Usuário(a):Tetraktys/Rascunhos: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 61:
[[File:Gruonsberg 2.jpg|thumb|left|Vestígios do Castelo Griensberg.]]
 
A seguir aparece Odolricus I von Girlan, atestado entre 1169 e 1195 em vários atos como testemunha. Sua família imediata em torno de 1170 já detinha o senhorio de Girlan, onde construíram o Castelo Griensberg (Greinsberg, Grumesburg, Gruensberg, etc), a partir do qual usaram por algum tempo o topônimo ''von Griensberg''.<ref>Obermair, Hannes & Bitschnau, Martin. "Le notitiae traditionum del monastero dei canonici agostiniani di S. Michele all’Adige. Studio preliminare all’edizione della Sezione II del Tiroler Urkundenbuch". In: ''Studi di Storia Medioebale e di Diplomatica'', 18. </ref><ref name="Landi">Landi, Walter. "L’incastellamento di fronte al diritto feudale. Il caso dell’episcopato di Trento fra XII e XIII secolo". In: Obermair, Hannes (ed.). ''Geschichte und Region/Storia e regione'', 2015, 1 (XXIV) (1)</ref><ref name="Ausserer8">Ausserer, Karl. ''Schloss und Gericht Grumesburg''. Wagner, 1910</ref>
 
Odolricus I foi provavelmente o construtor e primeiro senhor do castelo familiar, e em um certo período foi o principal ''ministerialis'' dos condes de Appiano, o que por si significava deter uma considerável influência em todo o condado, e provavelmente foi percebido pela família como uma referência fundadora, visto que seu nome se repetiria dezenas de vezes nas gerações seguintes. A família provavelmente deveria ser melhor descrita como um [[clã]], havendo vários grupos mais ou menos independentes com sedes em vários locais na mesma época. Em quase todos o nome Odolricus se repetiu.<ref name="Frantz3"/> Reforçando a ideia de um clã, o pesquisador Martin Bitschnau os definiu como "um círculo de famílias", com laços evidentes de consanguinidade entre si, ainda que carecentes de detalhe e precisão, e lhes deu um nome composto, chamando-os de "senhores de Girlan-Griensberg-Altenburg-Warth".<ref name="Bitschnau"/> Apesar do apelativo Girlan, como são mais conhecidos, ou Girlan-Griensberg-Altenburg-Warth, como prefere Bitschnau, nunca tiveram um verdadeiro sobrenome, e a adoção de variados topônimos fragmenta a percepção dos diversos ramos como projeções de uma mesma base genética e socioeconômica. Ricardo Frantz sugeriu, aproveitando a forte ressonância do nome próprio Odolricus, batizar os senhores de Girlan como "Odolrici", a fim de reforçar a sua imagem como uma família e contornar um pouco as distrações causadas pelos topônimos diferentes.<ref name="Frantz3"/>
 
Nesta altura a família já havia entrado na [[vassalagem]] dos condes de Appiano-Ultimo, a quem serviam como ''ministeriales'', cavaleiros e castelãos.<ref>Zani, Karl Franz. ''200 Jahre Pfarrei Girlan: ein Dorfbuch und Quellenwerk''. Überetscher Buch; 4. Pfarrgemeinderat, 1987</ref><ref name="Bitschnau"/> Como vassalos, os Girlan deviam aos condes a subordinação do seu senhorio. O castelo, no entanto, havia sido construído sem a permissão do bispo Adelpreto II, que se preocupava em consolidar a feudalização de todo o território do principado, e em 1185 o bispo Alberto Madruzzo ordenou sua destruição se sua situação não fosse regularizada. Em seguida foi feito um acordo, intermediado pelos condes. O castelo passou para a jurisdição do bispo, de quem Odolricus tornou-se vassalo, jurando-lhe fidelidade e obediência, além de desculpar-se pelas ofensas que havia cometido.<ref name="Ausserer8"/><ref name="Landi"/><ref name="Hormayr">Hormayr, Joseph von. ''Geschichte der gefürsteten Grafschaft Tirol'', vol. 2. Cotta, 1808</ref>
 
O castelo sobreviveu pelo menos até cerca de 1240. Ignora-se o motivo e a data exata de sua destruição, e dele só restam poucos vestígios.<ref name="Ausserer8"/> Enquanto isso, os Girlan se tornavam uma família populosa, adquiriam um expressivo patrimônio fundiário em feudos, fazendas e [[alódio]]s e desempenhavam múltiplas funções para os condes de Appiano e outras personalidades.<ref name="Frantz3"/> Em torno de 1175 Odolricus I e seu irmão Swikkerus eram copeiros do conde de Appiano e dele receberam dois vinhedos em Missian (distrito de Appiano). Odolricus testemunhou em Bolzano um importante intercâmbio de bens e feudos entre os condes e o bispo Corrado em 1189, e em 1194 comprou junto com seus irmãos os feudos de Camerag e Tescha, na área de Appiano. No mesmo ano atuava como [[castelão]]-mor do Castelo Altenburg em Appiano, quando passou a usar o topônimo ''de Appiano'' (''von Eppan''). Sua última atestação é de 1195, quando prometeu ao bispo relatar todas as ofensas que seus delegados sofressem em Altenburg.<ref name="Ausserer8"/><ref name="Curzel">Curzel, Emanuele & Varanini, Gian Maria. “Codex Wangianus. I cartulari della Chiesa trentina (secoli XIII-XIV)”. In: ''Annali dell’Istituto storico italo-germanico in Trento''. Fonti, 5, tomo I, 2007 </ref>
 
Outros que são citados como testemunhas em cartas importantes e executando funções como ''ministeriales'' são Johannes, Nichilinus, Gotebold, Hainricus, Jakobin, Willebirga,<ref name="Huter"/><ref name="Mahlknecht"/> e Zuco, que em 1185 testemunhou a venda, feita pelos condes de Appiano, dos castelos de Greifenstein e Mezzo, mais as minas de ouro de Tassullo e vários outros bens para o bispo Madruzzo.<ref name="Curzel"/> Pabo foi citado em 1180 entre os ''ministeriales'' e vassalos da Abadia de Sonnenburg e jurou obediência quando o bispo Salomone de Trento a tomou sob sua jurisdição,<ref name="Hormayr"/> e em 1204 é citado como cavaleiro e testemunha junto com os condes de Appiano na abertura do testamento da defunta abadessa.<ref name="Huter"/> Seu irmão Eticho em 1195 era um dos castelãos de Altenburg e jurou fidelidade ao bispo Corrado junto com Odolricus I.<ref name="Curzel"/> Jakobin, filho de Villanus, foi testemunha em 1189 na fundação do mercado de Enno.<ref>Gritsch, Helmut. ''Neumarkt an der Etsch''. Verein für die Ortspflege Neumarkt, 1997</ref>
 
Filho de Odolricus I, o ''dominus'' Odolricus II von Girlan, também chamado Odolricus von Griensberg, foi o chefe da família em sua geração. Foi atestado pela primeira vez em 1195, quando era um dos castelãos de Altenburg e junto com o pai jurou fidelidade a Corrado, bispo de Trento.<ref name="Curzel"/> Em 1202 era senhor do Castelo Griensberg e comprou duas fazendas em Aldena,<ref>Comai, Piergiorgio. ''Annali di Tres 1''. Storia giorno per giorno seguendo i documenti presenti in archivi di Tres di Vervò e dei Thun 1200-1450</ref> e em 1231 estava servindo o conde Ulricus de Appiano-Ultimo como [[senescal]] de Girlan. Na ocasião o conde listou todos os seus vassalos, Odolricus II foi citado em primeiro lugar na longa lista, e por isso devia ser personagem de significativa projeção regional, uma vez que naquela época as pessoas apareciam nos documentos em uma estrita hierarquia de precedências. O conde também confirmou que Odolricus II e sua família além de nobres eram cavaleiros e descendentes de cavaleiros. No mesmo ano foi nomeado senescal de Altenburg e passou a integrar a vassalagem da Cúria Episcopal, jurando fidelidade ao bispo Gerardo Oscasali e cedendo-lhe todos os seus bens, que conforme a praxe, lhes seriam devolvidos como feudos. Depois Odolricus II mudou-se para Trento, acompanhado de vários familiares. Foi casado com a ''domina'' Bona e morreu antes de 1242.<ref name="Ausserer8"/><ref>Hormayr, Joseph von. ''Kritisch-diplomatische Beyträge zur Tirols im Mittelalter: Mit mehreren hundert ungedruckten Urkunden''. Erster Band, Volume 2. Gassler, 1803</ref> Depois Odolricus II mudou-se para Trento, acompanhado de vários familiares. Foi casado com a ''domina'' Bona e morreu antes de 1242.
 
Seu irmão, o ''dominus'' Wolferus von Girlan, também chamado Wolferus von Griensberg ou Wolferus von Altenburg, o Velho, a partir de 1208 é atestado como ''ministerialis'' e [[mordomo]] dos condes de Appiano. Foi um dos castelãos de Altenburg no início do século XIII e faleceu antes de 1230.<ref>Huter, Franz. ''Die Urkunden zur Geschichte des deutschen Etschlandes und des Vintschgaus: 1200-1230''. Wagner, 1949 </ref><ref>Tomasi, Barbara. ''L'archivio del Capitolo della Cattedrale di Trento: produzione e conservazione documentaria (secoli XIII - XX): con un'edizione delle più antiche pergamene (1147-1250)''. Università degli Studi di Trento, 2012</ref> Seu filho, o ''dominus'' Wolferus von Altenburg, o Moço, teve vários bens em Girlan, Appiano, Bolzano e Trento, fez doações para a Igreja, foi procurador do ''dominus'' Hainricus von Griensberg, cavaleiro e um importante ''ministerialis'' do último conde de Appiano, várias vezes testemunhou em seus atos, inclusive na elaboração do seu testamento em 1240.<ref name="Huter"/><ref>Zallinger-Stillendorf, Franz von. ''Aus Bozens längstvergangenen Tagen''. Bozen, 1901</ref>
 
No século XIV a maior parte da família se concentra em Bolzano, a cerca de 10 km de Appiano, embora mantivessem muitos alódios e alguns feudos em torno de Girlan. A maior parte desse patrimônio no século XIV vai sendo doado ou vendido para o Hospital de Bolzano, onde a família parece ter sido admitida na ''vicinia'', mas ainda fizeram muitosvários casamentos na nobreza.<ref name=Obermair2">Obermair, Hannes. ''Bozen Süd - Bolzano Nord. Scritturalità e documentazione archivistica della città di Bolzano fino al 1500. Volume 1 Regesti dei fondi comunali 1210 – 1400''. Città di Bolzano, 2005</ref> O destino deste grupo, que permaneceu chamado ''de Gurlano'', é obscuro, provavelmente foram absorvidos pela [[burguesia]] emergente e adotaram sobrenomes, ainda por identificar.<ref name="Frantz3"/>
 
A família não foi estudada exaustivamente, e persistem incertezas especialmente no estabelecimento das relações entre os vários ramos, tendo uma [[genealogia]] muito fragmentária, mas na apreciação de Frantz,