Heimdall: diferenças entre revisões

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Na [[mitologia nórdica]], '''Heimdall''' é um [[Aesir|deus]], com a missão de guardar a ponte [[Bifrost]] - um arco-íris ligando o céu à Terra, e de tocar o retumbante chifre [[Gjallarhorn]], quando da aproximação do fim do mundo - o [[Ragnarök]]. Cavalga o cavalo-guará dourado [[Gulltop|Gulltoppr]], além de possuir dentes de ouro, e ser filho de nove mães.<br>
Heimdall é atestado como portador da presciência, visão aguçada e audição, é descrito como "o mais alvo dos deuses", e mantém o relógio para o início do [[Ragnarök]] ao beber muito [[hidromel]] em sua morada, [[Himinbjörg]], localizada onde a ponte arco-íris [[Bifrost|Bifröst]] queima ao encontrar-se com o céu. Heimdall é dito como o autor das [[Classe social|classes sociais]] entre os homens, uma vez que ele recuperou o tesouro [[Brisingamen|Brísingamen]] de Freyja enquanto lutava com a forma [[Pinípedes|lacrada]] de [[Loki]], ambos são destinados em seus futuros a se matarem durante os eventos do Ragnarök. Heimdall é igualmente designado como '''Hallinskiði''', '''Gullintanni''' e '''Vindler''' ou '''Vindhlér'''.
 
Heimdall é atestado na ''[[Edda em verso]]'', compilada no {{séc|XIII}} a partir do manual tradicional anterior, na ''[[Edda em prosa]]'' e ''[[Heimskringla]]'', escrita no {{séc|XIII}} por [[Snorri Sturluson]], na poesia de [[Escaldo|escalda]], e em uma inscrição em nórdico rúnico antigo encontrado na Inglaterra. Duas linhas de um poema perdido, ''Heimdalargaldr'', falam que, de alguma maneira, o deus sobrevive. Devido à natureza problemática e enigmática dessas leituras, os estudiosos têm produzido várias teorias sobre a natureza do deus, incluindo sua aparente relação com [[Ovelha|carneiros]], onde ele pode ser uma personificação ou estar ligado ao mundo da árvore [[Yggdrasil]], e potenciais cognatos [[Religião protoindo-europeia|indo-europeus]].
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== Atestados ==
Um espiral em um eixo de [[chumbo]] em uma [[Runas Futhack|runa Futhark]] com inscrições em [[Língua nórdica antiga|nórdico antigo]] sobre Heimdallr foi descoberto em Saltfleetby, [[Inglaterra]] em 1 de setembro de 2010. O próprio espiral no eixo é datado do ano 1000-1100 d.C. Na inscrição, o deus Heimdallr é mencionado ao lado do deus [[Odin]] e [[Þjálfi e Röskva|Þjálfi]], um nome de um dos servos do deus [[Thor]]. Em relação à leitura inscrição, John Hines, da Universidade Cardiff comenta que há "um grande ensaio a ser escrito sobre as incertezas da tradução e identificação aqui, a qual são claras, e muito importante, são os nomes de dois dos deuses nórdicos, no lado, Odin e Heimdallr, enquanto Þjálfi (masculino e não o feminino em-''a'') é o nome gravado de um servo do deus Thor."<ref name="DAUBNEY">Daubney (2010).</ref>
 
=== Edda em verso ===
Na ''[[Edda em verso]]'', Heimdallr é atestada em seis poemas, [[Voluspâ|Völuspá]], ''[[Grímnismál]]'', ''[[Lokasenna]]'', ''[[Þrymskviða]]'', ''[[Rígsþula]]'' e ''[[Hrafnagaldr Óðins]]''.
 
Heimdallr é mencionado três vezes na ''[[Voluspâ|Völuspá]]''. Na primeira estrofe do poema, o morto-vivo [[völva]] recitando um poema chama a ouvintes para ficar em silêncio e se refere a Heimdallr:
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Esta estrofe levou a várias interpretações acadêmicas. As "raças sagradas" foram consideradas de várias formas como tanto a humanidade ou os deuses. A noção de humanidade como "filhos de Heimdallr" é outra forma atestada e também resultou em várias interpretações. Alguns estudiosos têm apontado o poema de introdução da prosa ''[[Rígsþula]]'', onde Heimdallr disse ter ido uma vez até a humanidade, dormido entre os casais, e assim distribuía classes entre eles.<ref name="HEIMDALLRS-SONS">Veja a discussão em Thorpe (1866:3), Bellows (1923:3), e Larrington (1999:264).</ref>
 
[[Ficheiro:Heimdallr by Froelich.jpg|miniaturadaimagem|Heimdall soprando o Gjallarhorn, em uma ilustração de 1895 de [[Lorenz Frølich]].]]
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Em relação a esta estrofe, o estudioso Andy Orchard comenta que o nome ''Gjallarhorn'' pode aqui significar "chifre do rio [[Gjöll]]" já que "Gjöll é o nome de um dos rios do submundo, onde muita sabedoria é mantida para derivar", mas observa que, no poema ''[[Grímnismál]]'', cita-se que Heimdallr bebe muito [[hidromel]] em seu lar celestial, [[Himinbjörg]].<ref name="ORCHARD57">Orchard (1997:57).</ref>
 
No início do mesmo poema, o völva menciona um cenário que envolve a audição ou chifre (dependendo da tradução do substantivo ''hljóð'', em nórdico antigo, para fins de ilustração — traduções em negrito abaixo) do deus Heimdallr: