A Tempestade: diferenças entre revisões

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Não existe uma fonte única óbvia para a trama da peça, porém os estudiosos viram nela paralelos com o ''Naufragium'' de [[Erasmo de Roterdã]], ''De orbe novo'', de [[Peter Martyr]], e um relato testemunhal de [[William Strachey]] do [[naufrágio]] do navio ''[[Sea Venture]]'' nas ilhas de [[Bermuda]]. Além disso, uma das falas de [[Gonçalo (Shakespeare)|Gonçalo]] foi derivada de um dos [[Ensaios (Montaigne)|ensaios]] de [[Montaigne]], ''Sobre os Canibais'', e boa parte do discurso de renúncia de Próspero é uma citação literal de uma fala de [[Medeia]] no [[poema]] ''[[Metamorfoses]]'', do autor [[Roma Antiga|romano]] [[Ovídio]]. A [[máscara]] do quarto ato pode ter sido uma adição posterior ao texto, possivelmente em homenagem ao casamento da princesa [[Isabel da Boêmia]] com [[Frederico V, Eleitor Palatino|Frederico V]], em 1613. A peça foi publicada pela primeira vez no ''[[First Folio]]'', em 1623.
 
Sua história se baseia fortemente na tradição do [[Romance (literatura heróica)|romance]], e foi influenciada pela [[tragicomédia]], pela [[mascarada]] das cortes e, talvez, pela [[commedia dell'arte]]. Sua diferença das outras peças de Shakespeare está na maneira com que segue um estilo [[neoclassicismo|neoclássico]] mais rígido e organizado. Alguns críticos vêem na obra uma preocupação explícita em sua própria natureza enquanto peça, frequentemente traçando linhas entre a "arte" de Próspero e as ilusões teatrais, e os críticos mais antigos viam até mesmo Próspero como uma representação do próprio Shakespeare, e sua renúncia da magia como que indicando uma espécie de adeus do dramaturgo aos palcos. A peça mostra Próspero como um [[mágico]] racional, e não ocultista, apresentando um contraste a ele no personagem da bruxa [[Sicorax]], cuja magia frequentemente é descrita como destrutiva e terrível, enquanto a de Próspero é maravilhosa e bela. A partir dos arredores de 1950, com a publicação de ''Psicologia da Colonização'', de [[Octave Mannoni]], ''A Tempestade'' passou a ser vista cada vez mais através da lente da teoria [[pós-colonialismo|pós-colonial]] - exemplificada em adaptações como ''Une Tempête'', de [[Aimé Césaire]], que se passa no [[Haiti]]; existe até mesmo um [[jornal acadêmico]] sobre a crítica pós-colonial que recebeu o nome de um dos personagens da peça, [[Calibán|Caliban]]. Talvez devido ao papel reduzido que as mulheres desempenham na trama, ''A Tempestade'' não atraiu a análise de muitas críticas femininas; a personagem Miranda costuma ser vista tipicamente como alguém que internalizou a ordem patriarcal das coisas, vendo a si mesma como sendo subordinada a seu pai.
 
A peça não atraiu uma quantidade significativa de atenção antes do [[fechamento dos teatros]], 1642, e só conquistou popularidade após a [[Restauração Inglesa]] - e ainda assim apenas em versões adaptadas. Em meados do século XIX as produções teatrais começaram a reencenar o texto original shakespeariano, e, no século XX, críticos e acadêmicos deram início a uma importante reavaliação do valor da peça, a ponto de hoje em dia ela ser considerada uma das principais obras de Shakespeare. Foi adaptada diversas vezes, em diversos estilos e formatos; na música, pelo menos 46 [[ópera]]s, por compositores como [[Fromental Halévy]], [[Zdeněk Fibich]] e [[Thomas Adès]]; obras [[orquestra]]is de [[Pyotr Ilyich Tchaikovsky|Tchaikovsky]], [[Arthur Sullivan]] e [[Arthur Honegger]]; e canções de diversos artistas, como [[Ralph Vaughan Williams]], [[Michael Nyman]] e [[Pete Seeger]]; na [[literatura]], o poema ''With a Guitar, To Jane'', de [[Percy Bysshe Shelley]], e ''The Sea and the Mirror'', de [[W. H. Auden]]; romances, como o já supracitado de Aimé Césaire e ''[[The Diviners]]'', de [[Margaret Laurence]]; na [[pintura]], por [[William Hogarth]], [[Henry Fuseli]] e [[John Everett Millais]]; e no [[cinema]], desde uma versão colorida a mão de uma encenação teatral de 1905 [[Herbert Beerbohm Tree]], passando pela [[ficção científica]] ''[[Forbidden Planet]]'', de 1956, até o filme ''[[Prospero's Books]]'', dirigido por [[Peter Greenaway]] em 1991, com [[John Gielgud]] no papel de Próspero; Em 2013 a obra shakespeariana recebeu uma versão adaptada no Japão, na ilustração de [[Kyō Shirodaira]] , e Animação de [[Mari Okada]] dirigida por [[Masahiro Ando]] , ambos de nome [[Zetsuen no Tempest]].
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* '''Ferdinando''', filho do Rei de Nápoles (e futuro "namorado" de Miranda)
* '''Gonzalo''', um conselheiro antigo e honesto, corteção
* '''AdrianoCaliban''', um lordeescravo selvagem e deformado
* '''FranciscoTrinculo''', um lordebobo da corte
* '''CalibãEstéfano''', um escravo selvagem e deformadomordomo
* '''Trinculo''', um marinheiro
* '''Estéfano''', um marinheiro
 
* ''
* '''Miranda''', filha de Próspero
* '''Ariel''', um espírito do ar, fogo e terra