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[[File:Intentona Comunista de 1935 - Fachada do Quartel do Regimento Policial de Natal cravados de balas pelos soldados do 21º B.C e pelos civis comunistas.jpg|thumb|Fachada do Quartel do Regimento Policial de Natal cravada de balas pelos soldados do 21º B.C e pelos civis comunistas, no contexto do levante de 1935.]]
{{Info/Objeto/Wikidata|legenda=<big>[[Monumento aos mortos na Intentona Comunista|Monumento aos mortos na Intentona Comunista]], restaurado,<ref name="Fundição do Arsenal restaura monumento histórico">[[Exército Brasileiro]] - [http://www.eb.mil.br/web/noticias/noticiario-do-exercito/-/asset_publisher/MjaG93KcunQI/content/restauracao-de-monumento-da-intentona-comunista-pela-secao-de-fundicao-do-arsenal-de-guerra-do-rio ''Fundição do Arsenal restaura monumento histórico .''] Acessado em 17/10/2018.</ref> aqui mostrado em fotografia de fevereiro de 2019.</big>}}
'''Intentona Comunista''', também conhecida como '''Revolta Vermelha de 35''',<ref name="dhnet2">{{Citar livro|autor=Hélio Silva |título=O Ciclo de Vargas - Volume VIII |subtítulo=1935 - A Revolta Vermelha |editora=Civilização Brasileira|ano=1969|páginas=476}}</ref> '''Revolta Comunista de 35''',<ref name="cpdoc1" /><ref name="dhnet1" /> '''Levante Comunista'''<ref name="grabois" /> foi uma tentativa de golpe contra o governo de [[Getúlio Vargas]] realizado em 27 de novembro de 1935 por militares, em nome da [[Aliança Nacional Libertadora]], com apoio do [[Partido Comunista Brasileiro]] (PCB), na época denominado como Partido Comunista do Brasil, e do ''[[Comintern]]''.
 
== História ==
 
A Intentona Comunista de 1935, conspiração de natureza político-militar, inscreve-se, pelas suas reivindicações políticas imediatas (de protesto político-institucional contra um governo autoritário), dentro do quadro dos movimentos [[Tenentismo|tenentistas]] realizados no Brasil desde a década de 1920.
 
[[File:Intentona Comunista de 1935 - 3º Regimento de Infantaria em chamas.jpg|thumb|3º Regimento de Infantaria em chamas.]]
A Intentona Comunista de 1935, conspiração de natureza político-militar, inscreve-se, pelas suas reivindicações políticas imediatas (de protesto político-institucional contra um governo autoritário), dentro do quadro dos movimentos [[Tenentismo|tenentistas]] realizados no Brasil desde a década de 1920. No entanto, articularam-se estas reivindicações, sob influência [[comunismo|comunista]], à ideia de uma revolução "nacional-popular" contra as [[oligarquia]]s, o [[imperialismo]] e o [[autoritarismo]], possuindo, nas suas reivindicações menos imediatas, aspectos como a abolição da dívida externa, a reforma agrária e o estabelecimento de um governo de base popular - em outras palavras, uma revolução "nacional-libertadora", que, embora estabelecida por um movimento armado, não se propunha a ultrapassar o quadro da ordem social burguesa (como afirmado, à época, por um dos líderes do movimento, o capitão [[Agildo Barata]]).
 
No entanto, articularam-se estas reivindicações, sob influência [[comunismo|comunista]], à ideia de uma revolução "nacional-popular" contra as [[oligarquia]]s, o [[imperialismo]] e o [[autoritarismo]], possuindo, nas suas reivindicações menos imediatas, aspectos como a abolição da dívida externa, a reforma agrária e o estabelecimento de um governo de base popular - em outras palavras, uma revolução "nacional-libertadora", que, embora estabelecida por um movimento armado, não se propunha a ultrapassar o quadro da ordem social burguesa (como afirmado, à época, por um dos líderes do movimento, o capitão [[Agildo Barata]]).
 
Esta confluência de influências corporificou-se na pessoa de seu principal líder, [[Luís Carlos Prestes]], capitão do [[Exército Brasileiro]] e líder tenentista convertido ao comunismo, que dirigiu o levante - à revelia da liderança formal do [[Partido Comunista Brasileiro]], e em articulação direta com a direção da [[Internacional Comunista]], que mantinha junto a Prestes um grupo de militantes comunistas internacionais, composto pela companheira de Prestes, a alemã [[Olga Benário]], além do argentino [[Rodolfo Ghioldi]], o alemão [[Arthur Ernest Ewert]], [[Ranieri Gonzales]] e alguns outros militantes ligados ao Comitê Executivo da Internacional Comunista (CEIC).
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O levante eclodiu em pontos esparsos do território nacional, a saber:<ref name="cpdoc1">{{citar web|url=http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/FatosImagens/RevoltaComunista|titulo=A revolta comunista de 1935 - CPDOC - FGV|acessodata=21/04/2015}}</ref>
 
[[File:Intentona Comunista de 1935 - Fachada do Quartel do Regimento Policial de Natal cravados de balas pelos soldados do 21º B.C e pelos civis comunistas.jpg|thumb|Fachada do Quartel do Regimento Policial de Natal cravada de balas pelos soldados do 21º B.C e pelos civis comunistas, no contexto do levante de 1935.]]
 
* em [[Natal (Rio Grande do Norte)|Natal]] e arredores, no dia 23 de novembro;
* no [[Recife]], em 24 de novembro; e
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Diferentemente dos golpes tenentistas, que haviam criado divisões temporárias entre legalistas e insurretos, superáveis posteriormente por anistias e reorganizações de carreira, o movimento de 1935 criou uma clivagem político-ideológica até hoje não superada, em que os insurretos tiveram negada a sua própria condição de membros da corporação militar, com sua ação política sendo duradouramente criminalizada e estigmatizada como traição e ato hostil à hierarquia militar.<ref name="cpdoc2">{{citar web|url=http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/artigos/AConjunturaRadicalizacao/O_anticomunismo_nas_FFAA|titulo=O anticomunismo nas Forças Armadas - CPDOC - FGV|acessodata=21/04/2015}}</ref> A Intentona Comunista gerou, nos meios militares, um forte [[anticomunismo]] e foi um dos fatores que contribuíram para implantação do [[Estado Novo (Brasil)|Estado Novo]] em [[1937]].<ref>{{citar livro|autor=Maud Chirio|título=A política nos quartéis: Revoltas e protestos de oficiais na ditadura militar brasileira|editora=Zahar|ano=2012|páginas=|id=pág. 243 ISBN 9788537808306}}</ref>
 
Até o governo do presidente [[Fernando Henrique Cardoso]], anualmente, na data de 27 de novembro, eram realizadas comemorações públicas pelo [[Exército Brasileiro]], no [[Cemitério de São João Batista (Rio de Janeiro)|Cemitério de São João Batista]], no Rio de Janeiro, em homenagem aos militares legalistas mortos durante a intentona, que se caracterizavam pela intensidade das manifestações anticomunistas da cúpula militar a que davam oportunidade, daí terem sido interrompidas as solenidades quando do fim da [[Guerra Fria]] e da consolidação do regime constitucional restabelecido em 1985. O monumento aos mortos legalistas do movimento foi erguido na [[Praia Vermelha (Rio de Janeiro)|Praia Vermelha]] em 1940, sendo [[Conservação e restauro|restaurado]] em 2018.<ref>[[Exército name="Brasileiro]] - [http://www.eb.mil.br/web/noticias/noticiario-do-exercito/-/asset_publisher/MjaG93KcunQI/content/restauracao-de-monumento-da-intentona-comunista-pela-secao-de-fundicao-do-arsenal-de-guerra-do-rio ''Fundição do Arsenal restaura monumento histórico" .''] Acessado em 17/10/2018.</ref>
 
No início de 1936, tentando encontrar responsáveis pelo fracasso do levante, Prestes mandou matar a moça de 18 anos [[Elza Fernandes]], namorada do secretário-geral do PCB. Prestes suspeitava que ela fosse informante da polícia, o que mais tarde provou-se um engano. O jornalista [[William Waack]] alegou que Olga não se opôs à decisão.<ref name="epoca">{{citar notícia|url=http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG65925-6011-326,00.html|titulo=Entrevista com o autor de Camaradas|ultimo=Mendonça|primeiro=Martha|coautores=Martins, Elisa|data=13 de agosto de 2004|obra=[[Revista Época]]|acessodata=26 de dezembro de 2008}}</ref>