O Crime do Padre Amaro: diferenças entre revisões

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Eça de Queirós terá aproveitado o facto de ser nomeado administrador do [[concelho]] de [[Leiria]] para aí durante seis meses, conhecer e estudar aquele que seria o cenário de ''O Crime do Padre Amaro'', uma obra que mais de cem anos depois mantém o interesse de diferentes gerações <ref>{{citar web|url=http://fredb.sites.uol.com.br/amaro.html|titulo=O Crime do Padre Amaro, O Enredo|autor=Frederico Barbosa & Sylmara Beletti|data=|publicado=|acessodata=14-12-2010}}</ref>.
 
Com a chegada de um novo pároco à cidade, o mesmo passa a frequentar a casa de Amélia. Ambos nutrem uma paixão que não pode ser consumada devido à batina. A solução encontrada foi o encontro às escondidas. Esse caso resulta numa gravidez inesperada, que é a causa da morte de Amélia. Após sua morte, Amaro vai embora da cidade, mas não abandona a batina. Fátima Bueno, professora da [[Universidade de São Paulo]] e especialista na obra de Eça de Queirós, aponta que Amaro fora levado à vida religiosa por circunstância, e não por vocação - e que, pelo seu temperamento sensual, podia excitar-se com as imagens das santas - um sacrilégio para a tradição católica portuguesa. Não surpreendentemente, "o livro causou escândalo e foi atacado por jornais católicos portugueses e brasileiros", conta a pesquisadora<ref>{{citar web|url=http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/resumo-eca-de-queiros-647337.shtml|titulo=Resumo das obras de Eça de Queiroz|autor=Educar para Crescer|data=|publicado=[[Editora Abril]]|acessodata=08-05-2013|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120123231215/http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/resumo-eca-de-queiros-647337.shtml|arquivodata=2012-01-23|urlmorta=yes}}</ref>.
 
==Personagens==
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*João Eduardo - prometido da Amélia
* Libaninho - personagem masculina efeminada
 
==Recepção==
 
'''''O Crime do Padre Amaro''''' foi um enorme sucesso e recebido com entusiasmo pela crítica. No entanto, [[Eça de Queirós]] foi acusado de ter plagiado o romance [[La faute de l'abbé Mouret]] de [[Émile Zola]]. Entre os acusadores estavam [[Machado de Assis]] que afirmou: "O Crime do Padre Amaro é imitação do romance de Zola, [[La faute de l'abbé Mouret]]. Situação análoga, iguais tendências; diferença do meio; diferença do desenlace; idêntico estilo; algumas reminiscências, como no capítulo da missa e outras; enfim, o mesmo título. O Sr. [[Eça de Queirós]] alterou naturalmente as circunstâncias que rodeavam o padre Mouret, administrador espiritual de uma paróquia rústica, flanqueado de um padre austero e ríspido; o padre Amaro vive numa cidade de província, no meio de mulheres, ao lado de outros que do sacerdócio só têm a batina e as propinas; vê-os concupiscentes e maritalmente estabelecidos, sem perderem um só átomo de influência e consideração".<ref>{{citar web|url=http://www.citi.pt/cultura/literatura/romance/eca_queiroz/crime_critica.html|título=O Crime do Padre Amaro - Crítica |obra=Citi|acessodata=9 de janeiro de 2020 }}</ref>
 
O autor português negou a acusação, alegando que ambos os romances foram publicados no mesmo ano, em [[1874]]. Ademais, os enredos seriam bem diferentes: " [[La faute de l'abbé Mouret]] é, no seu episódio central, o quadro alegórico da iniciação do primeiro homem e da primeira mulher no amor" ; já o "Crime do Padre Amaro" tinha no enredo uma "simples intriga de clérigos e de beatas, tramada e murmurada à sombra duma velha Sé de província portuguesa". Apesar da acusação, [[Eça de Queirós]] não guardou mágoas. Disse mais tarde : "eu, por mim, adoro a crítica: leio-a com unção, noto as suas observações, corrijo-me quando as suas indicações me parecem justas, desejo fazer minha a sua experiência das coisas humanas". <ref>{{citar web|url=https://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI97726,71043-O+crime+do+padre+Amaro+ou+Mouret+|título=O crime do padre, Amaro ou Mouret ? |obra=Migalhas|acessodata=9 de janeiro de 2020 }}</ref>
 
Fátima Bueno, professora da [[Universidade de São Paulo]] e especialista na obra de [[Eça de Queirós]], aponta que Amaro fora levado à vida religiosa por circunstância, e não por vocação - e que, pelo seu temperamento sensual, podia excitar-se com as imagens das santas - um sacrilégio para a tradição católica portuguesa. Não surpreendentemente, "o livro causou escândalo e foi atacado por jornais católicos portugueses e brasileiros", conta a pesquisadora<ref>{{citar web|url=http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/resumo-eca-de-queiros-647337.shtml|titulo=Resumo das obras de Eça de Queiroz|autor=Educar para Crescer|data=|publicado=[[Editora Abril]]|acessodata=08-05-2013|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120123231215/http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/resumo-eca-de-queiros-647337.shtml|arquivodata=2012-01-23|urlmorta=yes}}</ref>.
 
== Adaptações ao cinema ==