Península Ibérica: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Woodbeatcool (discussão | contribs)
Woodbeatcool (discussão | contribs)
Linha 38:
 
== História ==
Começou por ser descrita pelos gregos como Ibéria ([[Povos ibéricos pré-romanos|terra dos iberos]]), depois pelos romanos por Hispania, continuando a ser alvo de estudo a sua etimologia. <ref>{{citar livro|título=Enciclopedia Ilustrada Europeo-Americana|ultimo=|primeiro=|editora=Espasa-Calpe|ano=1995|local=Madrid|páginas=819|acessodata=26-11-2018}}</ref> O termo Hispania (ou Hispaniae, Hispaniarum, Yspania, Spania, Hespanha) continuará a determinar por alguns séculos os habitantes da Península Ibérica e é sem surpresa que a obra [[Os Lusíadas]] de [[Luís de Camões|Luís Vaz de Camões]] menciona os portugueses como "Uma gente fortíssima de Hespanha" (canto I, verso 31), ou "a nobre Espanha" (canto III, verso 17) composta por várias nacionalidades, onde se incluem, entre outras, [[Coroa de Castela|Castela]] e o Reino lusitano ([[Portugal]]) (canto III, versos 19 e 20).<ref>{{citar livro|url=https://dl.wdl.org/14160/service/14160.pdf|título=Os Lusíadas|ultimo=Camões|primeiro=Luís|editora=António Gonçalves Impressor|ano=1572|local=Lisboa|páginas=|acessodata=26-08-2019}}</ref> O nome "Espanha" é aqui utilizado de forma puramente geográfica, como sinónimo de "Península Ibérica", um uso comum na época derivado do latim ''Hispania''. Começa a notar-se apenas a partir da [[Restauração da Independência]] portuguesa no século XVII a designação de "Espanha" dirigida apenas a uma das nações de Península Ibérica.<ref>{{citar livro|url=http://hdl.handle.net/10316.2/41512|título=DA IBÉRIA À HISPÂNIA, DA ESPANHA À IBÉRIA|ultimo=Lourenço|primeiro=António Apolinário e outros|editora=Imprensa da Universidade de Coimbra|ano=2010|local=Coimbra|páginas=285|acessodata=26-08-2019}}</ref> Esta tendência acentua-se após a [[Guerra da Sucessão Espanhola]] e os [[Decretos do Novo Plano]], culminando já no século XIX, momento em que as cortes de Cádiz de 1812, durante a [[Guerra Peninsular]], aprovam a sua primeira constituição auto-denominando-se "Espanha".<ref>{{Citar web|url=http://www.congreso.es/consti/otras/historicas/index.htm|titulo=Constituciones históricas españolas - Constitución española|acessodata=2018-11-26|obra=www.congreso.es|lingua=es}}</ref> A coluna vertebral do governo até então, o [[Conselho de Castela]], é dissolvido definitivamente em março de 1834 e nascem em sua substituição o Tribunal Supremo de Espanha e das Índias, assumindo as funções judiciais e o Conselho Real de Espanha e das Índias como órgão consultivo. <ref name=":0">{{Citar livro|url=https://books.google.es/books?id=oJJjTbrj454C&hl=ca&pg=PA159#v=onepage&q&f=false|título=Decretos de la reina nuestra señora doña Isabel II, dados en su real nombre por su augusta madre la reina gobernadora, y reales órdenes, resoluciones y reglamentos generales expedidos por las secretarias del Despacho Universal: Desde 1o. de enero hasta fin de diciembre de 1834|ultimo=España|data=1835|editora=En la Imprenta Real|lingua=es}}</ref>
 
O afastamento físico de [[Portugal]] e [[Espanha]], caracterizado pelas péssimas rotas de comunicação nas zonas de fronteira terrestre até meados do século XIX, aliado à negativa carga semântica que as possíveis denominações da Península, não raras vezes usadas de forma política, como Ibéria, Iberismo ou hispanidade, foram tema de múltiplos debates intelectuais que só cristalizaram já no início do século XX. <ref>{{citar livro|título=IBERISMOS, PAN-HISPANISMO, FRONTEIRAS: UMA REFLEXÃO CONCEPTUAL|ultimo=Matos|primeiro=Sérgio Campos|editora=Universidad de Extremadura. Servicio de Publicaciones|ano=2017|local=Universidad de Extremadura|páginas=141-148|isbn=978-84-9127-004-1|acessodata=30-01-2019}}</ref><ref>{{Citar periódico|ultimo=Teles|primeiro=Pedro Francisco Figueiredo Cabral|data=2012-02-03|titulo=Portugal peninsular na evolução do pensamento geográfico português (1904-1939)|url=https://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/19733}}</ref>