Augusto Pinochet: diferenças entre revisões

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Enquanto presidente, Pinochet buscou modernizar o país. Seu governo implementou uma política de [[liberalização econômica]], incluindo estabilização da moeda e remoção das tarifas para a indústria local. Também colocou os sindicatos na ilegalidade e [[Privatização|privatizou]] a estrutura de [[seguridade social]] e várias empresas estatais. Contando com vários empréstimos externos e as reformas implementadas, o PIB chileno se expandiu consideravelmente e a economia se fortaleceu. Apesar dos progressos, a desigualdade de renda continuou como um problema crônico e os [[Década de 1980|anos 1980]] foi um período de altos e baixos para a nação. Ainda assim, no começo da década de 1990, a economia chilena era a mais saudável dentre os países latino americanos.<ref name="biography">{{Citar web|titulo=Augusto Pinochet|url=https://www.biography.com/people/augusto-pinochet-9441138|obra=www.biography.com|acessodata=2019-02-09|lingua=en-us|data=|publicado=Biography|ultimo=|primeiro=}}</ref>
 
Um ícone para a [[Direita política|direita]] e um [[déspota]] para a [[Esquerda política|esquerda]], seu legado permanece controverso no Chile.<ref>{{citar web|URL=https://www.bbc.com/news/world-latin-america-24014501|título=Chile still split over Gen Augusto Pinochet legacy|publicado=BBC|acessodata=9 de fevereiro de 2019|data=9/9/2013|ultimo=Gideon|primeiro=Long|lingua=en-GB}}</ref> O país prosperou durante seu governo, mas se isso foi resultado de suas reformas ainda é discutido. A brutalidade da repressão política e a perseguição a dissidentes trouxe condenação internacional ao ditador. Após deixar a presidência, foi alvo de mais de 300 ações criminais que vão desde casos de corrupção, estupros, tráfico de drogas e até assassinato.<ref name="biography" />
 
== Vida familiar ==
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== Golpe militar de 1973 ==
[[FicheiroImagem:Golpe de Estado 1973.jpg|200px|thumb|direita|Bombardeio ao [[Palácio de La Moneda]] durante o [[golpe militar]] de [[1973]]]]
Em setembro de 1973, Pinochet era general-chefe do Exército quando o então Comandante em Chefe - o general constitucionalista e legalista [[Carlos Prats]], que se recusava a participar de qualquer [[golpe de estado]] - se viu obrigado a renunciar. Com a renúncia de Prats, Pinochet tornou-se o Comandante em Chefe do [[exército chileno]]. Embora tivesse declarado fidelidade ao presidente eleito de [[Esquerda (política)|esquerda]] [[Salvador Allende]], o general Pinochet, até então considerado um general leal e apolítico, membro do gabinete militar de Salvador Allende, chefiou a tropa que tomou o [[poder]] através de um [[golpe militar]]. Carlos Prats logo tornou-se mais um adversário do regime de Pinochet.
 
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=== Conselho do Chile ===
[[FicheiroImagem:Chile- el pueblo vencera cropped.jpg|200px|thumb|esquerda|O [[Estádio Nacional de Chile]] usado como [[campo de concentração]] durante a [[ditadura]] de Pinochet, em 1973]]
Após o golpe bem sucedido, que teve amplo apoio dos [[EUA]], uma junta militar (Conselho do Chile) foi estabelecida para governar o Chile, e Pinochet foi apontado como representante do Exército. A 17 de Junho de 1974, Pinochet assumiu formalmente o cargo de Chefe Supremo da Nação. Em 1981 foi autoproclamado presidente da República do Chile para um mandato de oito anos, iniciando um período de regime militar.
 
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== Política econômica ==
[[FicheiroImagem:Pinochet 11-09-1982.JPG|thumb|200px|Pinochet desfilando em [[carro]] aberto a [[11 de setembro]] de 1982]]
Quando da vitória do golpe de estado de Pinochet, em 1973, o Chile adotou imediatamente um plano de ação chamado de ''O Ladrilho'',<ref name="LADRILLO">{{Citar web|titulo=El Ladrillo: Bases de la Política Económica del Gobierno Militar Chileno|url=http://www.cepchile.cl/dms/lang_1/cat_794_inicio.html|obra=www.cepchile.cl|acessodata=|lingua=es-CL|data=junho de 2002|publicado=Centro de Estudios Públicos|ultimo=|primeiro=|isbn=956-7015-07-4|local=Santiago|wayb=20060519221035}}</ref> que fora preparado pelo candidato da direita, derrotado por [[Salvador Allende]], com o auxílio de um grupo de economistas, chamados pela imprensa internacional da época de "os [[Chicago Boys]]", provenientes da [[Universidade de Chicago]]. Este documento continha os fundamentos do que, depois, viria a ser chamado de ''[[neoliberalismo]]''.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Villarroel|primeiro=Gilberto|data=2006-12-10|titulo=La herencia de los "Chicago boys"|url=http://news.bbc.co.uk/hi/spanish/latin_america/newsid_3192000/3192145.stm|jornal=BBC News|lingua=es|acessodata=}}</ref>
 
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=== História ===
{{Artigo principal|[[Economia do Chile]]}}
[[FicheiroImagem:Reunión Pinochet - Kissinger.jpg|miniaturadaimagem|esquerda| Pinochet com [[Henry Kissinger]] em 1976. No encontro Kissinger confirmou o apoio de Wahington, e ignorou a questão dos direitos humanosː "nos Estados Unidos, (...) estamos solidários com o que você está a tentar fazer aqui.Queremos ajudar e não prejudicá-lo." <ref>{{citar livro|título=The Pinochet Fileː A Declassified Dossier on Atrocity and Accountability|ultimo=Kornbluh|primeiro=Peter|editora=The New Press|ano=2013|local=|páginas=241|acessodata=}}</ref>]]
A ditadura militar chilena comandada pelo [[governo de Pinochet]] impôs um processo de [[liberalismo|liberalização]] económico do país, apoio ao "Livre Mercado" e à desregulamentação da economia teve como grande impulsionador um grupo de economistas da [[Universidade de Chicago]], que tinham como mentor o economista norte-americano [[Milton Friedman]], sendo, então, denominados por ''[[Chicago Boys]]''. Os [[Chicago Boys]] e suas ideias [[monetarismo|monetaristas]] da [[Escola de Chicago]] reinaram absolutas - e que terminou na grande depressão de 1982.<ref name=":0" />
 
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==== Crise ====
[[FicheiroImagem:Quema de libros.jpg|200px|thumb|direita|[[Queima de livros no Chile|Queima de livros]] durante os primeiros tempos da ditadura de Pinochet]]
[[FicheiroImagem:Revista Cauce se burla de Censura pinochetistaRevista_Cauce_se_burla_de_Censura_pinochetista..jpg|200px|thumb|direita|A [[censura]] à [[imprensa]] fez com que a oposição adotasse modos criativos de protestar. A revista semanal ''Cauce'', ao se referir aos 11 anos de Pinochet no poder, simplesmente não pôs a [[foto]] do ditador na capa, deixando-a em branco]]
Como o governo Allende respeitava a liberdade de imprensa, dos meios de comunicação e de distribuição, estes aproveitaram-se para cometer toda sorte abusos ilegais contra a nova política econômica adotada por ele, sabotando-a com um "bombardeio" de [[propaganda negra]] divulgada através da mídia chilena antissocialista - da qual 70% era propriedade de opositores ao governo Allende e era financiada pela [[CIA]] no Chile - o presidente [[Nixon]] autorizou pessoalmente uma doação de fundos secretos do governo norte-americano, de US$ 700.000, para o jornal oposicionista ''[[El Mercurio]]'', que depois foi seguida de várias outras.<ref name="ELMERCURIO">{{Citar web|titulo=The El Mercurio file: secret documents shine new light on how the CIA used a newspaper to foment a coup|url=http://go.galegroup.com/ps/anonymous?id=GALE%7CA109264373&sid=googleScholar&v=2.1&it=r&linkaccess=abs&issn=0010194X&p=AONE&sw=w|obra=Columbia Journalism Review|data=2003-09-01|acessodata=|lingua=en|primeiro=Peter|ultimo=Kornbluh|publicado=}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=The Chile Coup The U.S. Hand|url=http://www.thirdworldtraveler.com/CIA/ChileCoup_USHand.html|obra=www.thirdworldtraveler.com|acessodata=|data=25/10/1998|publicado=Third World Traveler|ultimo=Kornbluh|primeiro=Peter|lingua=en}}</ref>
 
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== As acusações na Justiça ==
[[FicheiroImagem:Protestas Chile 1985.jpg|200px|thumb|direita|Protesto pacífico contra a ditadura de Pinochet, em 1985]]
Augusto Pinochet, que governou o país com mão de ferro por dezessete anos perdeu o controle quase absoluto que detinha sobre as instituições chilenas, enquanto tutelou o regime chileno e mais tarde quando ainda detinha a imunidade (por ser senador vitalício), passando a temer eventuais investigações e processos judiciais movidos pelos seus adversários políticos, ora transformados pela nova situação de perseguidos em perseguidores.
 
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=== Enriquecimento ilícito ===
[[FicheiroImagem:Augusto Pinochet y Lucía Hiriart.png|200px|thumb|direita|Pinochet com sua [[esposa]], [[Lucía Hiriart de Pinochet|Lucía Hiriart]] (à esquerda)]]
Em 2004 Pinochet passou a ser acusado de manter contas secretas no exterior, a partir de investigações realizadas pelo Senado dos EUA no [[Banco Riggs]].<ref>{{Citar web|titulo=Banco Riggs pagará 9 milhões de dólares às vítimas de Pinochet|url=http://www.vermelho.org.br/diario/2005/0226/0226_riggs_pinoche.asp|obra=www.vermelho.org.br|data=26/2/2005|acessodata=|publicado=Diário Vermelho|ultimo=|primeiro=|wayb=20071007185053}}</ref> Terá acumulado uma fortuna de 28 milhões de dólares (cerca de 24 milhões de euros). Em Outubro de 2006 a justiça chilena iniciou uma investigação em que, alegadamente, Pinochet possuiria uma elevada quantia de barras de ouro(9600&nbsp;kg) avaliadas em 190 milhões de dólares, num banco de Hong Kong.<ref>{{Citar web|titulo=Pinochet pode ser processado por contas secretas|url=https://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2005/11/21/ult1807u23895.jhtm|obra=noticias.uol.com.br|acessodata=|data=21/11/2005|publicado=UOL|ultimo=|primeiro=}}</ref>
{{quote|Como última entrada de biografia tão típica, resta a descoberta, feita em 2005 por uma comissão do Senado americano: ao longo das últimas duas décadas, ele abriu e fechou 128 contas bancárias em nove bancos dos Estados Unidos, movimentando uma fortuna ilícita de quase 20 milhões de dólares. Foi um reles ladravaz.<ref name=PIAUI>{{Citar web|url=http://www.revistapiaui.com.br/edicao_4/artigo_272/Em_familia_tudo_se_sabe.aspx|nome=Dorrit|sobrenome=HARAZIM|título=''Em Família tudo se Sabe.''|publicado=Revista Piaui|data=janeiro de 2007}}</ref> |Revista Piauí}}
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== Falecimento ==
[[FicheiroImagem:Feretro Pinochet.jpg|thumb|direita|200px|Funerais de Pinochet]]
[[FicheiroImagem:Famille de Pinochet lors de ses funérailles.jpg|thumb|direita|200px|O [[neto]] de Pinochet, [[Augusto Pinochet Molina]] (à esquerda, de uniforme) junto de sua [[avó]], [[Lucía Hiriart de Pinochet|Lucía Hiriart]] (ao centro, abraçada a uma [[criança]]), e seus outros familiares durante os funerais de seu [[avô]]]]
 
* No dia 3 de Dezembro de 2006 sofre um ataque cardíaco e, aos 91 anos, falece em 10 de Dezembro às 14h15 (15h15, pelo horário de Brasília) devido a um [[infarto do miocárdio]] e um [[edema pulmonar]] agudo no Hospital Militar. Uma hora depois do anúncio da sua morte, várias manifestações acontecem em frente ao hospital, tanto a favor quanto em oposição ao ex-ditador.<ref>{{Citar web|titulo=Ditador chileno Augusto Pinochet morre aos 91 anos|url=https://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u102428.shtml|obra=www1.folha.uol.com.br|acessodata=2019-02-10|data=10/12/2006|publicado=Folha de S. Paulo|ultimo=|primeiro=}}</ref> As Forças Armadas chilenas prestaram-lhe as honras devidas ao funeral do seu comandante supremo.<ref name=":4">{{Citar web|titulo=Chile não dará honras de Estado a Pinochet|url=https://www.bbc.com/portuguese/noticias/story/2006/12/061210_pinochet_enterro_pu.shtml|obra=www.bbc.com|acessodata=2019-02-10|data=10/12/2006|publicado=BBC Brasil|ultimo=|primeiro=}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=Pinochet terá um funeral com honras de "segundo escalão"|url=http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,AA1381934-5602-4862,00.html|obra=g1.globo.com|acessodata=2019-02-10|data=10/12/2006|publicado=G1|ultimo=|primeiro=}}</ref>