A Bagaceira: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
alguns detalhes
DMacks (discussão | contribs)
lots of extended quotes without context. Need secondary sources to explain what this all means and demonstrate that these comments are representative
Linha 15:
| isbn =
| }}
'''''A Bagaceira''''' é um romance do escritor [[brasil]]eiro [[José Américo de Almeida]] publicado em [[1928]]. Junto com ''[[Macunaíma]]'', é considerado o marco inicial do [[Romance de 30|romance regionalista]] do [[Modernismo]] brasileiro.<ref>{{citar livro|autor=Laurence Hallewell|título=History of Brazilian book publishing, with particular reference to the publishing of literature|editora=EdUSP|ano=2005|páginas=809|id=ISBN 9788531408779}}</ref>
 
=='' Enredo'' ==
<sup><big>A Bagaceira aborda o tema da migração dos sertanejos, consequência da seca no sertão, para a região da [[Zona da Mata|'''Zona''' '''da Mata''']], O romance social nordestino está voltado para a denúncia da miséria regional e o '''[[coronelismo]]'''.</big></sup>
 
''“É um livro triste que procura a alegria. A tristeza do povo brasileiro é uma licença poética”''
 
''  '''José Américo de Almeida'''''
 
==''Enredo''==
O enredo baseia-se no êxodo da [[seca]] no ano de [[1898]]:
 
Linha 34 ⟶ 28:
{{Quote|Há uma miséria maior do que morrer de fome num deserto: é não ter o que comer na terra de Canãa.<ref>{{citar livro|autor={{small|FILHO}}, Eduardo Vargas de Macedo Soares|título=Como pensam os humanos – Frases Célebres|editora=LEUD|ano=2016|páginas=|id=}}</ref>|José Américo de Almeida, A Bagaceira}}
 
Essa história trágica de amor serve ao autor, político [[paraiba]]no, puramente como pretexto para que denuncie a questão social no seu estado e no [[Nordeste]], em especial, o aspecto da seca e da necessidade da população. É feita também uma análise da vida dos [[retirante]]s que surgem nas bagaceiras dos engenhos,{{nota de rodapé|Segundo o dicionário Caldas Aulete: “Lugar próximo dos engenhos de açúcar onde se amontoa o bagaço da cana”.}} quando ocorrem as estiagens, não sendo bem vistos pelos brejeiros (trabalhadores permanentes dos engenhos).
 
'''Foco narrativo -''' Observador [[Onisciência|onisciente]]. É posto em terceira pessoa, não participa dos acontecimentos e estabelece comentários cultos sobre a realidade do canavial.
 
== Espaço da Narrativa ==
 
“[...] O espaço, no romance, tem sido – ou assim pode entender-se – tudo que, intencionalmente disposto, enquadra a personagem e que, inventariado, tanto pode ser absorvido como acrescentado pela personagem, sucedendo, inclusive, ser constituído por figuras humanas, então coisificadas ou com a sua individualidade tendendo para zero (LINS, 1976, p. 72)."
 
A narrativa traz dentro de sua obra diversos espaços, que podem representar uma diversidade de elementos, desde de caracteres humanos á coisas imaginativas. como nos trexos a seguir:
 
“Pintava uma nuvem de chuva. Corria tudo besta, escogotado, como se fosse aparar a água com a boca. Era urubu até dizer basta. A urubuzada vinha apus do resto da carniça. Dê por vista uma nuvem de chuva” (ALMEIDA, 2000, p. 28).
 
Moço, sertanejo não se adoma no brejo. O sertão é pra nós como homem malvado para mulher: quanto mais maltrata, mais e quer bem [...](ALMEIDA, 2000, p. 30).
 
== Visão Sócio-cultural ==
 
* Visão regional dos retirantes, com seu sentido rústico, ético arcaico.
 
* Visão ligada ao autoritarismo do senhor de engenho, representada na narrativa pelo coronelismo.
* Visão futurista de Lúcio, trazendo um novo olhar com raízes ainda burgueses, mas já com traços de modernidade que logo seria introduzida pela Revolução de 30.
 
== Conjecturas trazidas pela narrativa ==
 
A obra traz diversas opiniões fundamentadas e referenciadas na intersecção do sertão com as visões dos personagens a cerca da vida como pontes de reflexão.
 
“A gente também seca por dentro” (ALMEIDA, 2000, p. 25).
 
“E foi a seca que me deu coragem. Porque sofrer, moço, isso é que ter coragem” (ALMEIDA, 2000, p. 31).
 
“O amor maior é o que não tem fim” (ALMEIDA, 2000, p. 110).
 
“A maior das saudades é a do bem presente que já não se alcança (ALMEIDA, 2000, p. 110).
 
“A lembrança do amor ou é saudade ou remorso” (ALMEIDA, 2000, p. 141).
 
“Arrepender-se é punir-se a si mesmo” (ALMEIDA, 2000, p. 141).
 
== Sintaxe do Sertão ==
 
'''[[Linguagem]] -''' A linguagem de “A Bagaceira” varia de acordo com os personagens que a usam.  O autor utiliza a norma culta da língua para o narrador e o personagem Lúcio e a  linguagem regional popular de seus demais personagens.
 
A narrativa durante seu desenvolvimento aborda diversas palavras e citações que trazem um referencial da linguagem sertaneja através de experssões regionais.
 
* “Corrompiam a Fonética” (ALMEIDA, 2000, p. 59)
 
* Indagara;
* Rafameia;
* Cacunda;
* Madorna;
* Pinóia;
* Mundiça;
* Pantim;
* Quengo;
* Aderente;
* Sapequei;
* Pra riba;
* Chaboque.
 
== Personagens ==
 
== Personagens ==
* Valentim – pai de Soledade
 
* Manuel Broca – brejeiro
* Soledade – amada, mulher fatal de Lúcio
* Dagoberto – velho, viúvo, pai de Lúcio
* Lúcio – moço apaixonado por Soledade
* Mãe de Lúcio e mulher de Dagoberto
Linha 105 ⟶ 41:
* Milonga – mãe preta
 
==Importância==
==A obra como protagonista==
Ao se referir ao livro, o Professor Joel Pontes, da [[Universidade Fernando Pessoa]], em crítica publicada no Pequeno Dicionário da Literatura Brasileira, disse: