António de Ataíde, 1.º Conde da Castanheira: diferenças entre revisões

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Desenvolver a descrição da carreira de D. António de Ataíde até início da década de 1530
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Devido à sua influência junto de D. João III, D. António teve papel fundamental na política imperial do monarca. Em 1530, contribuiu para a nomeação do seu primo co-irmão, [[Martim Afonso de Sousa]], como ''capitão-mor da armada e da terra do Brasil'', com uma extraordinária alçada, que o tornava, na prática, o primeiro governador do Brasil<ref name=":1" />, tendo por propósito explícito lá defender e relançar a presença portuguesa. Logo a seguir, Ataíde viajou para a França, onde efetuou diligências diplomáticas sobre o problema do corso francês no Brasil, uma das ameaças ao controle português que levara à constituição da armada de Martim Afonso de Sousa. Nos anos seguintes, D. António continuou a se afirmar como um promotor consequente da valorização do Brasil no quadro do império luso e, nomeadamente, da criação do regime de capitanias-donatarias brasileiras.
 
Voltou a ter papel decisivo na nomeação do primo Martim Afonso de Sousa para um novo alto cargo no Império, deste vez na Índia, para onde este foi nomeado em novembro de 1533 como [[Capitão-mor do mar|capitão-mor do mar da Índia]], ou seja, o segundo lugar na hierarquia do Estado da Índia, tendo para lá partido em março do ano seguinte<sup>[1]</sup>. Já uns meses antes, em 1 de fevereiro de 1533, D. João III escrevera ao seu vedor da Fazenda, elogiando o orgulho que este tinha no parentesco com Martim Afonso, que reforçaria "as coisas do meu serviço"<sup>[1]</sup>.
 
Pouco tempo após a sua chegada à Índia, em 24.12.1534, o mesmo Martim Afonso de Sousa iria escrever ao primo, intercedendo por um parente comum, que usava Ataíde como último apelido, num texto que dá uma imagem muito concreta do ambiente que se vivia entre as linhagens portuguesas do século XVI: ''"[Heitor de Sousa de Ataíde] não tem outrem senão a Vossa Senhoria e vai-se ele já pondo como o sol e é necessário socorrer-lhe; e lembro-vos que [ele] põe o Ataíde acima do Sousa, que ele não pode fazer mais pelos Ataídes''"<sup>[</sup><ref name=":1" />.
 
D. António usou ainda a sua influência sobre o rei para ser patrono da carreira de muitos outros influentes cortesãos da época, incluindo o famoso secretário de estado, Pedro ou Pêro de Álcáçova Carneiro (mais tarde, 1.º [[conde de Idanha-a-Nova]]) que escreveu sobre Ataíde: "''a este senhor eu devo muito, porque foi sempre a principal parte de eu entrar no serviço de El-Rei''<ref name=":1" />''".''