Cleópatra: diferenças entre revisões

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=== Batalha de Áccio ===
[[Ficheiro:Augustus Statue.JPG|miniaturadaimagem|Um busto reconstruído de Augusto como um octaviano mais jovem, datada de c. 30 aC]]
Num discurso ao Senado romano no primeiro dia de seu consulado em 1 de janeiro de 33 aC, Otaviano acusou Antônio de tentar subverter as liberdades e a integridade territorial como escravo de uma rainha oriental.{{sfn|Bringmann|2007|p=302}} Antes do ''[[imperium]]'' conjunto de ambos os líderes expirar em 31 de dezembro, Antônio declarou Cesarião como o verdadeiro herdeiro de César, na tentativa de minar Otaviano.{{sfn|Bringmann|2007|p=302}} Em 1 de janeiro de 32 aC, seus partidários [[Caio Sósio]] e [[Cneu Domício Enobarbo (cônsul em 32 a.C.)|Cneu Domício Enobarbo]] foram eleitos cônsules.{{sfn|Roller|2010|p=134}} Em 1 de fevereiro, Sósio proferiu um discurso ardente condenando Otaviano, agora um cidadão privado sem cargo público, e apresentou leis contra ele.{{sfn|Roller|2010|p=134}}{{sfn|Bringmann|2007|pp=302–303}} Durante a próxima sessão senatorial, Otaviano entrou na casa do Senado com guardas armados e apresentou suas próprias acusações contra os cônsules.{{sfn|Roller|2010|p=134}}{{sfn|Bringmann|2007|p=303}} Intimidados por esse ato, os cônsules e mais de 200 senadores ainda apoiando Antônio fugiram de Roma no dia seguinte para se juntar a ele.{{sfn|Roller|2010|p=134}}{{sfn|Bringmann|2007|p=303}}{{sfn|Burstein|2004|pp=29–30}}
 
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Durante a primavera de 32 aC, Antônio e Cleópatra viajaram para Atenas, onde ela o convenceu a enviar a Otávia uma declaração oficial de divórcio.{{sfn|Roller|2010|p=135}}{{sfn|Bringmann|2007|p=303}}{{sfn|Burstein|2004|pp=xxii, 29}} Isso encorajou Planco a aconselhar Otaviano de que deveria aproveitar o testamento de Antônio, investida nas [[Vestal|Virgens Vestais]].{{sfn|Roller|2010|p=135}}{{sfn|Bringmann|2007|p=303}}{{sfn|Burstein|2004|p=29}} Embora fosse uma violação dos direitos sagrados e legais, Otaviano adquiriu com força o documento do [[Templo de Vesta]], e tornou-se uma ferramenta útil na guerra de propaganda contra seus adversários no Egito.{{sfn|Roller|2010|p=135}}{{sfn|Burstein|2004|p=29}} Otaviano destacou partes do testamento, como Cesarião sendo nomeado herdeiro de César, de que as doações de Alexandria eram legais, que Antônio deveria ser enterrado ao lado de Cleópatra no Egito, em vez de Roma, e que Alexandria seria feita a nova capital da República Romana.{{sfn|Roller|2010|p=136}}{{sfn|Bringmann|2007|p=303}}{{sfn|Burstein|2004|p=29}} Numa demonstração de lealdade a Roma, Otaviano decidiu começar a construção de [[Mausoléu de Augusto|seu próprio mausoléu]] no [[Campo de Marte (Roma)|Campo de Marte]].{{sfn|Bringmann|2007|p=303}} Sua posição legal também foi aprimorada ao ser eleito cônsul no ano seguinte.{{sfn|Bringmann|2007|p=303}} Com a vontade de Antônio tornada pública, Otaviano teve seu ''[[casus belli]]'', e Roma declarou guerra a Cleópatra,{{sfn|Roller|2010|p=136}}{{sfn|Burstein|2004|pp=xxii, 30}}{{sfn|Jones|2006|p=147}} não ao comandante.{{nota de rodapé|Como explicado por {{harvnb|Jones|2006|p=147}}, "Otaviano teve que seguir uma linha tênue enquanto preparava-se para se envolver em hostilidades abertas com Antônio. Ele teve o cuidado de minimizar associações com a guerra civil, pois o povo romano já havia sofrido muitos anos de conflito e Otaviano poderia correr o risco de perder o apoio caso declarasse guerra a um [[Cidadania romana|concidadão]]."}} O argumento legal para a guerra se baseava menos nas aquisições territoriais de Cleópatra, com antigos territórios romanos governados por seus filhos com Antônio, e mais no fato de que ela estava fornecendo apoio militar a um cidadão privado agora que a autoridade triunviral dele havia expirado.{{sfn|Roller|2010|pp=136–137}}
 
{{Imagem múltipla
| align = left
| footer = Esquerda: Um [[tetradracma]] de prata de Cleópatra cunhado em [[Selêucia Piéria]], Síria. Direita: Um tetradracma de prata cunhado em [[Ascalão]], Israel
| image1 = Cleopatra VII tetradrachm Syria mint.jpg
| width1 = 143
| image2 = Cleopatra VII tetradrachm Ascalon mint.jpg
| width2 = 149
}}
O casal possuía uma frota maior do que Otaviano, mas suas tripulações da marinha não eram todas bem treinadas, algumas talvez de navios mercantes, enquanto o inimigo possuía uma força totalmente profissional.{{sfn|Roller|2010|pp=137, 139}}{{sfn|Burstein|2004|p=30}} Antônio queria atravessar o [[Mar Adriático]] e bloquear Otaviano em Tarento ou Brundísio,{{sfn|Bringmann|2007|pp=303–304}} mas a rainha, preocupada principalmente com a defesa do Egito, anulou a decisão de atacar a Itália diretamente.{{sfn|Roller|2010|p=137}}{{sfn|Burstein|2004|p=30}} Antônio e Cleópatra estabeleceram sua sede de inverno em [[Patras|Pátrai]], na Grécia, e na primavera de 31 aC mudaram-se para Áccio, no lado sul do [[Golfo Ambraciano]].{{sfn|Roller|2010|p=137}}{{sfn|Bringmann|2007|pp=303–304}}
 
O casal tive o apoio de vários reis aliados, mas a rainha já havia entrado em conflito com Herodes, e um terremoto na Judeia deu a ele uma desculpa para ausentar-se da campanha. Também perderam o apoio de Malico I, o que provaria ter consequências estratégicas. Perderam várias escaramuças contra Otaviano em torno de Áccio durante o verão de 31 aC, enquanto as deserções no campo de seu adversário continuaram, incluindo Délio, companheiro de longa data, e os reis aliados [[Amintas da Galácia]] e [[Lista de reis da Paflagônia|Deiótaro da Paflagônia]]. Enquanto alguns no campo de Antônio sugeriram abandonar o conflito naval para recuar para o interior, Cleópatra pediu um confronto naval, para manter a frota de Otaviano longe do Egito.
 
Em 2 de setembro de 31 aC, as forças navais de Otaviano, lideradas por [[Marco Vipsânio Agripa]], encontraram as de Antônio e Cleópatra na [[Batalha de Áccio]]. Cleópatra, a bordo de sua capitânia, a ''Antonias'', comandava 60 navios na foz do Golfo Ambraciano, na parte traseira da frota, no que provavelmente foi um movimento dos oficiais de Antônio para marginalizá-la durante a batalha. Antônio ordenou que seus navios tivessem velas a bordo para uma melhor chance de perseguir ou fugir do inimigo, que Cleópatra, sempre preocupada em defender o Egito, costumava percorrer rapidamente a área de grande combate em uma retirada estratégica para o [[Peloponeso]]. Burstein relatou que os escritores romanos partidários acusariam Cleópatra de covardemente abandonar Antônio, mas sua intenção original de manter as velas a bordo pode ter sido quebrar o bloqueio e salvar o máximo possível de sua frota. Antônio a seguiu e embarcou em seu navio, identificado por suas [[Púrpura tíria|velas roxas]] distintas, quando os dois escaparam da batalha e dirigiram-se para [[Cabo Tênaro|Tênaro]]. Antônio teria evitado Cleópatra durante essa viagem de três dias, até que suas damas em Tênaro o instaram a falar com ela. A Batalha de Áccio prosseguiu sem os dois até a manhã de 3 de setembro e foi seguida por deserções maciças de oficiais, tropas e reis aliados ao lado de Otaviano.
 
== Árvore genealógica ==