|corporação =
|subordinação =
|missão =
|unidade =
|denominação =
|sigla =
|criação =
|aniversários = [[13 de agosto]] de [[1942]]
|extinção = [[15 de agosto]] de [[1947]]
|patrono =
|guerras/batalhas = [[Invasão Aliada da Itália]]<br />[[Operação Overlord|Invasão Aliada da França]]<br />[[Invasão Aliada da Alemanha Ocidental]]<br />[[Bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki]]<br />{{nowrap|[[Ocupação do Japão|Ocupação aliada do Japão]]}}
|condecorações =
|méritos_em_batalha =
|insígnia1 = [[Imagem:Manhattan District.svg|100px]]
|legenda_insígnia1 = Foi adotado em 1945 para o Distrito Manhattan
|insígnia2 = [[Imagem:Manhattan Project emblem.png|100px]]
|legenda_insígnia2 = Emblema do Projeto Manhattan (não oficial)
|comandante = [[Kenneth Nichols]]
|legenda_comandante =
}}
'''Projeto Manhattan''' foi um programa de pesquisa e desenvolvimento que produziu as primeiras [[Bomba nuclear|bombas atômicas]] durante a [[Segunda Guerra Mundial]]. Foi liderado pelos [[Estados Unidos]], com o apoio do [[Reino Unido]] e [[Canadá]]. De 1940 a 1946, o projeto esteve sob a direção do [[major-general]] [[Leslie Groves]] do [[Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos|Corpo de Engenheiros do Exército]]. O componente do exército do projeto foi designado como '''Distrito Manhattan''', sendo que posteriormente o termo "Manhattan" gradualmente substituiu o codinome oficial ("Desenvolvimento de materiais substitutos"). Ao longo do caminho, o programa absorveu o seu homólogo britânico, o ''[[Tube Alloys]]''. O Projeto Manhattan começou modestamente em 1939, mas cresceu e empregou mais de 13 mil pessoas e custou cerca de doi bilhões de dólares (equivalente a cerca de 26 bilhões de dólares em 2013<ref name="Inflação">{{citar web|url=http://www.minneapolisfed.org/community_education/teacher/calc/hist1800.cfm|título=Consumer Price Index (estimate) 1800–2013 |publicado=Federal Reserve Bank of Minneapolis|acessodata=16 de agosto de 2013}}</ref>). Mais de 90% do custo foi para a construção de fábricas e produção de [[Fissão nuclear|materiais físseis]], com menos de 10% para o desenvolvimento e produção das armas. A pesquisa e produção ocorreu em mais de 30 locais nos Estados Unidos, Reino Unido e Canadá.
 
Dois tipos de bomba atômica foram desenvolvidas durante a guerra. Um tipo relativamente simples de arma de [[Fissão nuclear|fissão]] foi feito utilizando [[urânio-235]], um [[isótopo]] que representa apenas 0,7% do urânio natural. Uma vez que é quimicamente idêntico ao isótopo mais comum, o [[urânio-238]], e que tem quase a mesma massa, o urânio-235 revelou-se difícil de separar do [[urânio-238]]. Três métodos foram utilizados para o [[Urânio enriquecido|enriquecimento do urânio]]: [[Calutron|eletromagnético]], [[Difusão gasosa|gasoso]] e [[Efeito Soret|térmico]]. A maior parte deste trabalho foi realizado em [[Oak Ridge (Tennessee)|Oak Ridge]], [[Tennessee]]. Em paralelo com o trabalho em urânio, também representava um esforço produzir [[plutônio]]. [[Reator nuclear|Reatores]] foram construídos em Oak Ridge e [[Hanford Site|Hanford, Washington]], onde o urânio foi irradiado e [[Transmutação nuclear|transmutado]] em plutônio, que então foi separado quimicamente a partir do urânio. O projeto, no entanto, se provou impraticável para ser usado com plutônio. Para uma arma do tipo de implosão mais complexo, foi desenvolvido em um esforço de construção e pesquisa no [[Laboratório Nacional de Los Alamos]], no [[Novo México]]. O programa também foi acusado de colher informações sobre o [[projeto de energia nuclear alemão|projeto de energia nuclear]] da [[Alemanha Nazista]]. Através da [[Operação Alsos]], as equipes que compunham o Projeto Manhattan serviram na Europa, às vezes atrás das linhas inimigas, onde elas reuniram materiais nucleares, documentos e cientistas alemães.
 
O primeiro dispositivo nuclear a ser detonado foi uma bomba de implosão no teste [[Experiência Trinity|''Trinity'']], realizado no [[Campo de Teste de Mísseis de White Sands]], no [[Novo México]], em 16 de julho de 1945. ''[[Little Boy]]'' e ''[[Fat Man]]'' foram utilizadas nos [[Bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki|bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki]], respectivamente. Nos anos pós-guerra, o Projeto Manhattan realizou testes de armas no [[Atol de Bikini]], como parte da [[Operação Crossroads]], desenvolveu novas armas, promoveu o desenvolvimento da rede de [[Laboratório Nacional do Departamento de Energia dos Estados Unidos|laboratórios nacionais]], apoiou a pesquisa médica em [[radiologia]] e lançou as bases de uma marinha de propulsão nuclear, que manteve o controle sobre a pesquisa e a produção das armas atômicas norte-americanas, até a formação da [[Comissão de Energia Atômica dos Estados Unidos|Comissão de Energia Atômica]] em janeiro de 1947. O Projeto Manhattan foi operado sob uma cobertura de segurança rígida, mas os [[espiões atômicos]] [[União Soviética|soviéticos]], ainda assim, conseguiram penetrar no programa e colher informações.
 
== Origens ==
Em agosto de 1939, os proeminentes físicos [[Leó Szilárd]] e [[Eugene Paul Wigner]] escreveram a [[Carta Einstein-Szilárd]], que alertou para o potencial de desenvolvimento de "um novo tipo de bombas extremamente poderosas". A carta pedia que os Estados Unidos tomassem medidas para adquirir estoques de [[minério de urânio]] e acelerar a pesquisa de [[Enrico Fermi]] e outros sobre a [[reação nuclear em cadeia]]. A carta estava assinada por [[Albert Einstein]] e foi entregue ao [[Presidente dos Estados Unidos|presidente]] [[Franklin D. Roosevelt]]. Roosevelt convidou [[Lyman James Briggs]] do [[Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia]] para chefiar o [[Comitê do urânio S-1|Comité Consultivo do Urânio]], que investigaria as questões levantadas pela carta. Briggs realizou uma reunião em 21 de outubro de 1939, que contou com a presença de Szilárd, Wigner e [[Edward Teller]]. O comitê relatou a Roosevelt, em novembro, que o urânio "seria uma possível fonte de bombas com um poder destrutivo muito maior do que qualquer coisa hoje conhecida."<ref>{{harvnb|Hewlett|Anderson|1962|pp=16–20}}.</ref>