Brigadeiro (doce): diferenças entre revisões

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| prato =
| país = [[Brasil]]
| região = [[São Paulo]]
| cozinha_nacional = Brasileira
| criador = Heloísa Nabuco de Oliveira
| ano = 1946
| tempomín =
| tempomáx =
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| outros =
}}
{{Cozinha do Brasil}}
 
O '''brigadeiro''' é um [[Doçaria|doce]] típico da [[culinária do Brasil|culinária brasileira]],<ref name="Nes">{{citar web |url=https://www.nestle.com.br/site/downloads/fasciculos/brigadeiros.pdf|título=Receitas de brigadeiro| obra = |publicado=Nestlé Brasil|data= |acessodata = 6 de outubro de 2017}}</ref> de origem [[paulista]],carioca <ref>BELLUZZO,{{citar Rosa.livro|título=Livro Sãodo Paulo:Brigadeiro|ultimo=Motter|primeiro=Juliana|editora=Panda memóriaBooks|ano=2010|local=|páginas=|acessodata=}}</ref> e<ref>{{citar saborweb|url=http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2017/06/brigadeiro-doce-preferido-nas-festas-surgiu-em-campanha-eleitoral.html|titulo=Brigadeiro, Sãodoce Paulo:preferido Ed.nas UNESPfestas, 2009.surgiu em campanha eleitoral|data=|acessodata=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref> <ref>RAMOS, Regina{{citar Helena de Paivaweb|url=https://www. A cozinha paulistagazetadopovo. São Paulo: Melhoramentos, 2000com.br/bomgourmet/brigadeiro-um-doce-politico/|titulo=Um ISBNDoce 9788571398832Político|data=|acessodata=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref>, o qual rapidamente se difundiu pelo resto do país, tornando-se comum em todo o país a sua presença em festas de [[aniversário]], junto com doces como o [[cajuzinho]] e o [[beijinho]].<ref name="Nes" /> É conhecido também no [[Rio Grande do Sul]] pelo nome de '''negrinho'''.
 
== Ingredientes ==
Os ingredientes do brigadeiro são [[leite condensado]], [[Cacau em pó|chocolate em pó]], [[manteiga]] e chocolate granulado para a cobertura.<ref name="Nes" /> Pode ser feito tanto no [[fogão]] quanto no [[forno de micro-ondas]].
 
== História e Origemorigem ==
[[ImagemFicheiro:Brigadeiro (2724257004).jpg|thumb|250pxminiaturadaimagem|esquerda|BrigadeirosBrigadeiro mordido mostrando sua consistência macia]]
A origem do nome "brigadeiro" é ligada à campanha presidencial do Brigadeiro [[Eduardo Gomes]], candidato da [[UDN]] à Presidência da República em 1946.<ref>{{citar web |url=http://g1.globo.com/fantastico/quadros/canal-f/noticia/2013/01/origem-do-nome-do-doce-brigadeiro-esta-ligada-historia-do-brasil.html|título=Origem do nome do doce brigadeiro está ligada à história do Brasil| obra = Portal [[G1]]|publicado=Portal G1[[Rede Globo]]|data= 1 janeiro de 2013 |acessodata = 6 de outubro de 2017 |arquivodata= 9/7/2019 |arquivourl= http://web.archive.org/web/20190709193654/http://g1.globo.com/fantastico/quadros/canal-f/noticia/2013/01/origem-do-nome-do-doce-brigadeiro-esta-ligada-historia-do-brasil.html |urlmorta= no}}</ref>
 
Heloísa Nabuco de Oliveira, membro de tradicional família [[carioca]] que apoiava a candidatura do brigadeiro, criou um tipo de doce, ligeiramente diferente da versão atual sendo feito com leite, ovos, manteiga, açúcar e chocolate, e o denominou com a patente do candidato preferido. A guloseima, feita de leite condensado, manteiga, açúcar e chocolate em pó, inicialmente feita como uma forma de arrecadar fundos para a campanha, rapidamente ganhou popularidade e se espalhou pelo resto do país junto da campanha do Brigadeiro. Como as festas dos correligionários e cabos eleitorais eram muito disputadas pela população, estes logo começaram a chamar os amigos para irem comer o "docinho do brigadeiro". Com o tempo, o nome "brigadeiro" se tornou tão associado ao doce que o mesmo passou a ser conhecido apenas como "brigadeiro". Apesar do apoio recebido, Eduardo Gomes foi derrotado nas eleições, tendo a [[eleição]] sido vencida pelo então [[general]] [[Eurico Gaspar Dutra]].<ref>{{citar web |url=http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=11979&edicao=9658&anterior=1|título=Muito bem organizadas as manifestações no Dia da Paz| obra = |publicado=[[Diário de Cuiabá]]|data= |acessodata = 7 de outubro de 2017 |arquivodata= 9/7/2019 |arquivourl= http://web.archive.org/web/20190709193605/http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=11979&edicao=9658&anterior=1 |urlmorta= no}}</ref>
Conforme relatam historiadores da alimentação,<ref>ABRAHÃO, Fernando. "Delícias das sinhás – História e receitas culinárias da segunda metade do século 19 e início do século 20". São Paulo: Ed. Arte Escrita, 2008. ISBN 978-85-8805911-8</ref> o nome seria uma homenagem ao [[brigadeiro]] Eduardo Gomes.<ref>{{citar web |url=https://istoe.com.br/186490_O+DOCE+BRIGADEIRO/|título=O doce brigadeiro| obra = |publicado=Revista Isto É|data= 18.01.2012 |acessodata = 6 de outubro de 2017}}</ref> Durante a candidatura do militar à [[Presidente do Brasil|presidência da República]] pela [[União Democrática Nacional]], um grupo de mulheres paulistanas do bairro do [[Pacaembu (bairro de São Paulo)|Pacaembu]] que eram engajadas na campanha do candidato organizaram festas para promover sua candidatura. O doce teria sido criado por essas mulheres durante a primeira campanha do candidato à presidência, pela [[conservador]]a União Democrática Nacional, logo após a queda de [[Getúlio Vargas]].
 
A guloseima, feita de leite condensado, manteiga, açúcar e chocolate em pó, inicialmente feita como uma forma de arrecadar fundos para a campanha, rapidamente ganhou popularidade e se espalhou pelo resto do país junto da campanha do Brigadeiro. Como as festas dos correligionários e cabos eleitorais eram muito disputadas pela população, estes logo começaram a chamar os amigos para irem comer o "docinho do brigadeiro". Com o tempo, o nome "brigadeiro" se tornou tão associado ao doce que o mesmo passou a ser conhecido apenas como "brigadeiro". Apesar do apoio recebido, Eduardo Gomes foi derrotado nas eleições, tendo a [[eleição]] sido vencida pelo então [[general]] [[Eurico Gaspar Dutra]].<ref>{{citar web |url=http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=11979&edicao=9658&anterior=1|título=Muito bem organizadas as manifestações no Dia da Paz| obra = |publicado=Diário de Cuiabá|data= |acessodata = 7 de outubro de 2017}}</ref>
 
Tal versão é reforçada não só pelo contexto político da época (em que São Paulo, ainda com a memória recente da [[Revolução de 1932]], tinha forte engajamento de sua população contra [[Getúlio Vargas]] e seu candidato, o General Dutra), mas também pelo próprio contexto econômico e material da época. Era justamente no Estado de São Paulo em que se encontravam as duas únicas fábricas brasileiras de leite condensado (as Fábricas da Nestlé em [[Araras]] e em [[São Paulo (estado)|São Paulo]], fundadas em 1921), além de ser na cidade de São Paulo em que era fabricado o notório "Chocolate do Padre" (nome popular do chocolate citado em grande parte das receitas antigas do doce), o qual era produzido pela Fábrica Gardano (fundada na capital paulistana também em 1921, junto com a fábrica da Nestlé).<ref>{{citar web |url=http://www.essenciastudio.com.br/escola-de-confeitaria/quando-o-leite-condensado-virou-brigadeiro-uma-historia-do-doce-mais-famoso-do-brasil/|título=Quando o leite condensado virou brigadeiro? - a história do doce mais famoso do Brasil| obra = |publicado=Essencia Stúdio|data= |acessodata = 7 de outubro de 2017}}</ref>
 
Conforme relata a historiadora da alimentação Daniela Ferreira, "as prescrições da receita sugerem que o brigadeiro foi criado em São Paulo, por conta da fábrica Gardano, fundada na capital paulistana em 1921, junto com a fábrica da Nestlé", o que efetivamente tornou materialmente possível a criação do mesmo no Estado de São Paulo.
 
=== Outras versões ===
Outras versões, aparentemente derivadas da história acima descrita e popularizadas nos anos 1980, narram histórias similares vinculando o doce à campanha de Eduardo Gomes, alterando no entanto a localidade da criação do doce e alegando que o mesmo foi criado por mulheres do [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]]. Em uma dessas versões cita-se que Heloísa Nabuco, de tradicional família [[carioca]] que apoiava o brigadeiro, criou um tipo de doce, ligeiramente diferente da versão atual sendo feito com leite, ovos, manteiga, açúcar e chocolate, e o denominou com a patente do candidato preferido.<ref>{{citar web |url=http://www.historiadigital.org/curiosidades/a-origem-historica-do-doce-de-brigadeiro/|título= A origem histórica do doce de brigadeiro| obra = |publicado=História Digital|data= |acessodata = 7 de outubro de 2017}}</ref> Outras versões, também derivadas da história original, apontam também localidades em Minas Gerais.<ref>{{citar web|url= http://revistalingua.uol.com.br/textos/78/o-doce-enigma-do-brigadeiro-255322-1.asp |título=O doce enigma do brigadeiro - Revista Língua Portuguesa |primeiro =Mário Eduardo |último =Viaro |obra=Revista Língua |ano= |acessodata=7 de junho de 2012}}</ref>
 
Tal versão, no entanto, apresenta indícios de ter sido gerada posteriormente à criação do doce e de sua popularização, em vista de conflitar com outra versão da história, veiculada durante as eleições por opositores do Brigadeiro Eduardo Gomes, na qual se alegava que o doce se chamava "brigadeiro" por não conter ovos, o que segundo os mesmos seria uma referência maldosa a uma história de que Eduardo Gomes em [[1922]], ao ser baleado na virilha durante a [[Revolta dos 18 do Forte de Copacabana]], havia perdido seus testículos. Como na versão da socialite Heloísa Nabuco o doce continha ovos, entende-se que as histórias são mutuamente excludentes.
 
=== No Rio Grande do Sul ===