Bruxas de Salém: diferenças entre revisões

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As principais testemunhas da acusação foram as primas [[Elizabeth "Betty" Parris]] e [[Abigail Williams]], com, respectivamente, 9 e 11 anos.
 
== Contexto ==
Enquanto os julgamentos de bruxas começaram a desaparecer em grande parte da Europa em meados do século XVII, eles continuaram à margem da Europa e das colônias americanas. Os acontecimentos de 1692/1693 em Salem tornaram-se uma breve explosão de uma espécie de histeria no Novo Mundo, enquanto a prática já estava diminuindo na maior parte da Europa.
 
Em ''Against Modern Sadducism'' (1668), [[Joseph Glanvill]] afirmou que podia provar a existência de bruxas e fantasmas do reino sobrenatural. Glanvill escreveu sobre a "negação da ressurreição corporal e dos espíritos [sobrenaturais]."<ref name="glanvill">Glanvill, Joseph. "Essay IV Against modern Sadducism in the matter of Witches and Apparitions", ''Essay on Several Important Subjects in Philosophy and Religion'', 2nd ed., London; printed by Jd for John Baker and H. Mortlock, 1676, pp. 1–4 (in the history 201 course-pack compiled by S. McSheffrey & T. McCormick), p. 26</ref> Em seu tratado, Glanvill afirmou que os homens engenhosos deveriam crer em bruxas e aparições; se eles duvidavam da realidade dos espíritos, eles não só negavam demônios, mas também o Deus: todo-poderoso. Glanvill queria provar que o sobrenatural não podia ser negado; aqueles que negavam aparições eram considerados [[Heresia|hereges]], pois também refutavam suas crenças em anjos.<ref name="glanvill"/> Obras de homens como Glanvill e [[Cotton Mather]] tentaram provar que "os demônios estavam vivos."<ref>3 Mather, Cotton.[http://www.law.umkc.edu/faculty/projects/ftrials/salem/ASA_MATH.HTM "Memorable Providence, Relating to Witchcraft and Possessions"] {{webarchive|url=https://web.archive.org/web/20081219164418/http://www.law.umkc.edu/faculty/projects/ftrials/salem/ASA_MATH.HTM |date=19 de dezembro de 2008 }}, law.umkc.edu</ref>
 
=== Acusações ===
Os julgamentos foram iniciados depois que as pessoas foram acusadas de bruxaria, principalmente por adolescentes como Elizabeth Hubbard, de 17 anos, bem como algumas que eram mais jovens.<ref name="nichols" />
 
=== Execuções de bruxaria registradas na Nova Inglaterra ===
A primeira execução registrada de bruxaria foi a de Alse Young em 1647 em [[Hartford (Connecticut)|Hartford, Connecticut]]. O historiador Clarence F. Jewett incluiu uma lista de outras pessoas executadas na Nova Inglaterra em seu livro de 1881.<ref>''The Memorial History of Boston: Including Suffolk County, Massachusetts. 1630–1880'' (Ticknor and Company (1881), pp. 133–137</ref>
 
=== Contexto político ===
A Nova Inglaterra havia sido colonizada por dissidentes religiosos que buscavam construir uma sociedade baseada na Bíblia de acordo com sua própria disciplina escolhida.<ref>{{cite book | last = Bremer | first = Francis J. | author-link = | title = Puritanism: A Very Short Introduction | publisher = Oxford University Press | series = | volume = | edition = | date = 2009 | location = | url = https://books.google.com/books?id=RDnRCwAAQBAJ&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false | isbn = 978-0199740871 | author-mask = 2 | ref=harv}}</ref> A Carta Real original de 1629 da [[Província da Baía de Massachusetts|Colônia da Baía de Massachusetts]] foi revogada em 1684,<ref>''The Glorious Revolution in Massachusetts: Selected Documents, 1689–1692'' (henceforth cited as ''Glorious Revolution''), Robert Earle Moody and Richard Clive Simmons (eds.), Colonial Society of Massachusetts: Boston, MA, 1988, p. 2.</ref> após o que o rei [[Jaime II de Inglaterra|Jaime II]] instalou Sir [[Edmund Andros]] como governador do [[domínio da Nova Inglaterra]]. Andros foi [[Revolta de Boston (1689)|deposto em 1689]], depois que a "[[Revolução Gloriosa]]" na Inglaterra substituiu o católico Jaime II pelos co-governantes protestantes [[Guilherme III de Inglaterra|Guilherme]] e [[Maria II de Inglaterra|Maria]]. Simon Bradstreet e Thomas Danforth, os últimos líderes da colônia sob a antiga Carta, retomaram seus cargos de governador e vice-governador, mas não tinham autoridade constitucional para governar porque a antiga Carta havia sido revogada.
 
Uma nova carta para a baía ampliada da província de Massachusetts recebeu a aprovação final na Inglaterra em 16 de outubro de 1691. Increase Mather tinha trabalhado na obtenção da carta por quatro anos, com William Phips juntando-se frequentemente a ele em Londres e ajudando-o a ingressar em Whitehall.<ref>"Carta de Increase Mather a John Richards, 26 de outubro de 1691, ''Glorious Revolution'' p. 621.</ref> Increase Mather tinha publicado um livro sobre bruxaria em 1684 e seu filho Cotton Mather publicou um em 1689. Increase Mather trouxe uma edição de Londres do livro de seu filho em 1690. Increase Mather alegou ter escolhido todos os homens para serem incluídos no novo governo. As notícias da Carta de Mather e a nomeação de Phips como novo governador chegaram a Boston no final de janeiro,<ref>''The Diary of Samuel Sewall, Vol. 1: 1674–1708'' (doravante citado como ''Sewall Diary''), ed. M. Halsey Thomas, Farrar, Straus & Giroux: New York, 1973, p. 287.</ref> e uma cópia da nova carta chegou a Boston em 8 de fevereiro de 1692.<ref>''Sewall Diary'', p. 288.</ref> Phips chegou a Boston em 14 de maio<ref>''Sewall Diary'', p. 291.</ref> e foi empossado como governador dois dias depois, junto com o tenente governador William Stoughton.<ref>Massachusetts Archives Collections, ''Governor's Council Executive Records,'' Vol. 2, 1692, p. 165. Cópia autenticada dos registros originais no State Paper Office de Sua Majestade, Londres, 16 de setembro de 1846.</ref> Uma das primeiras ordens de negócios do novo governador e do conselho em 27 de maio de 1692, foi a nomeação formal de juízes de paz da região, xerifes e a comissão de um Tribunal Especial de Oyer e Terminer para lidar com o grande número de pessoas que estavam "apinhando" as prisões.<ref>''Governor's Council Executive Records,'' Vol. 2, 1692, pp. 174–177.</ref>
 
=== Local do contexto ===
[[Ficheiro:Salem Village - map of - Project Gutenberg eText 17845.jpg|thumb|300px|Um mapa da [[Danvers (Massachusetts)|vila de Salem]], 1692]]
A vila de Salem (atual Danvers, Massachusetts) era conhecida por sua população conturbada, que tinha muitas disputas internas e pelas disputas entre a vila e a cidade de Salem (atual [[Salem (Massachusetts)|Salem]]). Argumentos sobre linhas de propriedade, direitos de pastoreio e privilégios da igreja eram abundantes, e os vizinhos consideravam a população "briguenta." Em 1672, os moradores votaram na contratação de um ministro próprio, além da cidade de Salem. Os dois primeiros ministros, James Bayley (1673–79) e George Burroughs (1680–83), permaneceram apenas alguns anos cada, partindo depois que a congregação não pagou a taxa total. Burroughs foi preso posteriormente no auge da histeria da bruxaria e foi enforcado como bruxo em agosto de 1692.
 
Apesar de os direitos dos ministros serem respeitados pelo Tribunal Geral e a paróquia ser admoestada, cada um dos dois ministros ainda optou por sair. O terceiro ministro, Deodat Lawson (1684–88), permaneceu por um curto período de tempo, saindo depois que a igreja em Salém se recusou a ordená-lo – e, portanto, não acabou com os problemas da congregação. A paróquia discordou sobre a escolha de Samuel Parris como seu primeiro ministro ordenado. Em 18 de junho de 1689, os moradores concordaram em contratar Parris por 66 [[Libra esterlina|libras]] anualmente, "um terço em dinheiro e os outros dois terços em provisões" e uso do presbitério.<ref>[http://etext.virginia.edu/toc/modeng/public/SalVRec.html ''Salem Village Record Book'' (18 de junho de 1689)]</ref>
 
Em 10 de outubro de 1689, no entanto, eles aumentaram seus benefícios, votando para conceder-lhe a escritura para o presbitério e dois acres (0.8 hectares) de terra.<ref>[http://etext.virginia.edu/toc/modeng/public/SalVRec.html ''Salem Village Record Book'', 10 de outubro de 1689], etext.virginia.edu</ref> Isso entrou em conflito com uma resolução de 1681 da vila, que afirmava que "não será lícito aos habitantes desta vila transmitir as casas ou terras ou quaisquer outras preocupações pertencentes ao Ministério a qualquer pessoa ou pessoa em particular: não por qualquer causa por voto ou outras formas".<ref>[http://etext.virginia.edu/toc/modeng/public/SalVRec.html ''Salem Village Record Book'', 27 de dezembro de 1681], etext.virginia.edu</ref>
 
Embora os destinos dos ministros anteriores e o nível de contenção na Vila de Salem fossem razões válidas para a cautela em aceitar a posição, o Rev. Parris aumentou as divisões da vila atrasando sua aceitação. Ele não parecia capaz de resolver as disputas de seus novos paroquianos: buscando deliberadamente "comportamento iníquo" em sua congregação e fazendo com que os membros da igreja em boa posição sofressem penitência pública por pequenas infrações, ele contribuiu significativamente para a tensão dentro da vila. Sua briga aumentou inabalável. A historiadora Marion Starkey sugere que, nesta atmosfera, um conflito sério pode ter sido inevitável.<ref>{{Harvnb|Starkey|1949|pp=26–28}}</ref>
 
== Ver também ==