Sublimação (psicanálise): diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Rogeriocisi (discussão | contribs)
Retorno ao próprio eu
Rogeriocisi (discussão | contribs)
Vicissitudes da pulsão
Linha 1:
A '''sublimação''', na [[psicanálise]], é um tipo de [[mecanismo de defesa]] maduro<ref name=":1">{{Citar periódico|ultimo=Lucero|primeiro=Ariana|ultimo2=Vorcaro|primeiro2=Ângela|data=2013|titulo=Do vazio ao objeto: das ding e a sublimação em Jacques Lacan|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1516-14982013000300003&lng=en&nrm=iso&tlng=pt|jornal=Ágora: Estudos em Teoria Psicanalítica|lingua=pt|volume=16|numero=SPE|paginas=25–39|doi=10.1590/S1516-14982013000300003|issn=1516-1498|acessodata=}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.sisgeenco.com.br/sistema/cbeo/anais2018/ARQUIVOS-resumos/GT13-104-85-20180517232330.pdf|titulo=“NINGUÉM E NENHUM TRABALHO É SÓ PRAZER”: UMA ANÁLISE PSICODINÂMICA DO SOFRIMENTO, DEFESAS E PATOLOGIAS NO TRABALHO ARTÍSTICO|data=|acessodata=|publicado=V CONGRESSO BRASILEIRO DE ESTUDOS ORGANIZACIONAIS|ultimo=Nascimento|primeiro=Monique}}</ref><ref>{{citar livro|título=Depressão-doença: O grande mal do século XXI|ultimo=Vieira|primeiro=Carlos|editora=Vozes|ano=|local=|páginas=|acessodata=}}</ref>, no qual impulsos ou idealizações socialmente inaceitáveis ​​são transformados em ações ou comportamentos socialmente aceitáveis, possivelmente resultando em uma conversão a longo prazo da [[pulsão]] inicial.<ref>{{citar livro|título=Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud - Vol. 14|ultimo=Freud|primeiro=Sigmund|editora=Imago|ano=1996|local=Rio de Janeiro|páginas=|acessodata=}}</ref>
 
Em [[1915]], no primeiro de seus artigos [[Metapsicologia|metapsicológicos]] intitulado “Pulsões e suas vicissitudes”, [[Sigmund Freud|Freud]] postula que há quatro destinos possíveis da [[pulsão]], são eles:<ref>{{citar livro|título=Fundamentos da psicanálise de Freud a Lacan 2: A clínica da fantasia|ultimo=Coutinho Jorge|primeiro=Marco Antonio|editora=Zahar|ano=2010|local=Rio de Janeiro|páginas=|acessodata=}}</ref>
 
*[[Recalque (psicanálise)|recalque;]]
*reversão a seu oposto;
* retorno ao próprio eu, como [[Neurose|sintoma neurótico]] e outras formações inconscientes, como sonho, [[ato falho]] etc;
* sublimação.
 
Sigmund Freud acreditava que a sublimação era um sinal de [[maturidade]] e [[civilização]], permitindo que as pessoas funcionassem normalmente de maneiras culturalmente aceitáveis. Ele definiu a sublimação como o processo de desviar os instintos sexuais em atos de maior valor social, sendo "uma característica especialmente notável do desenvolvimento cultural; é o que possibilita que atividades psíquicas superiores, científicas, artísticas ou ideológicas, desempenhem um papel tão importante".<ref>{{citar livro|título=O Mal-estar na Civilização|ultimo=Freud|primeiro=Sigmund|editora=|ano=1930|local=|páginas=127|acessodata=}}</ref> Wade e Travis apresentam uma visão semelhante, afirmando que a sublimação ocorre quando o deslocamento "serve a um propósito cultural ou socialmente mais alto, como na criação de arte ou invenções".<ref>{{citar livro|título=Psychology|ultimo=Wade|primeiro=Carol|editora=Prentice Hall|ano=2000|local=|páginas=|acessodata=}}</ref>
Linha 12 ⟶ 5:
O objeto adquire toda a importância na concepção de [[Jacques Lacan|Lacan]] da sublimação, em oposição à formulação freudiana, que sempre privilegiou a [[pulsão]], e, mais precisamente, o desvio quanto ao alvo da pulsão. Em Freud, a sublimação é, inúmeras vezes, definida como o desvio da pulsão para alvos não sexuais, valorizados pela cultura. Ao modificar o alvo da pulsão, Lacan faz dessa definição da sublimação a natureza própria da pulsão.<ref name=":1" />
 
== DeVicissitudes acordoda com Lacanpulsão ==
Em[[Sigmund Freud|Freud]] introduz a estrutura das vicissitudes da pulsão apenas em [[1915]], no primeiro de seus artigos [[Metapsicologia|metapsicológicos]] intitulado “Pulsões e suas vicissitudes”, [[Sigmundno Freud|Freud]]qual postula que há quatro destinos possíveis da [[pulsão]], são eles:<ref name=":2">{{citar livro|título=Fundamentos da psicanálise de Freud a Lacan 2: A clínica da fantasia|ultimo=Coutinho Jorge|primeiro=Marco Antonio|editora=Zahar|ano=2010|local=Rio de Janeiro|páginas=|acessodata=}}</ref>
 
*reversão a seu oposto, que implica a revirada da pulsão de atividade para passividade, ou vice-versa<ref>{{citar livro|título=Um olhar a mais: ver e ser visto na psicanálise|ultimo=Quinet|primeiro=Antonio|editora=Zahar|ano=|local=|páginas=|acessodata=}}</ref>;
* retorno ao próprio eu, como [[Neurose|sintoma neurótico]] e outras formações inconscientes, como sonho, [[ato falho]] etc;
*[[Recalque (psicanálise)|recalque]], que é a defesa contra ideias que sejam incompatíveis com o [[Ego|eu]], submergindo-as na negação [[inconsciente]], no esquecimento;
*e a '''sublimação'''.
 
A reversão no oposto e o retorno ao próprio eu operam essencialmente no período pré-recalque. As duas vicissitudes mais importantes da pulsão são o recalque e a sublimação, que constituem dois polos extremos de possibilidades de transformação para o processo pulsional: quando há recalque não há sublimação, quando há sublimação não há recalque.<ref name=":2" />
 
== Na obra de Lacan ==
A exposição da sublimação para [[Jacques Lacan]] é considerada em uma discussão sobre a relação da [[psicanálise]] e da [[ética]] no sétimo livro de seus seminários.<ref name=":0">{{citar livro|título=O Seminário, livro 7: A ética da psicanálise|ultimo=Lacan|primeiro=Jacques|editora=Zahar|ano=1988|local=|páginas=|acessodata=}}</ref> A sublimação lacaniana é definida com referência ao conceito ''Das Ding'' (mais tarde em sua carreira, Lacan denominou esse objeto de ''petit a''. ''Das Ding'' é o termo em [[Língua alemã|alemão]] para "A Coisa", embora Lacan a conceba como uma noção abstrata e uma das características definidoras da condição humana. Em termos gerais, é o vácuo que se experimenta como ser humano, que se esforça para preenchê-lo com diferentes relações, objetos e experiências, os quais servem para preencher essa lacuna nas necessidades psíquicas.