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{{mais fontes|data=janeiro de 2010}}
'''Sociolinguística''' é o ramo da [[linguística]] que estuda a relação entre a [[Língua natural|língua]] e a [[sociedade]]. É o estudo descritivo do efeito de qualquer e todos os aspectos da sociedade, incluindo as normas culturais, expectativas e contexto, na maneira como a língua é usada, e os efeitos do uso da língua na sociedade. O “objeto da Sociolinguística é a língua falada/sinalizada, observada, descrita e analisada em seu contexto social, isto é, em situações reais de uso.” Ou seja, a&nbsp;  Sociolinguística ocupa-se da língua não somente por si, mas como esta se modifica para adequar-se aos seus falantes.<ref>CAVALCANTE, Marianne Carvalho Bezerra. '''SOCIOLINGUÍSTICA'''</ref> É subdividida em Sociolinguística Variacionista, cujo fundador é [[William Labov]], na [[Sociolinguística Interacional]], proposta por [[John J. Gumperz]] e na sociolinguísticaSociolinguística educacionalEducacional, pensada por Stella Maris Bortoni-Ricardo. .
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== Definições ==
Há três termos importantes para a sociolinguística, que podem ser facilmente confundidos entre si:
* Variedade: são as diferentes formas de manifestação da fala dentro de uma língua, a partir dos diferentes traços que a condicionam, eles podem ser: sociais, culturais, regionais e históricos de seus falantes. As variedades linguísticas classificam-se como:
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== História ==
Embora o aspecto social da língua tenha chamado a atenção desde cedo, tendo tido relevância já no trabalho do linguista [[Suíça|suíço]] [[Ferdinand de Saussure]] no início do [[século XX]], foi talvez somente nos anos [[1950]] que este aspecto começou a ser investigado minuciosamente. Os estudos linguísticos antes de Saussurre tinham um caráter histórico-comparativo, buscando identificar relações entre o latim, o grego e outras línguas. A partir de Saussurre, a linguística se consolidou como ciência e sua perspectiva de estudo passa de diacrônica para sincrônica. Saussurre dividiu a língua em dois aspectos: a língua e a fala. Foi aí que o autor privilegiou o estudo da língua, entendendo-a como um sistema &nbsp;composto de signos e de regras que possuem valores correspondentes. Após a morte de Saussurre, seus ex-alunos Charles Bally e Albert Sechehaye organizaram um livro a partir de anotações realizadas durante as aulas ministradas pelo suíço. Foi aí que surgiu o “Curso de Linguística Geral”.
 
Pioneiros como [[Uriel Weinreich]], [[Charles Ferguson]] e [[Joshua Fishman]] chamaram a atenção para uma série de fenômenos interessantes, tais como a [[diglossia]] (situação em que duas línguas coexistem sendo que o uso de uma depende da situação comunicativa da outra) e os efeitos do contato linguístico. O termo “Sociolinguística” apareceu pela primeira vez em 1953, num trabalho de Haver C. Currie. Mas pode-se dizer que a figura chave foi [[William Labov]], que, nos anos [[1960]], começou uma série de investigações sobre a [[variação linguística]] – investigações que revolucionaram a compreensão de como os falantes utilizam sua língua e que acabaram por resolver o [[Paradoxo de Saussure]].
 
Mas pode-se dizer que a figura chave foi [[William Labov]], que, nos anos [[1960]], começou uma série de investigações sobre a [[variação linguística]] – investigações que revolucionaram a compreensão de como os falantes utilizam sua língua e que acabaram por resolver o [[Paradoxo de Saussure]].
Os estudos sociolinguísticos começaram a se consolidar a partir de 1964 com a realização de um congresso na Universidade da Califórnia, no estado de Los Angeles, Estados Unidos. Esse congresso foi organizado por William Bright, e contou com a participação de importantes figuras nos estudos da Sociolingüística mundial: William Labov, Dell Hymes e John Gumperz. A língua passa a ser vista como um produto social, pertencente a todos os indivíduos de uma comunidade, de modo que estes indivíduos possam utilizá-la de diferentes maneiras, sendo reconhecido assim o caráter heterogêneo da língua. Portanto, a Sociolinguística voltou as atenções para a relação entre língua e sociedade e as diferentes possibilidades comunicativas (as variedades linguísticas). Coube a William Labov o papel de pioneiro dos estudos desta nova disciplina em 1963, quando analisa o inglês falado na ilha de Martha’s Vineyard, no estado de Massachusetts (EUA). Após esta pesquisa, várias outras surgiram: como a estratificação social do inglês falado na cidade de Nova York (1966); a língua do gueto, entre outros.
 
Este ramo pode ser dividido em outras vertentes, para estudar diversos aspectos do uso da língua, podendo ser de cunho Variacionista, Educacional e Interacional.
 
A sociolinguísticaSociolinguística variacionistaVariacionista, ou Teoria da Variação e Mudança, é uma abordagem proposta por William Labov para explicar a covariação sistemática entre língua e sociedade.<ref>FREITAG, Raquel Meister Ko.; CYRANKA, Lúcia Mendonça. ''Sociolinguística Variacionista e Educacional: tendências metodológicas''. In: GONÇALVES, A.; GOIS, M. (orgs). '''Ciência da Linguagem: o fazer cientifico'''. Vol 2. Campesas Mercado de Letras, 2014</ref>
 
A sociolinguísticaSociolinguística educacionalEducacional, rótulo assumido por Stella Maris Bortoni-Ricardo, tem se constituído como um campo de aplicação da sociolinguística aos programas de formação de docentes para o ensino de língua materna.
 
Já a sociolinguísticaSociolinguística interacionalInteracional ou sociointeracionismoSociointeracionismo, surgiu na década de 1970 e foi apresentado pelo linguista americano [[John Joseph Gumperz]]. [...] tem como foco as interações linguístico-sociais, as interpretações e inferências produzidas pelos interlocutores a partir dessa relação, sejam ligadas a traços linguísticos ou não linguísticos, como gestos, expressões faciais e pausas.<ref>WITKOWSKI, Rejane. '''A Sociolinguística e suas Principais Correntes de Estudo'''. Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI. 2013.</ref>{{Referências|BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Educação em língua materna: a sociolingüística na sala de aula. São Paulo: Parábola Editorial, 2004=|BORTONI-RICARDO, Stella maris. Manual de Sociolinguística. São Paulo: Contexto, 2014.=|LABOV, W. Padrões sociolinguísticos. Ed. Parábola.=}}
 
== Ver também ==
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* [[Gíria]]
* [[Jargão]]
* [[Sociolinguística interacionalInteracional]]
*[[Linguística]]
*[[dialeto]]
 
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== Ligações Externas ==
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BAGNO, Marcos. '''Língua, linguagem, linguística: pondo os pingos nos ii'''. 1 ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2014.
 
ALKMIM, Tânia Maria. Sociolinguística: parte 1. In: MUSSALIM, Fernanda; BENTES, Anna Christina. (orgs). Introdução à Linguística: domínios e fronteiras, vol 1. Ed. São Paulo: Cortez, 2008.{{Linguística}}
 
BORTONI-RICARDO, Stella Maris. '''Educação em língua materna''': a sociolingüística na sala&nbsp; de aula. São Paulo: Parábola&nbsp; Editorial, 2004
 
BORTONI-RICARDO, Stella maris. '''Manual de Sociolinguística'''. São Paulo: Contexto, 2014.
 
LABOV, W. '''Padrões sociolinguísticos'''. Ed. Parábola, 2008.
 
{{Linguística}}
{{Controle de autoridade}}