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'''Não- ser'''{{Nota de rodapé|{{Nota linguística/Não prefixal|não-ser|não ser}}}} é um dos maiores problemas da [[filosofia]]. Todas as [[categoria]]s humanas, toda [[linguagem]] humana está voltada para o [[ser]], e por isso chegamos a problemas quando tentamos compreender ou falar do não- ser.
 
O que é o não- ser? Aparentemente não há como responder à pergunta, pois a mesma parece não ter [[significado|sentido]]. "Não- ser" é [[sinônimo]] de "o que não é", assim como ser, no sentido de [[ente]], é sinônimo de "o que é". Assim, a pergunta pode ser entendida como "O que é o que não é?" Parece que não podemos tratar diretamente do não- ser, pois não podemos dizer que ele é coisa alguma, nem que ele ''é'' o não- ser.
 
Apesar desses problemas, o silêncio sobre o não- ser não é uma boa opção, pois tratamos do não- ser costumeiramente, e nos entendemos quando fazemos isso. Quando lemos em um quadro "Isto não é um cachimbo" recebemos uma mensagem significativa.
 
Esse problema foi inicialmente levantado por [[Parmênides]] em seu poema sobre o ser e não- ser.<ref>ALMEIDA, Nazareno. [https://moodle.ufsc.br/pluginfile.php/1063272/mod_resource/content/1/A%20OPOSI%C3%87%C3%83O%20ENTRE%20HER%C3%81CLITO%20E%20PARM%C3%8ANIDES%20E%20SUA%20RESOLU%C3%87%C3%83O%20EM%20EMP%C3%89DOCLES%2C%20ANAX%C3%81GORAS%20E%20DEM%C3%93CRITO.pdf A Oposição entre Heráclito e Parmênides e sua "Resolução" em Empédocles, Anaxágoras e Demócrito]: suas tentativas de resolução e como ela é fundamental para compreender o pensamento de Platão e Aristóteles.</ref> Uma solução para o problema do não- ser foi apresentada por [[Platão]]. Para ele, nosso discurso sobre o não- ser não é o [[discurso]] sobre o [[nada]], sobre o que não é, mas sim o discurso sobre a [[alteridade]]. Dizer "A não é B" não é dizer que A não é nada, mas sim dizer que A é uma outra coisa, um outro ser. Em uma descrição de sua [[Teoria das Formas]] no diálogo [[Timeu (diálogo)|Timeu]], Platão dá o nome de [[khôra]] a um "receptáculo" sem ser ou forma que poderia receber todas as Formas, copiadas do mundo inteligível e participantes nas manifestações transitórias do mundo sensível.<ref>{{Citar web|titulo=Plato, Timaeus, section 51a|url=http://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Perseus:text:1999.01.0180:text=Tim.:section=51a|obra=www.perseus.tufts.edu|acessodata=2019-10-16}}</ref>
 
Esse milenar problema repercute em outros domínios filosóficos, em particular, quando tratamos da [[referência]] a [[objetos]] inexistentes — algo que inquietou filósofos pelo menos desde Platão, passando por [[Bertrand Russell]], [[Alexius Meinong]] e, mais recentemente, Terence Parsons. Consideremos, por exemplo, uma frase como a seguinte: