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[[Imagem:CV Charter.jpg|thumb|300px|Foral Manuelino ("Foral Novo") de [[Castro Verde]], Portugal.]]
Uma '''carta de foral''', ou simplesmente '''foral''', era um documento real utilizado em [[Portugal]], que visava estabelecer um [[conselho]] e regular a sua administração, deveres e privilégios. A palavra "foral" deriva da palavra portuguesa "foro", que por sua vez provém do [[latim|latina]] "''fórum''".
 
Os forais foram concedidos entre o [[século {{séc|XII]]}} e o [[século XV]]. Eram a base do estabelecimento do [[município]] e, desse modo, o evento mais importante da história da [[vila]] ou da [[cidade]]. Era determinante para assegurar as condições de fixação e prosperidade da comunidade, assim como no aumento da sua área cultivada, pela concessão de maiores liberdades e privilégios aos seus habitantes.
 
O foral tornava um concelho livre do controlo [[feudalismo|feudal]], transferindo o poder para um concelho de vizinhos (concelho), com a sua própria autonomia municipal. Por conseguinte, a população ficava direta e exclusivamente sob o domínio e jurisdição da Coroa, excluindo o senhor feudal da hierarquia do poder.
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Um [[pelourinho]] estava diretamente associada à existência de um foral. Era erguido na praça principal da vila ou cidade quando o foral era concedido e simboliza o poder e autoridade municipais, uma vez que era junto ao pelourinho que se executavam sentenças judiciais de crimes públicos que consistissem em castigos físicos.
 
Os forais entraram em decadência no [[século {{séc|XV]]}}, tendo sido exigida pelos procuradores dos concelhos a sua reforma, o que viria a acontecer no reinado de [[Manuel I de Portugal|D.Manuel I de Portugal]]. Foram extintos por [[Mouzinho da Silveira]] em [[1832]].
 
== Os forais manuelinos ==
Com o objetivo de sistematizar a governação local ao nível administrativo, [[Manuel I de Portugal|D.Manuel I de Portugal]] nomeou uma comissão que, durante duas décadas, procedeu à recolha de toda a documentação existente - Privilégios e antigos Forais - e reformulou-a segundo uma certa sistematização, o que fez com que os chamados "Forais Novos" fossem quase idênticos, assegurando uma certa unificação. São também conhecidos como de "leitura nova", uma vez que o monarca instituiu um novo tipo de letra [[caligrafia|caligráfica]] - o gótico librário, mais inteligível.
 
Em seu reinado foram [http://antt.dglab.gov.pt/exposicoes-virtuais-2/o-foral-novo-registos-que-contam-historias/ reformulados] 596 forais, reunidos nos "Livros dos Forais Novos". A reforma prolongou-se entre 1495 e [[1520]], abrangendo cerca de 570 concelhos.
 
Iconograficamente, o tipo principal caracteriza-se por apresentar, no frontispício, na parte superior, as armas reais ao centro (sempre com nove castelos), ladeado pelas [[esfera armilar|esferas armilares]] e uma faixa horizontal com o nome do rei (MANVEL), tendo a particularidade de a letra "D" ser formada por uma [[serpente]] alada com cabeça de [[dragão]].