Imigração italiana no Rio Grande do Sul: diferenças entre revisões

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A maior parte dos que foram para o Brasil ia não só em busca da chance de prosperar, mas principalmente eram movidos pela ideia de se tornarem proprietários de terras.<ref name="Rovílio"/><ref name="Alvin"/> Circulava na época todo um folclore sobre o Brasil, país ainda pouco conhecido na Europa. Lendas sobre criaturas fantásticas e riquezas imensuráveis eram tidas como fatos pela gente mais simples, que se tornavam assim presa fácil para os agentes de recrutamento, que alimentavam as antigas histórias sobre a [[Cocanha]] e a localizavam no Brasil, onde haveria fortuna fácil para todos, onde realizariam o seu sonho de serem livres, ricos, e, enfim, também senhores.<ref name="Damke"/> A literatura sobre a Cocanha existia desde o século XIII, descrevendo um lugar, como conta [[José Clemente Pozenato|Pozenato]], onde "chovem pérolas e diamantes, mas podem chover também raviólis. Em direção ao porto, denominado Porto dos Ociosos, navegam embarcações carregadas de especiarias, mortadelas, toda a sorte de embutidos e presuntos. Rios de vinho grego são atravessados por pontes de fatias de melão, lagos de molhos soberbos estão coalhados de ''polpette'' e ''fegatelli''. Fornadas permanentes de pão de farinha de trigo abastecem os habitantes do lugar. Aves assadas despencam do céu, direto sobre a mesa, enquanto as árvores cobrem-se de frutos nos doze meses do ano. As vacas parem um vitelo ao mês e os arreios dos cavalos são de ouro, mas as rédeas são linguiças".<ref>Pozenato, José Clemente. ''A Cocanha''. Mercado Aberto, 2000, p. 7</ref> Segundo Damke & Gomes,
 
::"Ao analisar a história da imigração alemã e italiana para o Brasil, não dá para ignorar a ação dos agenciadores de imigrantes na Europa que, segundo Arendt e Pavani (2006, p. 22), Damke (2013, p. 27) e outros autores, foi intensa e deve ter influenciado na decisão de muitas pessoas a emigrarem. [...] Os sonhos de como seria a América estavam presentes de forma intensa no imaginário dos imigrantes. [...] Os historiadores que tratam da imigração alemã e italiana destacam que os imigrantes literalmente passavam fome em sua terra natal, por isso o sonho de ter comida para si e para sua família devia estar presente no seu dia a dia. E quando o sonho se realizava, a cocanhaCocanha do imaginário popular se tornava realidade".<ref name="Damke">Damke, Ciro & Gomes, Mariani Vanessa. [http://www.seminariolhm.com.br/2018/simposios/19/simp19art05.pdf "O Paese di Cuccagna e a Phantasieinsel: a construção do imaginário popular dos imigrantes alemães e italianos"]. In: ''XIII Seminário nacional de Literatura, História e Memória e IV Congresso Internacional de Pesquisas em Letras no Contexto Latino Americano''. Unioeste, 22-24/11/2017</ref>
[[File:Cafe plantacao.jpg|thumb|left|Italianos trabalhando numa fazenda de café.]]