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Mesmo que um país detenha [[vantagem absoluta]] em todos os setores, tem vantagem em se especializar nas áreas onde tenha as maiores vantagens comparativas, efetuando depois trocas comerciais com outros países. Consegue desta forma obter uma maior quantidade dos produtos onde não se especializou comparado com a opção de produzir tudo por si.
 
Um exemplo disso é a especialização dos [[país desenvolvido|países desenvolvidos]] em [[alta tecnologia|produtos de alta tecnologia]], preferindo adquirir os bens de manufatura aos [[países em desenvolvimento]], onde a mão- de- obra é barata e abundante.
 
A teoria defende que desta forma se consegue obter um maior total de produtos e utilidade, comparando com a situação em que cada país decide pela produção própria de todos os produtos.
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Agir pelo interesse individual conduz muitas vezes ao interesse geral, mas nem sempre é assim. [[Paul Krugman]] e Robin Wells notam que "a [[mão invisível]] não é sempre nossa aliada".<ref name="Krugman_p27"/>.
 
Uma [[falha de mercado]] é um situação na qual o [[mercado]] não consegue a alocação óptima dos recursos económicos e dos bens e serviços. Isso pode acontecer, por exemplo, no caso de um [[monopólio]] (ou de um [[cartel]]), ou de uma situação em que coexistam desemprego e falta de mão- de- obra, ou ainda a existência de [[poluição]].
 
A falha de mercado, no sentido de alocação económica, é um conceito diferente da [[anomalia de mercado]], que tem um caráter mais financeiro, não da falta de [[Hipótese do mercado eficiente|eficiência do mercado]]. A anomalia de mercado diz respeito ao rendimento financeiro e a uma anomalia nos preços devida a fenómenos comportamentais.<ref>[[Edward Chamberlin]],[[Joan Robinson]]; ''Theory of Monopolistic Competition'', Cambridge, Harvard University Press, 1933</ref> Estes dois fenómenos podem ser a causa ou a consequência um do outro, ou resultar de uma causa comum.
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A economia enquanto uma disciplina contemporânea se fia em estilos rigorosos de argumentação. Os objetivos incluem a formulação de teorias que sejam mais simples, mais frutíferas e mais confiáveis do que outras teorias ou nenhuma teoria.<ref>[[Milton Friedman|Friedman, Milton]] (1953). "A Metodologia da Economia Positiva" ''Ensaios sobre Economia Positiva'', University of Chicago Press, pp. 10, 14-15.</ref> A análise pode começar com um simples [[modelo econômico|modelo]] que propõe uma [[hipótese]] de uma variável a ser explicada por outra variável. Com frequência uma hipótese em economia é somente [[Economia qualitativa|qualitativa]], não ''quantitativa''. Isto é, a hipótese implica a ''direção'' de uma mudança em uma variável, não o ''tamanho'' da mudança, para uma certa mudança de outra variável.<ref>Quirk, James (1987). "qualitative economics," ''The New Palgrave: A Dictionary of Economics'', v. 4, pp. 1-3.</ref> Para clareza de exposição, a teoria pode proceder com a suposição de ''[[ceteris paribus]]'', isto é, mantendo constante outros termos explicatórios que não aquele em questão. Por exemplo, a [[teoria quantitativa da moeda]] prediz um aumento no [[valor nominal]] da produção a partir de um aumento da [[oferta de moeda]], ''ceteris paribus''.
 
A teoria econômica é aberta às críticas de que ela confia em suposições irrealistas, não- verificáveis ou altamente simplificadas.<ref>Boland, Lawrence A. (2008). "assumptions controversy." ''[[The New Palgrave Dictionary of Economics, 2nd Edition]]''</ref> Um exemplo é a suposição da maximização do lucro pelas firmas competitivas. Respostas de executivos a perguntas sobre os fatores que afetam as suas decisões podem mostrar nenhum cálculo desse tipo.
 
=== Métodos quantitativos e matemáticos ===
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Os críticos alegam que a economia não pode atingir sempre a falseabilidade popperiana, mas os economistas apontam os muitos exemplos de experimentos controlados que fazem exatamente isso, apesar de conduzidos em laboratório.<ref name="Fair Play pages 82-87">The Economics of Fair Play. Karl Sigmund, Ernst Fehr and Martin A. Nowak in Scientific American, Vol. 286, No. 1, págs. 82-87; janeiro de 2002</ref><ref name="Human Altruism pages 785-791">The Nature of Human Altruism. Ernst Fehr and Urs Fischbacher in Nature, Vol. 425, págs. 785-791; 23 de outubro de 2003.</ref><ref>Andrew Oswald, "Happiness and Economic Performance", Economic Journal 107 (1997): p. 1815–1831.</ref>
 
Enquanto a economia tem produzido teorias que se correlacionam com os comportamentos observados na sociedade, a economia não gera leis naturais ou constantes universais devido à sua dependência de argumentos não- físicos. Isso tem levado alguns críticos a argumentar que a economia não é uma ciência.<ref name="Richardson">{{Citar web | url = http://www.sbs.utexas.edu/resource/onlinetext/Definitions/economicsNOTscience.htm | titulo = Economics is NOT Natural Science! (It is technology of Social Science.) |acessodata= 2007-03-17 | publicado = R.H. Richardson | data = 2001-01-28 |autor = Richardson, Dick}}</ref><ref name="dismal science">Richard Pettinger, Economics Teacher - [http://www.economicshelp.org/essays/the_dismal_science.html Economics - The Dismal Science] {{Wayback|url=http://www.economicshelp.org/essays/the_dismal_science.html |date=20101230000411 }}, economicshelp.org</ref>
Em geral, os economistas respondem que, enquanto esse aspecto apresenta sérias dificuldades, eles de fato testam as suas hipóteses usando [[métodos estatísticos]] como a [[econometria]] usando dados gerados no mundo real.<ref name="Roth">{{Citar web | url = http://kuznets.fas.harvard.edu/~aroth/econsci.html | titulo = Is Economics a Science? (Of course it is…) | acessodata = 2007-03-17 | publicado = Alvin E. Roth | ano = 1999 | autor = Roth, Alvin E. | obra = Unpublished letter to the Economist | arquivourl = https://web.archive.org/web/20070704102936/http://kuznets.fas.harvard.edu/~aroth/econsci.html | arquivodata = 2007-07-04 | urlmorta = yes }} Roth is the Gund Professor of Economics and Business Administration, Harvard Economics Department and [[Harvard Business School]]</ref>
O campo da [[economia experimental]] tem feito esforços para testar pelo menos algumas das predições de teorias econômicas em ambientes simulados em laboratório – um esforço que rendeu a [[Vernon Smith]] e [[Daniel Kahneman]] o [[Prémio de Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel|Prêmio Nobel em Economia]] em [[2002]].
 
Apesar de que a maneira convencional de conectar um [[modelo econômico]] com o mundo é através da análise [[econometria|econométrica]], a professora e economista [[Deirdre McCloskey]], através da [[crítica McCloskey]], cita muitos exemplos em que professores de econometria usaram os mesmos dados para tanto provar e negar a aplicabilidade das conclusões de um modelo. Ela argumenta que muito dos esforços dispendidos por economistas em equações analíticas é essencialmente esforço desperdiçado (posição seguida por economistas brasileiros como [[Pérsio Arida]]).Os econometristas respondem que essa é uma objeção a qualquer ciência, não apenas à economia. Críticos de McCloskey replicam dizendo que, entre outras coisas, ela ignora exemplos em que a análise econômica é conclusiva e que as suas afirmações são ilógicas.<ref>[http://www.econjournalwatch.org/pdf/CorrespondenceDecember2004.pdf CORRESPONDENCE - Econ Journal Watch, Volume 1, Number 3, December 2004, pp 539-545]</ref>
Alguns economistas, como ganhador do Prêmio Nobel [[Friedrich Hayek]], são da opinião que a tendência para a economia imitar os métodos e procedimentos das ciências físicas leva a resultados não- científicos, por se tratar da aplicação mecânica e não- crítica de hábitos de pensamento vindos de áreas sem as especificidades das ciências sociais.<ref name="Hayek">{{Citar web | url = http://nobelprize.org/nobel_prizes/economics/laureates/1974/hayek-lecture.html#not1 | titulo = The Pretence of Knowledge |acessodata= 2007-09-26 | publicado = Nobleprize.org | ano = 1974 |autor = [[Friedrich Hayek|Hayek, Friedrich A.]] | obra = Lecture to the memory of Alfred Nobel}}</ref> A área econômica também é conhecida por ser excessivamente abstrata e se fechar para o mundo real.<ref>[http://keenomics.s3.amazonaws.com/debtdeflation_media/papers/Dahlem_Report_EconCrisis021809.pdf The Financial Crisis and the Systemic Failure of Academic Economics*] [[Universidade Humboldt de Berlim]]</ref>
 
A economia já foi apelidada de "ciência sombria" (''The dismal science'' no original em inglês), de forma humorística e até mesmo depreciativa. A expressão é atribuída ao historiador [[Era vitoriana|vitoriano]] [[Thomas Carlyle]], no {{séc|XIX}}. Afirma-se que Carlyle apelidou a economia de "ciência sombria" como resposta aos escritos do reverendo [[Thomas Malthus|Thomas Robert Malthus]] do final do {{séc|XVIII}}, que sinistramente previa a fome como resultado do crescimento projetado da população exceder o taxa de aumento da oferta de alimentos. No entanto, a expressão foi efetivamente usada por Carlyle no contexto de um debate com John Stuart Mill sobre a [[escravidão]], no qual Carlyle argumentava a favor e Mill contra.
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=== Crítica aos pressupostos usados ===
Certos modelos usados por economistas são criticados, até por outros economistas, pela sua dependência de pressupostos irrealistas, não- observáveis ou não- verificáveis. Uma resposta a essas críticas é que os pressupostos irrealistas resultam de abstrações que simplificam detalhes pouco importantes, e que tais abstrações são necessárias em um mundo real complexo. Isso significa que os pressupostos simplificadores, ao invés de afetar o valor [[Epistemologia|epistêmico]] da economia, são essenciais para a formação do conhecimento em economia. Os economistas são também criticados por ignorar o papel da dívida das sociedades.<ref>[http://www.economics-ejournal.org/economics/journalarticles/2010-31 Solving the Paradox of Monetary Profits]</ref> A classe é considerada fechada em relação ao mundo real,<ref>[http://deborahcampbell.org/writing/politics/post-autistic-economics/ Post-Autistic Economics]</ref> e de se achar acima da mesma.<ref>[http://www.nytimes.com/2009/03/05/books/05deba.html?scp=2&sq=ivory&st=cse&_r=0 Ivory Tower Unswayed by Crashing Economy] PATRICIA COHEN, [[The New York Times]]</ref> A profissão é tida também como uma religião.<ref>[http://harpers.org/archive/2005/05/let-there-be-markets/ Let There Be Markets
The evangelical roots of economics] Gordon Bigelow</ref><ref>[http://www.theguardian.com/commentisfree/belief/2009/jul/11/economics-greenspan-neoclassical Praying for a revolution in economics] Alex Andrews, [[The Guardian]]</ref><ref>[http://www.psupress.org/books/titles/0-271-02095-4.html Economics as Religion] Robert H. Nelson</ref>