Apitoxina: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Adição de fontes e das seções de composição e ação do veneno.
Complementação das seções sobre a composição e a ação do veneno
Linha 1:
'''Apitoxina''' é o [[veneno]] encontrado nos ferrões das [[abelha]]s do gênero [[Apis]] que tem como função afastar predadores dos mais variados tipos, protegendo assim a colônia. O veneno é produzido no interior do abdômen das abelhas operárias e é descrito como uma substância levemente [[Ácido|ácida]] (embora não seja a acidez que provoque a dor ou a irritação)<ref name=":0">{{Citar periódico|ultimo=O'Connor|primeiro=Rod|ultimo2=Peck|primeiro2=Larry|data=1980-03-01|titulo=Bee sting: The chemistry of an insect venom|url=https://doi.org/10.1021/ed057p206|jornal=Journal of Chemical Education|volume=57|numero=3|paginas=206|doi=10.1021/ed057p206|issn=0021-9584}}</ref><ref name=":1">{{Citar web|titulo=The Chemistry of Bees|url=http://www.chm.bris.ac.uk/webprojects2001/loveridge/index-page8.html|obra=www.chm.bris.ac.uk|acessodata=2019-09-19}}</ref>, incolor, amarga, transparente e com um forte odor que se assemelha ao do mel. Em sua composição encontram-se [[Peptídeo|peptídeos]], [[Enzima|enzimas]], substâncias voláteis e uma grande quantidade de água.
 
== Composição<ref name=":0" /><ref>{{Citar periódico|ultimo=Hossen|primeiro=Md. Sakib|ultimo2=Shapla|primeiro2=Ummay Mahfuza|ultimo3=Gan|primeiro3=Siew Hua|ultimo4=Khalil|primeiro4=Md. Ibrahim|data=2016-12-27|titulo=Impact of Bee Venom Enzymes on Diseases and Immune Responses|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6155781/|jornal=Molecules : A Journal of Synthetic Chemistry and Natural Product Chemistry|volume=22|numero=1|doi=10.3390/molecules22010025|issn=1420-3049|pmid=28035985|acessodata=}}</ref><ref name=":3" />==
A '''apitoxina''' é 88% água e os seus principais constituintes sólidos são:
 
* [[PeptídeoEnzima|peptídeosenzimas]] grandes (5013-6015%)
**[[fosfolipase A2]] (10-12%)
** [[hialuronidase]] (1-3%)
*[[Peptídeo|peptídeos]] grandes (50-60%)
** melitina (~50%)
** peptídeo MCDapamina (~21-3%)
** apaminapeptídeo MCD (~1-2%)
** [[Enzima|enzimas]]secapina (130,5-152%)
** [[fosfolipase A2]]procamina (121-2%)
**inibidor de protease (~0,8%)
** [[hialuronidase]] (1-3%)
* pequenas moléculas (~24%).
 
== Ação do veneno ==
Embora a '''apitoxina''' contenha [[Ácido metanoico|ácido fórmico]], bem como [[ácido clorídrico]] e [[ácido ortofosfóricofosfórico]], esses ácidos ocorrem apenas em pequenas quantidades, sendo que a coceira e a queimação são causadas pela interação com as proteínas e enzimas presentes no veneno, as quais levam à liberação de histamina pelo corpo.<ref name=":0" /><ref name=":1" /><ref>LEITE e ROCHA. (2005). APITOXINA. Disponível em: <http://www.ruc.unimontes.br/index.php/unicientifica/article/view/86/80>. Acesso em: 20 de mar. de 2018.</ref>
 
Após o veneno penetrar na pele, o inibidor de protease impede a destruição [[Catálise|catalítica]] da hialuronidase e permite que ela quebre polímeros de [[ácido hialurônico]], importantes componentes da [[matriz extracelular]], o que facilita a propagação do veneno pelo tecido. O peptídeo MCD causa a degranulação de mastócitos através da liberação de histamina, levando a respostas alérgicas e inflamatórias. No sistema circulatório, a fosfolipase A e a melitina provocam hemólise. Em concentrações elevadas, compostos como a apamina (neurotoxina), a melitina e a fosfolipase A2 apresentam alta toxicidade, mas não se observam efeitos tóxicos decorrentes de apenas algumas picadas de abelha.<ref name=":0" /><ref name=":3" />
 
== Uso medicinal ==
Embora historicamente a '''apitoxina''' tenha sido usada com fins medicinais, evidências mostram uso do veneno para tal fim com datação de mais de 3.000 anos<ref name=":3">{{citar periódico|ultimo=Ali|primeiro=Mahmoud Abdu Al-Samie Mohamed|ano=2012|titulo=Studies on Bee Venom and Its Medical Uses|url=http://www.ijoart.org/docs/Studies-on-Bee-Venom-and-Its-Medical-Uses.pdf|jornal=International Journal of Advancements in Research & Technology|acessodata=19 de setembro de 2019}}</ref> na [[China]] e de 200 anos na [[Europa]]. Sua eficácia como fármaco ainda não foi efetivamente comprovada, ainda que alguns pacientes relatem melhora em quadros de [[Artrite|artrites]] e [[Reumatismo|reumatismos]]. A [[apiterapia]], método de [[Naturopatia|medicina natural]] que utiliza-se de compostos derivados das [[Abelha|abelhas]] para fins terapêuticos, em especial a '''apitoxina''', carece de [[Comprovação científica|comprovação cientifica]]<ref name=":2">STAHLKE, Edwalda V. R. S. (2013). APITHERAPY TECHNIQUE HAS NO RECOGNIZED USE. Disponível em: <http://crmpr.org.br/publicacoes/cientificas/index.php/arquivos/article/viewFile/444/434>. Acesso em: 20 de mar. de 2018.</ref>. Ainda como contraindicação acerca do tratamento com '''apitoxina''' existe a possibilidade, com uso repetitivo da substância, do desenvolvimento de diversos graus de [[alergia]], assim como o risco de [[anafilaxia]].<ref name=":2" /> Por não haver segurança sobre o grau de [[Esterilidade (microbiologia)|esterilidade]] do ferrão, a aplicação do [[veneno]] pode desencadear [[Infecção|infecções]] localizadas ou sistêmicas.
 
== Bibliografia ==