António José de Almeida: diferenças entre revisões

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{{Info/Político/Presidente
| nome = António José de Almeida<br /><small>[[Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito|GCTE]] • [[Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo|GCC]] • [[Ordem Militar de São Bento de Avis|GCA]] • [[Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico|GCSE]]</small>
| preposição = de
| país = Portugal
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| assinatura = Assinatura António José de Almeida.svg
}}
'''António José de Almeida''' <small>[[Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito|GCTE]] • [[Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo|GCC]] • [[Ordem Militar de São Bento de Avis|GCA]] • [[Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico|GCSE]]</small> ([[São Pedro de Alva]], [[Vale da Vinha]], [[17 de Julho]] de [[1866]] — [[Lisboa]], [[31 de Outubro]] de [[1929]]) foi um político [[republicano]] português, sexto [[presidente da República Portuguesa]], cargo que exerceu de [[5 de Outubro]] de [[1919]] a 5 de Outubro de [[1923]]. Foi o único presidente da [[Primeira República Portuguesa]] a cumprir integralmente e sem interrupções o seu mandato de 4 anos, tendo com ele Portugal retornado a uma presidência civil.<ref>{{citar web | url=http://www.leme.pt/biografias/portugal/presidentes/almeida.html | título=António José de Almeida (1866–1929) | publicado=www.leme.pt }}</ref> A data do seu nascimento é feriado municipal em Penacova.
 
== Biografia ==
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Após a [[Proclamação da República Portuguesa]], foi nomeado Ministro do Interior do [[Governo Provisório da República Portuguesa|Governo Provisório]]; exerceu, posteriormente, várias vezes as funções de ministro e deputado, tendo fundado em Fevereiro de [[1912]] o [[partido Evolucionista]], que dirigirá, partido republicano moderado organizado em torno do diário ''República'', que tinha criado em Janeiro de 1911, e que também dirigia.<ref name=Ferro36/> Nesse periódico, opôs-se aos outros partidos, especialmente ao [[Partido Democrático]] de [[Afonso Costa]], contra o qual escreveu um célebre artigo;<ref name=Ferro36/> no entanto, aliou-se a Afonso Costa no governo da [[União Sagrada]], em Março de [[1916]], ministério de que foi presidente.
 
A 10 de Julho de 1919 foi agraciado com a Grã-Cruz da [[Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito]].<ref name="OHn">{{citar web |url=http://www.ordens.presidencia.pt/?idc=153|título=Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas|data=|publicado=Presidência da República Portuguesa|acessodata=2015-02-03|notas=Resultado da busca de "António José de Almeida".}}</ref>
 
===Presidente da República===
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Foi durante a presidência de António José de Almeida que se inauguraram as [[Visita de Estado|visitas de Estado]] na acepção moderna do termo. Foi convidado pelo [[Epitácio Pessoa|Presidente Epitácio Pessoa]] para uma visita oficial ao [[Brasil]],<ref name=Ferro36/> no âmbito das comemorações do centenário da independência da antiga colónia portuguesa, que se cumpriu a 7 de Setembro de 1922. A viagem revestiu-se de carácter simbólico, não tendo, porém, ficado livre de algumas perturbações: o vapor ''Porto'' (que, antes de 1916, era o navio mercante alemão ''Prinz Heinrich'', aprisionado à Alemanha durante a [[Primeira Guerra Mundial]] e concedido a Portugal pelo [[Tratado de Versalhes (1919)|Tratado de Versalhes]]), onde a comitiva presidencial seguia para o Rio de Janeiro, não estava ainda totalmente adaptado à sua condição de transporte de passageiros. A fim de se concluírem as obras de adaptação, o início da viagem foi atrasado. Entretanto, houve uma crise do [[35.º governo republicano (Portugal)|governo democrático]] presidido por [[António Maria da Silva]], proporcionada pela demissão do [[Lista de ministros das Finanças de Portugal|Ministro das Finanças]], [[Albano Portugal Durão]]. O início da viagem, inicialmente previsto para dia 26 de Agosto, foi atrasado em dois dias. Logo que a comitiva se fez ao mar, todavia, uma avaria no frigorífico determinou que o vapor tivesse de aportar em [[Las Palmas]], nas [[Canárias]], no dia 1 de Setembro, por exigências de abastecimento. No dia 7 de Setembro, quando a embaixada portuguesa deveria estar já no Brasil, realizou-se a bordo uma sessão solene em honra do centenário da independência da antiga colónia, em que tomaram a palavra [[Jaime Cortesão]], [[João de Barros (1881)|João de Barros]], e o próprio António José de Almeida. Só no dia 17, com um atraso de 10 dias e tendo demorado o dobro do que seria de esperar duma viagem naquele tempo, é que o ''Porto'' fundeou no Rio de Janeiro; o presidente Epitácio Pessoa, acompanhado dos seus ministros da Marinha ([[João Pedro da Veiga Miranda|Veiga Miranda]]) e das Relações Exteriores ([[José Manuel de Azevedo Marques|Azevedo Marques]]) e do ministro de Portugal no Rio ([[Duarte Leite]]), subiu a bordo do vapor para cumprimentar António José de Almeida.<ref name="Mourão&CastroGomes35-37">Mourão & Castro Gomes, 2014:35-37</ref> Foi esta a primeira vez que um chefe de Estado português visitava o Brasil, e a estada de António José de Almeida foi alvo de considerável aparato: terá ficado hospedado no [[Palácio Guanabara]]; foram-lhe endereçadas mensagens especiais dos presidentes das Repúblicas do [[Uruguai]] ([[Baltasar Brum]]), [[Colômbia]] ([[Pedro Nel Ospina]]), [[Cuba]] ([[Alfredo Zayas y Alfonso]]), e [[Peru]] ([[Augusto B. Leguía y Salcedo|Augusto Leguía y Salcedo]]); houve uma recepção na Embaixada de Portugal e um grande banquete no [[Palácio do Catete]]; uma sessão solene no [[Real Gabinete Português de Leitura|Gabinete Português de Leitura]] que viu António José de Almeida ser nomeado seu presidente honorário; uma sessão especial do [[Congresso Nacional do Brasil|Congresso Nacional]] (à altura provisoriamente instalado no edifício da [[Biblioteca Nacional do Brasil]]); um chá dançante na residência oficial do embaixador português com a presença de dois mil convidados; uma recepção no Grémio Republicano Português e na [[Academia Nacional de Medicina|Academia de Medicina]], entre muitos outros estabelecimentos brasileiros e portugueses (Câmara Portuguesa do Comércio, [[Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro]], Clube de Engenharia, [[Academia Brasileira de Letras]]); e, para colmatar a visita, houve um grande baile de despedida no Palácio Guanabara.<ref name="Mourão&CastroGomes38">Mourão & Castro Gomes, 2014:38</ref>
 
A 16 de Outubro de 1919 foi agraciado com a Grã-Cruz da [[Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo]], a Grã-Cruz da [[Ordem Militar de São Bento de Avis]] e a Grã-Cruz da [[Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico]].<ref name="OHn"/>
 
O seu mandato presidencial cessa em [[5 de Outubro]] de [[1923]],<ref>{{citar web |url=http://www.presidencia.pt/?idc=13&idi=31 |título="Presidentes Anteriores - Teixeira Gomes" |acessodata=5 de Dezembro de 2015 |publicado=Página oficial da Presidência da República Portuguesa }}</ref> data em que [[Manuel Teixeira Gomes]] o sucede na Presidência da República, como resultado das [[Eleições presidenciais portuguesas de 1923|eleições presidenciais de 1923]].<ref>{{citar web |url=http://ahpweb.parlamento.pt/Detalhe/?&pesq=ps&t=7&id=31198&tx= |título="Eleições Presidenciais - Eleição do Presidente da República Manuel Teixeira Gomes, em 6 de Agosto de 1923" |acessodata=5 de Dezembro de 2015 |publicado=Arquivo Histórico Parlamentar }}</ref>