Tártaros da Crimeia: diferenças entre revisões

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Os '''tártaros da Crimeia''' (sg. ''qırımtatar'', pl. ''qırımtatarlar'') ou '''Crimeanos''' (sg. ''qırım'', ''qırımlı'', pl. ''qırımlar'', ''qırımlılar'') são um grupo étnico túrquico que originalmente habita a [[Crimeia]]. Eles possuem uma língua própria, o [[Língua tártara da Crimeia|tártaro da Crimeia]].
 
Os tártaros da Crimeia e minorias não- russas vivendo na Crimeia são descendentes de uma mistura de [[turcomanos]], [[búlgaros]], [[pechenegues]] e [[quipchacos]]) bem como não túrquicos como ([[Cítia|citianos]], [[sármatas]], [[cimérios]], [[alanos]], [[gregos]], [[italianos]], [[godos]], [[adigues]]) povos que chegaram à Europa Oriental no início do século VII a.C. e venezianos e genoveses que conquistaram o sul da Crimeia no {{séc|XIV}}. As populações não túrquicas foram logo assimiladas pelo grupo túrquico.
 
Os tártaros da Crimeia são subdivididos em três subgrupos étnicos: os ''tats'' (não confundir com o povo tat) que habitavam as montanhas da Crimeia antes de 1944 (aproximadamente 55%), os yalıboylus que viviam na costa sul da península (aproximadamente 30%), e os noğays (não confundir com o [[nogais|povo nogai]]) — antigos habitantes da estepe da Crimeia (aproximadamente 15%). Os tats e yalıboylus possuem traços caucasianos enquanto os ''noğays'' conservam características dos mongóis, habitantes da [[Ásia Central]].
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Durante o [[Grande Expurgo]] de [[Josef Stalin]], líderes nacionalistas e intelectuais como Veli Ibraimov e Bekir Çoban-zade (1893-1937), foram aprisionados e executados.
 
Durante a [[Segunda Guerra Mundial]], a população inteira da Crimeia foi vítima das políticas soviéticas. No entanto, um grande número de tártaros da Crimeia serviu no [[Exército Vermelho]] e fez parte do movimento partidário da Crimeia durante a guerra. A existência da legião tártara, em colaboração com os líderes religiosos e políticos da Crimeia e com o exército da [[Alemanha nazista]] durante a ocupação alemã na península, serviu como pretexto para os soviéticos acusarem toda a população de tártaros da Crimeia de colaboradores do regime [[nazismo|nazista]]. Pesquisadores modernos também destacam o fato de que a principal razão da política soviética em relação à Crimeia foi a posição estratégica da península, onde os tártaros eram vistos como uma ameaça. Essa crença é baseada em parte na analogia com vários outros casos de deportações de não- russos dos territórios marginais, assim como o fato de que outras populações como os [[gregos]], [[armênios]], e [[búlgaros]] também terem sido removidos da Crimeia.
 
Vários tártaros da Crimeia foram deportados ''em massa'' como forma de [[punição coletiva]], em 18 de maio de 1944 como imigrantes especiais para a [[República Socialista Soviética Uzbeque]] e outras partes distantes da [[União Soviética]].<ref>{{citar livro | título=Ukraine: A History | autor=Subtelny, Orest| editora=University of Toronto Press | ano=2000 | id=ISBN 0-8020-8390-0 | páginas=483}}</ref> O decreto "Sobre os tártaros da Crimeia" descreve o repovoamento como um procedimento muito humano. A realidade descrita pelas vítimas em suas memórias é diferente. 46.3% dos tártaros da Crimeia realocados morreram de doenças e desnutrição. Esse evento é chamado ''Sürgün'' na [[língua tártara da Crimeia]].
 
Embora o governo soviético tenha removido as acusações contra os tártaros da Crimeia em 1967, nada foi feito para facilitar a volta destes à Crimeia e tampo houveu retratação pelas vidas perdidas e terras confiscadas. Os tártaros da Crimeia não receberam permitiçãopermissão para voltar às suas terras até o início da [[Perestroika]] na década de 1980.
 
=== Após a independência da Ucrânia ===