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Com Aretha cantando na nota de [[ré sustenido]] junto ao seu mentor, a terceira faixa "Old Landmark" é um sucesso gospel de 1951 cantado originalmente pelas Ward Singers, das quais tinham Clara Ward, uma das convidadas para ver a gravação de ''Amazing Grace'', nos vocais principais. O livro sobre o LP conta que a faixa "é construída com dísticos repetidos que um vocalista excitante, como Franklin, transforma através de mudanças constantes na ênfase", ainda comparando como esta mesma técnica funcionou para artistas de palavra falada; Horace Clarence Boyer apontou que "[Luther] King Jr. usou uma técnica semelhante quando ele repetiu "''Eu tenho um sonho''" quinze vezes no seu [[Eu Tenho um Sonho|discurso de agosto de 1963 em Washington]].<ref>{{harvnb|Cohen|2011|pp=97–98}}</ref> A primeira parte do LP é terminada com "Give Yourself to Jesus", que é uma faixa instrumental gravada algum tempo após as performances para o disco, com os vocais de Franklin sendo adicionados algum tempo depois disso, de acordo com produtor da reedição do ''Amazing Grace''. Segundo o livro sobre o disco, a faixa "prenuncia o que se tornaria conhecido como gospel contemporâneo", não sendo "uma das canções de gospel tradicional do qual Franklin teria ouvido de seus heróis musicais da infância"; foi composta por Robert Fryson, que fez a música para o grupo Voices Supreme.<ref>{{harvnb|Cohen|2011|pp=99–100}}</ref> O coro transmite um "tom imparcial", em contraste com a extroversão de Franklin na última faixa, com Cohen notando sua contenção vocal. A artista faz ênfases inesperados, como na linha “''Dê-se ao mestre''", onde seu sotaque está na preposição da frase, e não em seu objeto. Esta faixa acaba com uma recitação da Bíblia no [[Salmo 23]], da qual abriga uma famosa linha sobre proteção divina enquanto o [[David|Rei David]] caminhava pelo vale da morte; a cantora deixa, ainda segundo o livro, "todas as inferências — pessoais e sociais — abertas".<ref name=":9">{{harvnb|Cohen|2011|pp=100–101}}</ref>
 
O lado B do primeiro disco se inicia com "How I Got Over", um ''hit'' gospel de Ward em 1950. Isso, segundo Cohen, "seria assustador sob quaisquer circunstâncias. Mas teria sido particularmente formidável com Ward e sua mãe nos bancos, embora que elas não pareciam protestar contra Franklin cantando em uma chave ([[Fá|F]]) um passo e meio acima de Ward (Ab)".<ref name=":9" /> Fazendo uma revisão para o livro, ele ainda ressalta que a apresentação de Franklin da faixa no disco "demonstra o quão perto ela estava de Ward, especialmente quando comparado com a versão popular de [[Mahalia Jackson]] em 1951. [...] A cobertura assertiva de Franklin da música de Ward reconheceu sua influência enquanto tornou-se um veículo para ela destacar sua própria identidade — assim como fez dez anos antes através de seu tributo à [[Dinah Washington]]".<ref name=":10">{{harvnb|Cohen|2011|pp=102–103}}</ref> Franklin cantou com uma voz é um pouco mais aguda do que a da faixa original, e o ponto mais alto da faixa se caracteriza pela enfatização no "''Eu''" do título com os gritos que permeiam seu trabalho popular. A batida, da qual o restante da seção rítmica também toca, se caracteriza como "[[Pentecostalismo|pentecostal]] por definição, mas também pode ser descrito como ''[[funk]]''".<ref name=":10" /> Segue-se "What a Friend We Have in Jesus", um número que "era frequentemente realizado em igrejas, e para que ela pudesse absorvê-lo de qualquer lugar". O autor diz que Franklin "deve ter conhecido a versão de [[Roberta Martin]] do ano de 1950 com o [[organista]] Willie Webb, especialmente considerando a história de Cleveland com os Roberta Martin Singers"; no entanto, ele nota que "enquanto Martin a cantava como uma música lenta e de lamento conversacional, deliberadamente arrastando na linha sobre a "dor desnecessária que suportamos", Franklin transforma em uma celebração.<ref>{{harvnb|Cohen|2011|ppp=105}}</ref> Com 11 minutos e "livre de qualquer restrições do medidor", a [[Amazing Grace|faixa-título]] na voz de Franklin foi uma das contribuições que a faixa teve para que começasse a ser mais gravada por artistas; das 457 gravações lançadas comercialmente da canção realizadas pela [[Biblioteca do Congresso]], 97% eram entre 1971 e 2001, segundo o livro ''Amazing Steve'' (2002) de Steve Turner. Ele ainda ressalta que a cantora teve uma propriedade na faixa com sua "gama superior e improviso brilhante".<ref>{{harvnb|Cohen|2011|pp=106–107}}<br /></ref> Iniciando-se com um murmúrio, a música gradualmente segue o coro. Praticamente todas as [[Vogal|vogais]] são estendidas, mas então ela corta todas enquanto entrega a linha "''Quando estivemos aqui no meio''" como uma espécie de ''proto-[[rap]]''. As frases "''Em frente''" e "''Oh, sim''" não são apenas "interjeições improvisadas" que Turner observa, "mas são empilhadas em direção à aquele grito evangélico facilmente identificável no fim da música".<ref>{{harvnb|Cohen|2011|p=108}}</ref>
 
{{Referências}}