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[[Ficheiro:Tacaca.png|miniaturadaimagem|tacacá]]
'''Tacacá''' é um [[Culinária|prato]] típico da [[Amazônia|Região Amazônica]] de origem indígena.<ref name=UFAC>{{citar web|url=http://www.filologia.org.br/revista/58supl/027.pdf|titulo=Breve glossário do tacacá|data=2014|acessodata=03-12-2019|publicado=Universidade Federal do Acre (UFAC)|ultimo=Darlan Machado Dorneles|primeiro=Lindinalva Messias do Nascimento Chaves}}</ref> É muito apreciado em várias localidades da região [[Região Norte do Brasil|Norte]] do [[Brasil]].<ref name=UFAC/>
'''O Tacacá''' é uma iguaria típica do [[Pará]] e pode ser encontrado em todos os Estados da região Norte como no [[Amazonas]], [[Amapá]], [[Acre]], [[Roraima]], [[Rondônia]], [[Tocantins]] e [[Pará]].
 
Preparado com um caldo amarelado, chamado [[tucupi]]. Coloca-se esse caldo por cima da [[goma]] de mandioca, também servida com [[jambu]] (Ervaerva amazônica que provoca uma dormência na boca) e camarão seco. Serve-se muito quente, temperado com [[pimenta]], em [[cuia]]s. O [[tucupi]] e a [[goma]] são resultados da massa ralada da mandioca que, depois de prensada para fazer farinha, resulta num líquido leitoso-amarelado. Após deixado em repouso, a [[goma]] fica depositada no fundo do recipiente e o [[tucupi]] na sua parte superior.
 
==Ingredientes==
Os ingredientes do tacacá podem variar de acordo com a localidade. Sua base, entretanto, está nos ingredientes abaixo:
Cada estado possui ligeiras variações acerca dos ingredientes adicionais, os quais podem ser: pipoca, farinha, purê, cebolinha, cheiro verde etc.
 
* [[tucupi]]
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* [[alho]]
* [[pimenta]] de [[cheiro]]
 
===Apresentação e consumo===
Serve-se em cuias. Coloca-se primeiramente um pouco de tucupi e o caldo da pimenta-de-cheiro com tucupi. Acrescenta-se a goma e arranjam-se os ramos do jambu de modo bem distribuído. Colocam-se os camarões e acrescenta-se mais tucupi até quase completar a cuia.
 
Toma-se o tacacá – não se diz comer, nem beber – levando-se os lábios até a cuia, sorvendo em pequenas quantidades o tucupi , misturado com a goma. Utiliza-se um palitinho de madeira para comer o camarão ou o jambu.
 
Dado que esta iguaria é servida muito quente, passou-se a usar uma pequena cesta na base da cuia - provavelmente a partir da década de 1990 - para proteger as mãos de quem consome o tacacá.
 
== A tacacazeira ==
A vendedora de tacacá, ou tacacazeira, é uma figura típica das ruas de diversas cidades amazônicas. As vendedoras de tacacá têm ponto fixo em diferentes locais das cidades, permanecendo muitas vezes por décadas, de avós para netas, com clientela cativa.
 
== Origem ==
A provável origem do tacacá está na culinária indígena. Ao que tudo indica, o prato é uma variação do ''mani poi'', uma sopa apreciada pelos indígenas, muito antes da chegada dos europeus na região.<ref>{{citar web|url=https://escola.britannica.com.br/artigo/tacac%C3%A1/483578 |título=Tacacá |publicado=Britannica Escola |acessodata=03-12-2019}}</ref>
Pressupõe-se que por volta do ano 5.000 a.C, na bacia do Alto Madeira tenha ocorrido a domesticação da mandioca; palavra que significa “comedor de farinha” no idioma arwak. Acredita-se que a iguaria é originária do Pará. A teoria é defendida por Flores (1947) e Câmara Cascudo (1967, 2004). Sua origem provavelmente deriva de um tipo de sopa indígena denominada <nowiki>''</nowiki>mani poi<nowiki>''</nowiki>.
 
O primeiro escrito que se tem notícia acerca do tacacá, ocorre no século XVI pelo padre capuchinho Abbeville em sua descrição das práticas alimentares indígenas (Câmara Cascudo, 2004 : 135). A palavra tacacá provém certamente do nheengatu ou língua geral, o tupi veicular da Amazônia. Segundo o escritor Câmara Cascudo, “A origem do tacacá é dos indígenas paraenses”.
 
Num depoimento de junho de 1859, o médico e pesquisador alemão Robert Avé-Lallemant (1812-1884) descreve aquilo que provavelmente se trate da iguaria. O pesquisador visitou a vila de Serpa (atual Itacoatiara) e outros lugares da Amazônia, de que resultou o livro “No Rio Amazonas (1859)”, de sua autoria, traduzida em São Paulo em 1980.
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João Daniel pouco se refere ao Pará, quando faz menção a lugares, habitações, apetrechos de caça e pesca, culinária, vestuário, danças, instrumentos musicais, enfeites e outros assuntos referentes aos nativos – utiliza os seguintes termos: “índios do Rio Amazonas”… “tapuias do Amazonas”… povoadores do Amazonas”…; que “usam da bebida tacacá…”; que “o tucupi é um sumo venenoso extraído da raiz da mandioca”; que “cozido perde o veneno e então é servido como tempero de vários guisados e bebidas”.
 
===Apresentação e consumo===
O SENAC nacional trata da matéria em uma edição de 2000. Já a bibliografia em favor da origem paraense é maior, a exemplo de Jaques Flores (1947), Luís da Câmara Cascudo (1967 e 2004), Osvaldo Orico (1972), Maria Lúcia Gomensoro (1999) e Márcia Algranti (2000).
Serve-se em cuias. Coloca-se primeiramente um pouco de tucupi e o caldo da pimenta-de-cheiro com tucupi. Acrescenta-se a goma e arranjam-se os ramos do jambu de modo bem distribuído. Colocam-se os camarões e acrescenta-se mais tucupi até quase completar a cuia.
 
Toma-se o tacacá – não se diz comer, nem beber – levando-se os lábios até a cuia, sorvendo em pequenas quantidades o tucupi , misturado com a goma. Utiliza-se um palitinho de madeira para comer o camarão ou o jambu.
 
Dado que esta iguaria é servida muito quente, passou-se a usar uma pequena cesta na base da cuia - provavelmente a partir da década de 1990 - para proteger as mãos de quem consome o tacacá.
 
== Ver também ==
 
* [[Culinária do Amazonas]]
* [[Culinária do Pará]]
 
{{Referências}}
 
==Bibliografia==
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* GOMENSORO, Maria Lucia. Pequeno dicionário de gastronomia. Rio de Janeiro: Objetiva, 1999. 432 p
 
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== Ligações externas ==
* [http://www.taquiprati.com.br/apresenta-cronica.php3?cronica=cronica27 A arte de tomar tacacá] Crônica de Ribamar Bessa.
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{{Portal3|Amazonas}}
[[Categoria:Culinária da Região Norte do Brasil]]