Joaquim Marques Lisboa: diferenças entre revisões

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Biografia
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Joaquim Marques Lisboa era filho do português Francisco Marques Lisboa (nascido na Vila de Famalicão, Província de [[Estremadura]] em 1767) e de Eufrásia Joaquina de Azevedo Lima (nascida em [[Viamão]], Rio Grande do Sul).<ref name=achy/> Era o décimo filho da numerosa prole do casal, sendo um de seus irmãos [[Henrique Marques de Oliveira Lisboa]],<ref name=":5">[[Henrique Boiteux|Boiteux, Henrique]], A República Catharinense - Notas para a sua história. Rio de Janeiro: Imprensa Naval, 1927. Página 6</ref> que no posto de [[Tenente-coronel|Tenente Coronel]], combateu os [[Guerra dos Farrapos|Farroupilhas]] em [[Laguna (Santa Catarina)|Laguna]].
 
A transferência da família Marques Lisboa para a povoação de Rio Grande ocorreu em 1800.<ref>{{citar periódico|ultimo=ALVES|primeiro=Francisco das Neves|data=|titulo=O bicentenário do Almirante Tamandaré: o
A transferência da família Marques Lisboa para a povoação de Rio Grande ocorreu em 1800. Francisco Marques Lisboa possuía propriedades na cidade de [[Rio Grande (Rio Grande do Sul)|São Pedro do Rio Grande]] e na antiga vila e atual município de [[São José do Norte]], separada de Rio Grande pelo canal que liga a [[Lagoa dos Patos]] ao [[Oceano Atlântico]] onde, a princípio, dedicou-se ao comércio, que começava a crescer como atividade básica da povoação. Primeiro por iniciativa de um grupo de comerciantes e depois com reconhecimento oficial, organizou e dirigiu um serviço de praticagem e salvamento de navios, chegando a desempenhar as funções de Patrão-Mor e Prático da Barra do Rio Grande. Muito se tem discutido se o futuro Almirante teria nascido não em Rio Grande, mas na vila vizinha de São José do Norte.<ref>COSTA, Didio Iratim Afonso da. O berço de Tamandaré. Revista Marítima Brasileira. Rio de Janeiro: Imprensa Naval, ano LXIV, n. 4, 5 e 6, p. 285-291, 1944. </ref> À medida que sua projeção crescia no cenário nacional, exacerbava-se a polêmica, com cada uma das localidades almejando ser a terra natal de Marques Lisboa. Sem a existência cabal de uma certidão de nascimento, acredita-se que ele tenha nascido em Rio Grande pois, em dezembro de 1883, a Câmara de Vereadores de Rio Grande havia enviado a Tamandaré um telegrama congratulando o Imperador pelo restabelecimento de sua saúde. Em seu despacho telegráfico de resposta, Tamandaré aproveitou a oportunidade para saudar a Câmara Municipal do lugar de seu nascimento, declarando, oficialmente, ser essa a cidade onde nasceu.<ref name=":4">{{citar web |url=http://www.revistanavigator.com.br/navig6/art/N6_art5.pdf |título=O Despertar|publicado=Revista Navigator |acessodata=24 de abril de 2019}}</ref>
homem, o cidadão, o militar e sua
conjuntura histórica|url=|jornal=Caderno de História
AMemorial transferência da família Marques Lisboa para a povoação dedo Rio Grande ocorreu emdo 1800.Sul|acessodata=}}</ref> Francisco Marques Lisboa possuía propriedades na cidade de [[Rio Grande (Rio Grande do Sul)|São Pedro do Rio Grande]] e na antiga vila e atual município de [[São José do Norte]], separada de Rio Grande pelo canal que liga a [[Lagoa dos Patos]] ao [[Oceano Atlântico]] onde, a princípio, dedicou-se ao comércio, que começava a crescer como atividade básica da povoação. Primeiro por iniciativa de um grupo de comerciantes e depois com reconhecimento oficial, organizou e dirigiu um serviço de praticagem e salvamento de navios, chegando a desempenhar as funções de Patrão-Mor e Prático da Barra do Rio Grande. Muito se tem discutido se o futuro Almirante teria nascido não em Rio Grande, mas na vila vizinha de São José do Norte.<ref>COSTA, Didio Iratim Afonso da. O berço de Tamandaré. Revista Marítima Brasileira. Rio de Janeiro: Imprensa Naval, ano LXIV, n. 4, 5 e 6, p. 285-291, 1944. </ref> À medida que sua projeção crescia no cenário nacional, exacerbava-se a polêmica, com cada uma das localidades almejando ser a terra natal de Marques Lisboa. Sem a existência cabal de uma certidão de nascimento, acredita-se que ele tenha nascido em Rio Grande pois, em dezembro de 1883, a Câmara de Vereadores de Rio Grande havia enviado a Tamandaré um telegrama congratulando o Imperador pelo restabelecimento de sua saúde. Em seu despacho telegráfico de resposta, Tamandaré aproveitou a oportunidade para saudar a Câmara Municipal do lugar de seu nascimento, declarando, oficialmente, ser essa a cidade onde nasceu.<ref name=":4">{{citar web |url=http://www.revistanavigator.com.br/navig6/art/N6_art5.pdf |título=O Despertar|publicado=Revista Navigator |acessodata=24 de abril de 2019}}</ref>
 
Joaquim Marques Lisboa nasceu num meio que lhe seria muito propício a vida relacionada com as lides marinheiras. Bastante jovem, em 1813, e em companhia dos pais, faria sua primeira viagem por mar, para o Rio de Janeiro<ref>COSTA, Didio Iratim Afonso da. O berço de Tamandaré. In:Subsídios para a História Marítima do Brasil – Extratos do Arquivo do Almirante Tamandaré. Rio de Janeiro: Imprensa Naval, 1950. v. 8, p. 1-18.</ref> onde, após o regresso de seu pai, ficou aos cuidados de sua irmã, Maria Eufrásia, e de seu marido, José Antônio Lisboa, até a conclusão do curso primário, no colégio do Professor Carvalho.<ref name=":2">{{citar livro|título=Marquês de Tamandaré, Patrono da Marinha (Seu Perfil Histórico)|ultimo=Lima|primeiro=José Francisco de|editora=Serviço de Documentação da Marinha|ano=1982|local=Rio de Janeiro|páginas=45|acessodata=04/2019}}</ref> Aos 13 anos, Joaquim regressa à terra natal, no mesmo barco em que viera para a Corte. Em 1821, num dos veleiros do pai e agora sozinho, retorna à Corte, para dar prosseguimento a seus estudos, quando teve a chance do contato ainda mais próximo com as lides marinheiras, auxiliando o capitão da embarcação, durante toda a viagem. Ainda adolescente, mesmo tendo de vencer a enorme resistência de seu pai, passa a trabalhar no sentido de convencê-lo a que pudesse atender ao esforço de guerra que partira do Imperador. Em 1822, após muita insistência, a 22 de novembro, Francisco requer para seu filho a honra de servir, na Esquadra que se preparava para lutar nas Guerras de Independência, contra as forças portuguesas estacionadas na [[Bahia]]. Deferido seu requerimento em 4 de março de 1823, o jovem Joaquim iniciou sua carreira na incipiente Marinha como Voluntário da Armada Imperial<ref>GUEDES, Max Justo. Sesquicentenário da entrada de Tamandaré para o serviço naval. Navigator – subsídios para a História Marítima do Brasil. Rio de Janeiro: Serviço de Documentação Geral da Marinha, n. 7, p. 39, 1973.</ref>, ainda em formação, a bordo da Fragata ''Niterói'' sob o comando de [[João Taylor|John Taylor]]<ref name="achy" /> , em cujo mastro tremulava o pavilhão do [[Thomas Cochrane, 10º Conde de Dundonald|Almirante Cochrane]].<ref name=":3" />