Crítica: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 34:
Outra figura dominante na crítica de arte do século XIX foi o poeta francês [[Charles Baudelaire]]. Seu primeiro trabalho publicado foi a crítica "Salão de 1845",<ref>{{citar livro|autor=Baudelaire, Charles |título=Curiosités esthétiques: Salon 1845–1859|editora=|ano=1868|páginas=|id=}}</ref> que atraiu imediata atenção por sua ousadia.<ref>{{citar livro|autor=Hugh Chisholm, Franklin Henry Hooper, ed.|título="BAUDELAIRE, CHARLES PIERRE". Encyclopædia Britannica. 3 (11th ed.). p. 537.|editora=|ano=1911|páginas=|id=}}</ref> Muitas de suas opiniões críticas era novidade na época,<ref>{{citar livro|autor=Hugh Chisholm, Franklin Henry Hooper, ed.|título="BAUDELAIRE, CHARLES PIERRE". Encyclopædia Britannica. 3 (11th ed.). p. 537.|editora=|ano=1911|páginas=|id=}}</ref> como por exemplo sua defesa de [[Eugène Delacroix]].<ref>{{citar livro|autor=Richardson, Joanna|título= Baudelaire|editora=New York: St. Martin's Press|ano=1994|páginas=|id=ISBN 0-312-11476-1. OCLC 30736784}}</ref> Quando a famosa pintura [[Olympia (Manet)|Olympia]] (1865), de [[Édouard Manet]], um retrato de uma cortesã nua, gerou escândalo por seu flagrante realismo,<ref>{{citar web|URL=https://www.khanacademy.org/humanities/becoming-modern/avant-garde-france/realism/v/manet-olympia-1863-exhibited-1865|título=Khan academy|autor=|data=|publicado=|acessodata=20 de outubro de 2019}}</ref> Baudelaire apoiou, secretamente, seu amigo.<ref>{{citar livro|autor=Hyslop, Lois Boe|título=Baudelaire, Man of His Time|editora=Yale University Press|ano=1980|páginas=p. 51|id=ISBN 0-300-02513-0}}</ref> Ele dizia que a crítica deve ser parcial, apaixonada, política - ou seja, baseada num ponto de vista único, mas também baseada num ponto de vista que abre as portas para o maior número possível de horizontes". Ele tentou retirar o debate das velhas posições binárias das décadas anteriores, dizendo que "o verdadeiro pintor será aquele que conseguir extrair, da vida contemporânea, seu aspecto épico, nos fazendo ver e entender, em cores ou através de desenho, quão grandes e poéticos nós somos, com nossas gravatas e botas polidas".
 
Em 1877, John Ruskin ridicularizou a pintura "Noturno em preto e douradoː o foguete cadente", depois que seu autor, [[James McNeill Whistler]], a exibiu na galeria Grosvenor.Grosvenorː<ref>{{citar livro|autor=Merrill, Linda|título=After Whistler: The Artist and His Influence on American Painting|editora=City: Publisher|ano=2003|páginas=p. 112|id=}}</ref> "eu havia visto, e ouvido, muita insolência ''[[cockney]]''; mas nunca esperei ouvir um tolo pedir duzentos [[guinéu]]s para arremessar um pote de tinta no rosto das pessoas".<ref>{{citar livro|autor=Ronald Anderson e Anne Koval|título=James McNeill Whistler: Beyond the Myth|editora= Carroll & Graf, New York|ano=1994|páginas=p. 215|id=}}</ref> A crítica levou Whistler a processar Ruskin por difamação.<ref>{{citar livro|autor=Stuttaford, Genevieve|título= "Nonfiction – the Aesthetic Movement by Lionel Lambourne." Vol. 243|editora=|ano=1996|páginas=|id=}}</ref><ref>{{citar livro|autor=Ronald Anderson e Anne Koval|título=James McNeill Whistler: Beyond the Myth|editora= Carroll & Graf, New York|ano=1994|páginas=p. 216|id=}}</ref> O processo judicial subsequente revelou ser uma [[vitória pírrica]] para Whistler.<ref>{{citar web|URL=http://www.ibiblio.org/wm/paint/auth/whistler/|título=Whistler, James Abbott McNeill|autor=WebMuseum, Paris|data=|publicado=|acessodata=22 de outubro de 2019}}</ref><ref>{{citar livro|autor=Prideaux, Tom|título=The World of Whistler|editora=New York: Time-Life Books|ano=1970|páginas=p. 123|id=}}</ref><ref>{{citar livro|autor=Peters, Lisa N.|título=James McNeil Whistler|editora=New Line Books|ano=1998|páginas=pp. 51–52|id= ISBN 1-880908-70-0}}</ref>
==== Virada para o século XX ====
Por volta do final do século XIX, um movimento em direção à abstração, em oposição a algum conteúdo específico, começou a ganhar terreno na Inglaterra, sob a liderança do dramaturgo [[Oscar Wilde]]. No início do século XX, essas atitudes começaram a se unir numa filosofia coerente, através dos trabalhos dos membros do [[Grupo de Bloomsbury]] [[Roger Fry]] e [[Clive Bell]].<ref>{{citar web|URL=https://www.tate.org.uk/art/art-terms/b/bloomsbury/lifestyle-lives-and-legacy-bloomsbury-group|título=Lifestyle and Legacy of the Bloomsbury Group|autor=|data=|publicado=|acessodata=22 de outubro de 2019}}</ref> Sendo um historiador de arte na década de 1890, Fry ficou intrigado com a nova arte modernista e sua fuga da representação tradicional. A exibição de 1910 do que ele chamou de "arte [[pós-impressionismo|pós-impressionista]]" atraiu muitas críticas por sua iconoclastia. Ele defendeu a si próprio vigorosamente em uma palestra, argumentando que a arte estava tentando descobrir a linguagem da pura emoção, mais do que a severa e, na sua opinião, desonesta captura científica do cenário.<ref>{{citar web|URL=https://www.tate.org.uk/art/art-terms/b/bloomsbury/lifestyle-lives-and-legacy-bloomsbury-group|título=Lifestyle and Legacy of the Bloomsbury Group|autor=|data=|publicado=|acessodata=22 de outubro de 2019}}</ref> O argumento de Fry provou ser muito influente na época, especialmente entre a elite progressista. [[Virginia Woolf]] observouː "por volta de dezembro de 1910 [quando Fry deu sua palestra], o caráter humano mudou".
 
Independentemente, e ao mesmo tempo, Clive Bell argumentou, em seu livro "Arte" (1914), que toda obra de arte tinha sua própria "forma significante", e que o assunto convencional era irrelevante. Esse livro criou as bases para a abordagem [[Formalismo (arte)|formalista]] da arte.<ref>{{citar livro|autor=Tekiner, Deniz|título="Formalist Art Criticism and the Politics of Meaning". Social Justice. 33 (2 (104) – Art, Power, and Social Change): 31–44|editora=|ano=2006|páginas=|id=JSTOR 29768369}}</ref>
{{Commons|Category:Critics}}