Região Sul do Brasil: diferenças entre revisões

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*'''Os "brancos" são predominantes no Sul:''' A maior parte dos habitantes que habitam a região Sul se autodeclara "branca", 79,6% da [[população]].<ref name="PNAD 2006"/> Alguns fatores deram sua contribuição para que a [[imigração]] europeia se concentrasse no Sul do Brasil{{carece de fontes|data=Agosto de 2012}}, tendo começo pela natureza, em especial porque o clima é subtropical.<ref group=nota>No Brasil, país em que predomina o clima tropical, apenas a Região Sul encontra-se sob o domínio do clima subtropical (um clima de transição entre o tropical predominante no Brasil e o temperado, predominante na Argentina), ou seja, o clima típico desta região é mais frio em comparação ao clima tropical, e é onde são registradas as mais baixas temperaturas do país. Nesse clima, as temperaturas variam de 16°C a 20°C ao ano, porém, o inverno é costumeiramente muito frio para os padrões brasileiros, com frequência de geadas na quase totalidade das áreas, e em lugares onde há altitudes de maior elevação, queda de neve. As estações do ano apresentadas possuem grande diferenciação e a amplitude térmica anual é relativamente muito grande. As chuvas, na quase totalidade do território regional, são distribuídas regularmente durante todo o ano, entretanto, no Norte do Paraná — transição para a zona intertropical — as chuvas são concentradas nos meses de verão. Também podem ser encontradas características tropicais nas baixadas litorâneas do Paraná e Santa Catarina, onde as temperaturas estão acima de 20&nbsp;°C e, principalmente, há queda de chuvas no verão. As temperaturas também são afetadas pelos ventos. No verão, as temperaturas aumentam por causa do calor e da umidade dos ventos alísios que vêm do sudeste, depois as chuvas caem com força. O inverno no Sul do Brasil é muito frio com geada e neve por causa das frentes frias que são massas de ar vindas do Pólo Sul. Esse vento frio é chamado de minuano ou pampeiro pelos paranaenses, catarinenses e gaúchos. É importante ressalvar, que as características contidas no clima da região Sul do Brasil, têm grande influência graças à Massa Polar Atlântica (MPA) que é fria e úmida. A mesma origina-se no anticiclone situado ao sul da Patagônia. Sua atuação é mais intensa no inverno, com presença marcante nas regiões Sul e Sudeste. Pode atingir outras regiões como a Amazônia, onde a mesma se enfraquecera.</ref><ref group=nota>Na Itália são apresentadas ambas as grandes zonas climáticas: a continental, onde são compreendidas as montanhas e vales alpinos e a grande planície do Pó; e a mediterrânea, que a península e as ilhas formam. Como o país muito extenso de norte a sul, o clima varia frequentemente: o sul tem um clima subtropical mediterrâneo; a planície padano-veneziana, um clima temperado marítimo, como o da Europa ocidental. O clima dos Alpes é o que ocorre nas altas regiões montanhosas. Há grande variação do clima segundo a altitude, desde moderação das temperaturas dos vales dotados de profundidade e de boa proteção até os picos mais frios, que a eternidade das neves os cobre. Na região alpina, há abundância e boa distribuição das chuvas no decorrer do ano. É observado o efeito que regula das massas de água que se localizam nas margens dos lagos alpinos, onde ocorre o crescimento de oliveiras, ciprestes e até limoeiros. Ma Itália faz calor no verão. As temperaturas no norte e no sul quase são igualadas, a não ser pelas chuvas que caem pelo ar úmido. No sul, faz calor e entra a luz do sol, mas seca ao extremo. A estiagem pode ter continuidade num período de cinco meses e superior a isso; quando há ocorrência disso, há queda de chuvas em violentos aguaceiros. Na planície do Pó, faz frio no inverno, quando ocorre densidade de neblina. Faz calor no verão e permite o cultivo de cereais, como o arroz. Como há abundância de chuvas no período da primavera e do outono, elas não são diminuídas no verão. Por ser ilha, o clima da Sicília é de suavidade no inverno; já a Sardenha é influenciada periodicamente pelo forte vento mistral, vindo do noroeste. O siroco, que é vento sufocante de sudoeste que vem do Saara, causa dano a península e as ilhas durante o verão.</ref><ref group=nota>O clima sul-brasileiro é um pouco semelhante ao de inverno do norte da Itália, onde faz frio em janeiro e calor em julho. Em 1875, quando os primeiros imigrantes italianos chegaram no Sul do Brasil, na época, o hemisfério sul já sofria influências climáticas do então período conhecido como equinócio de outono, fenômeno natural que ocorre a cada ano.</ref> Além disso, razões [[história|históricas]] também deram estímulo a essa concentração: no [[Brasil Império|período imperial]], era necessária a garantia de posse das terras do Sul, porque era uma região de povoamento escasso;<ref group=nota>A região Sul recebeu grande número de imigrantes graças a uma iniciativa do imperador Dom Pedro II. Preocupado com a possibilidade de nosso país ser invadido pelo Uruguai e pela Argentina, resolveu terras do governo a imigrantes europeus. Essa iniciativa coincidiu com os graves problemas políticos e econômicos que Itália e Alemanha enfrentavam na segunda metade do século XIX.</ref> Depois de [[Abolição da escravatura no Brasil|abolida a escravidão]], a entrada de mão- de- obra imigrante foi incentivada pelo [[Governo do Brasil|governo brasileiro]];<ref group=nota>Após a abolição da escravatura (1888), o governo brasileiro incentivou a entrada de imigrantes europeus em nosso território. Com a necessidade de mão-de-obra qualificada, para substituir os escravos, milhares de italianos e alemães chegaram para trabalhar nas fazendas de café do interior de São Paulo, nas indústrias e na zona rural do sul do país.</ref> já no [[século XX]], as duas guerras mundiais (1914-1918 e 1939-1945), trouxeram milhares de [[Europa|europeus]] que fugiam dos conflitos e da perseguição nazista.<ref>{{citar web|url=http://www.ahjb.org.br/ahjb_pagina.php?mpg=03.01.00.00|título=Imigração judaica no Brasil - cronologia|publicado=Arquivo Histórico Judaico Brasileiro|acessodata=7 de agosto de 2012}}</ref><ref name="ANTUNES 98">ANTUNES, Celso. ''Geografia e participação, volume 2: as regiões do Brasil''. São Paulo: Scipione, 1996. p. 98.</ref>
 
Como no restante do Brasil, contudo, e de fato, a população no geral apresenta ancestralidades europeia, indígena e africana, "brancos", "pardos" e "negros", conforme revela a genética.<ref name="plosone.org">http://www.plosone.org/article/info%3Adoi%2F10.1371%2Fjournal.pone.0017063</ref> Esse estudo genético de 2011 também constatou que do ponto de vista da ancestralidade as diferenças entre as regiões do Brasil são menores do que muitos pensavam.<ref name="plosone.org"/>
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Outro genético de 2013, que analisou todas as regiões do Brasil, também revelou que em todas elas existem contribuições europeia, indígena e africana, somente variando o grau de cada, em cada uma delas. Em todas as regiões do Brasil, a ancestralidade europeia foi a principal, com importantes contribuições africana e indígena. No sul, também foram encontradas contribuições africana e indígena, com ancestralidade predominante europeia.<ref>http://www.plosone.org/article/fetchObject.action?uri=info%3Adoi%2F10.1371%2Fjournal.pone.0075145&representation=PDF</ref>
 
*'''A população é distribuída de maneira desigual:''' Apesar de o contraste entre as áreas aglomeradas e vazias, no Sul, não se acentuar como nas demais regiões, os centros urbanos, acima de tudo [[Curitiba]], [[Porto Alegre]] e cidades localizadas no vale do [[rio Itajaí|Itajaí]], são apresentadoras de altas [[densidade demográfica|densidades demográficas]].<ref>{{citar web |url=http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/populacao_por_municipio.shtm |título=Censo Brasileiro 2010 - Resultados Consolidados}}</ref> Os trechos de maior despovoamento do Sul do Brasil estão localizadas na [[pampa|Campanha Gaúcha]], onde sua economia é baseada na [[pecuária]] extensiva, em que há pouca [[mão- de- obra]] empregada.<ref name="ANTUNES 98" /><ref>{{citar web|url=http://www.scp.rs.gov.br/atlas/atlas.asp?menu=295|título=Densidade demográfica|autor=Governo do Rio Grande do Sul|publicado=Atlas Sócio-Econômico do Rio Grande do Sul|acessodata=7 de agosto de 2012|arquivourl=https://web.archive.org/web/20121114182915/http://www.scp.rs.gov.br/atlas/atlas.asp?menu=295|arquivodata=2012-11-14|urlmorta=yes}}</ref>
*'''A população sulista possui um bom padrão de vida:''' Como em qualquer lugar do mundo, na região Sul há [[pobreza]], problemas sociais e urbanos, mas, em grau menor em comparação ao restante do Brasil. O Sul merece destaque por ter apresentado a maior taxa de [[alfabetização]], o mais alto nível de [[Alimentação|consumo alimentar]], a mais elevada [[expectativa de vida]],<ref>{{citar web|url=http://www.bcb.gov.br/pec/boletimregional/port/2009/01/br200901b1p.pdf|título=Evolução do IDH das Grandes Regiões e Unidades da Federação|autor=Boletim Regional do Banco Central do Brasil|data=janeiro de 2009|publicado=Banco Central do Brasil|acessodata=26 de maio de 2012}}</ref> a menor [[desigualdade de renda]], a melhor [[educação]] e [[saúde]] pública, o mais alto nível de bem estar social<ref>http://www.infomoney.com.br/minhas-financas/noticia/2330888/santa-catarina-oferece-melhores-condicoes-qualidade-vida-diz-estudo</ref> e a menor taxa de [[corrupção]] do Brasil. Em números absolutos, a Região Sudeste possui o maior [[PIB]], o maior [[PIB per capita]], a maior quantidade de [[Escola|estabelecimentos escolares]], as melhores [[universidade]]s, os melhores [[hospitais|estabelecimentos hospitalares]], e outros, concentradas sobretudo nos estados de [[São Paulo (estado)|São Paulo]] e do [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]]. De acordo com uma pesquisa recente, a Região Sul, apesar de apresentar um número menor de escolas, hospitais, estabelecimentos governamentais e etc, teriam eles melhor distribuídos pelo seu respectivo território e atendendo de forma bem mais eficiente sua população.<ref name="ANTUNES 99">ANTUNES, Celso. ''Geografia e participação, volume 2: as regiões do Brasil''. São Paulo: Scipione, 1996. p. 99.</ref>
 
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* '''Excessos do clima:''' O clima subtropical, ainda que agradável na maior parte do ano, é responsável por frequentes geadas, de consequências desastrosas para a [[agricultura]], principalmente para as plantações de [[cafeeiro|café]]. Além disso, chuvas intensas podem causar inundações incontroláveis, de efeitos muito negativos sobre a sociedade e a [[economia]].
* '''Dificuldades de ordem humana:''' Grande parte da [[população]] ainda emprega técnicas agrícolas e pecuárias primitivas, obtendo um rendimento bastante abaixo do ideal. Além disso, a mecanização das [[lavoura]]s leva ao [[desemprego]], causando a migração para outros [[unidades federativas do Brasil|estados brasileiros]] e o surgimento de [[boia-fria|boias-frias]]. Esses [[Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra|trabalhadores rurais sem terra]] são contratados temporariamente para tarefas que exigem muita [[mão- de- obra]] e dispensados em seguida. Suas condições de [[Trabalho (economia)|trabalho]], [[saúde]] e [[habitação|moradia]] são absolutamente precárias. Embora os boias-frias não constituam problema específico da Região Sul do Brasil, o estado do Paraná é a unidade federativa com o maior número de pessoas nessas condições.<br /> Para os problemas decorrentes de condições naturais há perspectivas de solução: técnicas para combater o efeito das geadas e obras para conter as enchentes começam a serem desenvolvidas em todas as áreas críticas. No caso dos problemas de caráter social, com raízes [[história|históricas]], as soluções exigem mais tempo, porém não são impossíveis; atualmente, o progresso dos meios de [[transporte]]s e a ampliação de [[comunicações]] viabilizam projetos de alfabetização e amparo médico-sanitário às populações isoladas. A Sudesul ([[Superintendência do Desenvolvimento do Sul|Superintendência para o Desenvolvimento da Região Sul]]), extinta em [[1990]], coordenava e supervisionava boa parte desses projetos e executava programas bastante significativos, aumentando a cada ano a participação da Região Sul no conjunto da [[economia do Brasil|economia brasileira]].
 
== Política ==
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O [[extrativismo vegetal]] é uma atividade de grande importância no Sul do Brasil e o fato de a [[mata das araucárias]] ser bastante aberta e relativamente homogênea facilita a sua exploração. As espécies preferidas são o [[pinheiro-do-paraná]], a [[imbuia]] e o [[cedro]], aproveitados em serrarias ou fábricas de [[papel]] e [[celulose]]. A [[erva-mate]] é outro produto importante do extrativismo vegetal no Sul, e já é cultivada em certas áreas.
 
A região Sul é pobre em [[recurso mineral|recursos minerais]], devido à sua estrutura geológica. Há ocorrência de [[cobre]] no Rio Grande do Sul e [[chumbo]] no Paraná, mas o principal produto é o [[carvão|carvão- de- pedra]], cuja exploração concentra-se em Santa Catarina. É utilizado em [[usina termelétrica|usinas termelétricas]] locais e na [[siderurgia]].
 
A região Sul é a segunda mais industrializada do país, vindo logo após o Sudeste. A principal característica da [[industrialização]] no Sul é o fato de as atividades comandarem a atividade industrial, onde se localizam [[indústria siderúrgica|indústrias siderúrgicas]], [[indústria química|químicas]], de [[couro]]s, de bebidas, de produtos alimentícios e [[indústria têxtil|têxteis]]. Já a industrialização de Curitiba, o maior [[parque industrial]], é mais recente, destacando-se suas [[metalurgia|metalúrgicas]], [[madeira (material)|madeireiras]], indústrias automobilísticas, peças, químicas, e fábricas de alimentos.