Partido Comunista do Brasil: diferenças entre revisões

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=== A Guerrilha do Araguaia (1969-1976) ===
''{{Artigo principal|[[Guerrilha do Araguaia]]}}''
[[File:Mgrabois.jpg|thumb|esquerda|180px|[[Maurício Grabois]] foi um importante militante do PCdoB e líder da [[Guerrilha do Araguaia]] até ser morto em [[1973]]|ligação=Special:FilePath/Mgrabois.jpg]]
Desde 1966, o PCdoB buscava a formação de um núcleo de guerrilha no campo. A área escolhida para a irradiação do futuro exército camponês (seguindo as linhas maoistas) foi a região sul do [[Pará]], próximo à divisa com [[Tocantins]]. Estima-se que o partido reuniu de 70 a 80 guerrilheiros na área, sob o comando militar do ex-militar [[Osvaldo Orlando da Costa]] (''Osvaldão'') e sob o comando máximo de [[Maurício Grabois]] (então [[comandante em chefe]] da guerrilha).
 
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A adoção da linha albanesa não significou a radicalização da política do PCdoB. Em 1978, toda a esquerda tinha ação institucional através do [[Movimento Democrático Brasileiro]] (MDB), de oposição moderada ao governo militar. O PCdoB retomou seu espaço parlamentar e elegeu seus primeiros deputados sob a clandestinidade.
 
Em 1979, com a [[Abertura política]] e a concessão da [[Anistia]], o PCdoB encontrou um ambiente favorável à sua penetração no sindicalismo e nas organizações estudantis. João Amazonas regressou do exílio em 1979, e [[Diógenes Arruda]] Câmara faleceu de [[infarto]] no carro, a caminho de um ato político. A refundação da [[UNE]] (1979), com [[Aldo Rebelo]], marcou o início da hegemonia do partido na entidade universitária (que se mantém desde então, salvo no biênio 1987-1988). Em 1984, o PCdoB fundou a União da Juventude Socialista (UJS), seu braço juvenil.<Ref>{{citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=tp_ypcXb4KMC&pg=PA291&dq=%22Uni%C3%A3o+da+Juventude+Socialista%22&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwiYsIrI-8LkAhVILLkGHRIBCPUQ6AEINzAC#v=onepage&q=%22Uni%C3%A3o%20da%20Juventude%20Socialista%22&f=false|titulo=Gritos silenciados mas evidentes|autor=Hilário Dick|acessodata=09/09/2019|página=291}}</ref>
 
No sindicalismo, o PCdoB adotou inicialmente uma política de aliança com os sindicalistas ligados ao PCB, aderindo em 1983 à [[Centralhttp://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/coordenacao-nacional-da-classe-trabalhadora-conclat Geral dos Trabalhadores|Conclat]], que incluía também moderados e não marxistas<ref>{{Citar web|titulo=Há 30 anos, Conclat foi a matriz de unidades e desencontros sindicais|url=https://www.redebrasilatual.com.br/trabalho/2011/08/conclat-foi-a-matriz-de-unidades-e-desencontros-sindicais/|obra=Rede Brasil Atual|data=2011-08-15|acessodata=2019-12-12|lingua=pt-BR|primeiro=Publicado por Vitor|ultimo=Nuzzi|primeiro2=da|ultimo2=RBA}}</ref>. Dessa forma, o partido se opôs à [[Central Única dos Trabalhadores]] (braço sindical do PT). Em 1984, o PCdoB integrou-se ao movimento das ''[[Diretas Já]]'' (formado por todos os partidos de oposição),<ref name="CPDOC Pc do B">{{citar web|url=http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/partido-comunista-do-brasil-pc-do-b|titulo=Partido Comunista do Brasil|acessodata=09/09/2019|autor=Fundação Getúlio Vargas|publicação=CPDOC}}</ref> e no ano seguinte, com a derrota da [[emenda Dante de Oliveira]], procurou [[Tancredo Neves]] buscando convencê-lo a lançar-se candidato no [[Colégio Eleitoral]], no que coincidiam com o PCB e o MR8, que consideravam a candidatura decisiva para a [[redemocratização]] e a legalização dos partidos de esquerda, com exceção do PT, já legalizado já em 1980.
 
Nas eleições para a [[Assembleia Nacional Constituinte de 1987]], o PCdoB elegeu seis deputados federais, incluindo Haroldo Lima<ref name="Folha 1987"/> e Aldo Arantes. Destes, três foram originalmente eleitos pela legenda do PMDB, com o qual permanecia aliado, fazendo parte da base de sustentação do [[governo José Sarney]].<ref name="CPDOC Pc do B"/> Na Constituinte, o PC do B foi o único partido a votar contra a menção a [[Deus]] na Constituição.<ref name="Folha 1987">{{Citar web|url=https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/151855/Set%201987%20-%200077.pdf?sequence=3|titulo=Só PC do B vota contra menção a Deus no texto da nova Constituição|data=26 de setembro de 1987|acessodata=09/09/2019|autor= |publicação=Folha de S. Paulo}}</ref>
 
=== De 1987 ao Programa Socialista de 1995 ===
A crise social e econômica que se seguiu ao [[Plano Cruzado]] (1987) levou o PCdoB a romper com o PMDB. Em seu lugar, buscou uma aproximação cada vez maior com o PT<ref name="CPDOC Pc do B"/> e o [[Partido Socialista Brasileiro|PSB]]. Em 1988, os sindicalistas do PCdoB romperam com a [[Central Geral http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/confederacao-geral-dos-trabalhadores Trabalhadores|CGT]] e formaram a ''[[Corrente Sindical Classista]]'', que em seguida integrou-se à [[Central Única dos Trabalhadores]], estando atualmente ligado à [[Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil|CTB]].<ref>{{Citar web|titulo=Há 30 anos, plenária criou no país a Corrente Sindical Classista - Portal Vermelho|url=http://www.vermelho.org.br/noticia/309783-1|obra=www.vermelho.org.br|acessodata=2019-12-12|lingua=pt-br}}</ref>
 
Em 1989, junto com o [[Partido Socialista Brasileiro]] (PSB), o PCdoB apoiou a candidatura de Lula à presidência.<ref name="CPDOC Pc do B"/> A aliança com o PT para as eleições presidenciais se repetiu nos pleitos de 1994, 1998, 2002 e 2006, obtendo êxito nos dois últimos, com o vice-presidente da chapa, o político e empresário têxtil [[José Alencar]], indicado pelo [[Partido Liberal (Brasil)|PL]].
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Com a vitória de [[Luiz Inácio Lula da Silva|Lula]] em 2002, o PCdoB, pela primeira vez, passou a fazer parte do governo federal, ocupando a pasta dos [[Ministério do Esporte|Esportes]] com [[Agnelo Queiroz]]. Essa participação foi ampliada em 2004, com a indicação de outro deputado, [[Aldo Rebelo]], para a Coordenação Política do governo (que deixaria no ano seguinte para voltar ao Congresso e ser eleito presidente da Câmara dos Deputados). O PCdoB também conseguiu obter participação no Senado, com a filiação, por um breve período, do senador [[Leomar Quintanilha]] (ex-PMDB). Em 2005 o partido obtém a Presidência da Câmara Federal com o deputado Aldo Rebelo, após a renuncia de Severino Cavalcanti (PP-PE). Em 16 de novembro de 2002, Aldo Rebelo assumiu por um dia a Presidência da República.
 
Em 2006, [[Inácio Arruda]] foi eleito senador pelo [[Ceará]] com quase dois milhões de votos. O primeiro senador comunista depois de Luis Carlos Prestes, em 1946.<ref>{{Citar web|titulo=Inácio Arruda, do PCdoB, é eleito senador pelo Ceará - Portal Vermelho|url=http://www.vermelho.org.br/noticia/7971-1|obra=www.vermelho.org.br|acessodata=2019-12-12|lingua=pt-br}}</ref>
 
Apesar de crítico da política econômica do governo Lula, o PCdoB manteve seu apoio ao PT. Em 2006, o PCdoB formalizou sua participação da aliança pela reeleição do presidente Lula.