Cleópatra: diferenças entre revisões

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Após longas negociações que finalmente não deram resultado, Otaviano decidiu invadir o Egito na primavera de 30 aC,{{sfn|Burstein|2004|pp=xxiii, 31}} parando em [[Ptolemais da Fenícia]], onde seu novo aliado Herodes forneceu novos suprimentos ao exército.{{sfn|Roller|2010|pp=144–145}} O romano mudou-se para o sul e rapidamente tomou Pelúsio, enquanto [[Caio Cornélio Galo]], marchando para o leste a partir de Cirene, derrotou as forças de Antônio perto de Paraitónion.{{sfn|Roller|2010|p=145}}{{sfn|Southern|2009|p=153}} Avançou rapidamente para Alexandria, mas seu rival retornou e conquistou uma pequena vitória sobre as tropas cansadas de Otaviano fora do [[hipódromo]] da cidade.{{sfn|Roller|2010|p=145}}{{sfn|Southern|2009|p=153}} No entanto, em 1 de agosto daquele ano, sua frota naval rendeu-se a Otaviano, seguida por sua cavalaria.{{sfn|Roller|2010|p=145}}{{sfn|Bringmann|2007|p=304}}{{sfn|Southern|2009|pp=153–154}} Cleópatra se escondeu numa tumba com seus atendentes próximos, enviando uma mensagem a Antônio de que havia cometido suicídio.{{sfn|Roller|2010|p=145}}{{sfn|Southern|2009|p=154}}{{sfn|Jones|2006|p=184}} Em desespero, ele respondeu a isso esfaqueando-se no estômago e tirando a própria vida aos 53 anos.{{sfn|Roller|2010|p=145}}{{sfn|Bringmann|2007|p=304}}{{sfn|Burstein|2004|p=31}} Segundo Plutarco, ainda estava morrendo quando levado para a rainha em sua tumba, dizendo que morreu honrosamente e que ela podia confiar no companheiro de Otaviano, Gaius Proculeius, sobre qualquer outra pessoa em sua comitiva.{{sfn|Roller|2010|p=145}}{{sfn|Southern|2009|pp=154–155}}{{sfn|Jones|2006|pp=184–185}} Foi Proculeius, no entanto, que se infiltrou em sua tumba usando uma escada e deteve a rainha, negando-lhe a capacidade de se queimar com seus tesouros.{{sfn|Roller|2010|p=146}}{{sfn|Jones|2006|pp=185–186}} Cleópatra foi então autorizada a embalsamar e enterrar seu parceiro dentro de sua tumba antes de ser escoltada ao palácio.{{sfn|Roller|2010|p=146}}{{sfn|Burstein|2004|p=31}}
 
Otaviano entrou em Alexandria, ocupou o palácio e apreendeu os três filhos mais novos de Cleópatra.{{sfn|Roller|2010|p=146}}{{sfn|Southern|2009|p=155}} Quando encontrou-se com Otaviano, ela disse sem rodeios que "eu não serei conduzido em triunfo" ({{lang-grc|οὑ θριαμβεύσομαι|ou thriambéusomai}}), de acordo com [[Tito Lívio|Lívio]], um raro registro de suas palavras exatas.{{sfn|Roller|2010|pp=146–147, 213, footnote 83}}{{sfn|Gurval|2011|p=61}} Ele prometeu que a manteria viva, mas não deu explicações sobre seus planos futuros para o reino dela.{{sfn|Roller|2010|p=147}} Quando uma espiã a informou que Otaviano planejava mudar ela e seus filhos para Roma em três dias, ela se preparou para o suicídio, pois não tinha a intenção de desfilar num triunfo romano como sua irmã Arsinoe IV.{{sfn|Roller|2010|p=147}}{{sfn|Bringmann|2007|p=304}}{{sfn|Burstein|2004|p=31}} Não está claro se o suicídio de Cleópatra em 30 de agosto, aos 39 anos, ocorreu dentro do palácio ou de seu túmulo.{{sfn|Roller|2010|pp=147–148}}{{sfn|Burstein|2004|pp=xxiii, 31–32}} Dizem que ela estava acompanhada por seus servos Eiras e [[Charmion]], que também tiraram suas próprias vidas.{{sfn|Roller|2010|p=147}}{{sfn|Jones|2006|p=194}} Dizia-se que Otaviano ficou irritado com esse resultado, mas a enterrou da maneira real ao lado de Antônio em [[Túmulo de Marco Antônio e Cleópatra|seu túmulo]].{{sfn|Roller|2010|p=147}}{{sfn|Burstein|2004|p=65}}{{sfn|Jones|2006|pp=194–195}} O médico Olympos não explicou sua causa da morte, embora a crença popular é que ela permitiu que uma [[víbora]], ou [[Naja haje|cobra egípcia]], a mordesse e envenenasse.{{sfn|Roller|2010|pp=148–149}}{{sfn|Anderson|2003|p=56}}{{sfn|Burstein|2004|p=31}} Plutarco relata esse conto, mas sugere que um implemento ({{lang|grc|κνῆστις}}, {{transl|grc|knêstis}}, {{literal[[Tradução translationliteral|lk=on}}lit.]] 'spineespinho, cheese-graterralador') foi usado para introduzir a toxina por arranhões, enquanto Dião diz que ela injetou o veneno com uma agulha ({{lang|grc|[[wikt:βελόνη#Ancient Greek|βελόνη]]}}, {{transl|grc|belónē}}) e [[Estrabão]] argumentou por uma pomada de algum tipo.{{sfn|Roller|2010|p=148}}{{sfn|Anderson|2003|p=56}}{{sfn|Burstein|2004|pp=31–32}} Nenhuma cobra venenosa foi encontrada em seu corpo, mas ela tinha pequenas feridas no braço que poderiam ter sido causadas por uma agulha.{{sfn|Roller|2010|pp=148–149}}{{sfn|Burstein|2004|pp=31–32}}{{sfn|Jones|2006|pp=194–195}}
 
Cleópatra decidiu, em seus últimos momentos, enviar Cesarião para o Alto Egito, talvez com planos de fugir para a [[Núbia]] [[Reino de Cuxe|cuxita]], Etiópia ou Índia.{{sfn|Roller|2010|p=149}}{{sfn|Burstein|2004|p=32}}{{sfn|Southern|2009|p=153}} Cesarião, agora Ptolemeu XV, reinaria por meros de 18 dias até ser executado por ordem de Otaviano em 29 de agosto de 30 aC, depois de retornar a Alexandria sob o falso pretexto de que o romano permitiria que ele fosse rei.{{sfn|Roller|2010|pp=149–150}}{{sfn|Burstein|2004|pp=xxiii, 32}}{{sfn|Skeat|1953|pp=99–100}} Estava convencido pelo conselho do filósofo [[Ário Dídimo]] de que havia espaço para apenas um César no mundo.{{sfn|Roller|2010|p=150}} Com a queda do Reino Ptolemaico, a [[província romana]] do [[Egito romano|Egito]] foi estabelecida,{{sfn|Roller|2010|pp=150–151}}{{sfn|Bringmann|2007|p=304}}{{sfn|Jones|2006|pp=197–198}} marcando o fim do período helenístico.{{sfn|Burstein|2004|pp=xxiii, 1}}{{sfn|Grant|1972|pp=5–6}} Em janeiro de 27 aC, Otaviano foi renomeado Augusto ("majestoso") e [[Reformas constitucionais de Augusto|acumulou poderes constitucionais]] que o estabeleceram como o primeiro [[imperador romano]], inaugurando a era do [[Principado romano|Principado]] do [[Império Romano]].{{sfn|Bringmann|2007|pp=304–307}}