Línguas africanas: diferenças entre revisões

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Existem várias línguas que pertencem a família de línguas não- africanas, como o malgaxe que é uma língua autronésiaaustronésia e o africâner (que se pode considerar uma língua "nativa") que pertence a família das línguas indo-européiaseuropeias.
 
==Línguas africanas==
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Os grupos acima são as famílias de línguas originárias de África. No entanto, existem várias línguas que pertencem a famílias de línguas não- africanas, como o [[Língua malgaxe|malgaxe]] que é uma [[língua austronésia]] e o [[Língua africâner|africâner]] (que se pode considerar uma língua "nativa") que pertence à família das [[línguas indo-europeias]], assim como o são, no léxico, a maioria das [[línguas crioulas]] de África.
 
Para além disso, a maior parte dos países africanos adotou como, pelo menos uma das suas línguas oficiais, uma língua europeia - o [[língua portuguesa|português]] nas ex-colônias portuguesas, o [[língua francesa|francês]] nas francesas, o [[língua espanhola|espanhol]] nas espanholas e o [[língua inglesa|inglês]] nas inglesas - e, neste momento, estas línguas são faladas pela população urbana desses países e, em geral, por todas as pessoas com uma escolaridade significativa. A [[língua alemã]] e a [[língua italiana]] são ainda faladas por minorias respectivamente na [[Namíbia]] e [[Camarões]], que foram colônias alemãs, e na [[Somália]], da qual uma parte foi colônia italiana.
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== Influência das Línguas Africanas na Língua Portuguesa do Brasil ==
Considerado por estudiosos um dialeto, resultado do desdobramento da Língua Portuguesa desenvolvida nos territórios Português e Brasileiro, (Mendonça, 2012), o Português falado no Brasil evoluiu sob as influências dos indígenas e dos negros que foram transportados do continente africano para fins de escravização portuguesa ferentemente dos troncos linguísticos derivadas dos populações indígenas, que obtiveram notoriedade na formação da Língua Portuguesa falada no Brasil, observou-se, por parte dos estudiosos que se debruçaram sobre tal temática, que às línguas de origem africana não se deu o mesmo valor como explica MENDONÇA (2012):<blockquote>''O tupi, como filho dileto, teve muito quem dele cuidasse, entre nós; desde o Império que há indianólogos do vulto de Baptista Caetano e Couto de Magalhães, e os africanismos encontraram só em Macedo Soares um precursor notável [...]''</blockquote>O autor esclarece que somente com a substituição da mão- de- obra indígena, praticamente desaparecida a partir do século XVII, pelo trabalho dos negros escravos, foi que se verificou a influência do fator africano na língua portuguesa falada no Brasil.<blockquote>''[...] Na intimidade da família, na vida do campo bem como na cidade, o negro é uma figura infalível. Esta transformação étnica reflete-se na esfera linguística, e a língua acompanha a raça na sua evolução. Língua e raça formam dois elementos que têm evolução paralela a ponto de serem muitas vezes confundidos. Como o negro fundiu com o português e do consórcio resultou o mestiço, pareceria lógico que este mestiço falasse um dialeto crioulo. (MENDONÇA, 2012)''</blockquote>Mendonça (2012) afirma, ainda, a possibilidade de ter havido dialetos crioulos no Brasil interiorano e reforça a influência das línguas africanas, como a “nagô”, muito presente nos cultos religiosos e a “mina”, no Estado da Bahia, fornecendo indícios dessa influência, como se constata na seguinte afirmação:<blockquote>''O negro influenciou sensivelmente a nossa língua popular. Um contato prolongado de duas línguas sempre produz em ambas fenômenos de osmose. Ao lado da contribuição genérica e imprecisa que deu o africano para o alongamento das pretônicas e a elocução clara e arrastada, deixou sinais bem seus nos dialetos do interior, principalmente. (MENDONÇA, 2012)''</blockquote>As influências mais evidentes remontam às de línguas como o ''Fulfude'' e o ''serer'', originárias da região do ''Sahel'' africano; ao ''mandê'', falado no Senegal, em Gâmbia e na Guiné-Bissau; o ''gegê'' ou ''ewe''; o ''fon''; o ''haussá''; e o ''kanúri'' ou nifê, da família ''Nilo-saariana'', dentre outras e de línguas da região sul da África como o ''quicongo'', o ''quimbundo'' e o ''umbundo''. Outras pesquisas dão conta de que o ''Iorubá'' e o ''quimbundo'' ganharam maior relevo, na Bahia e nas regiões Norte e Sul do Brasil, respectivamente. Apesar dessa marcante e notória inserção, as descobertas sobre essa incidência linguística parecem caminhar a passos lentos, dificultando o acesso a esse tesouro histórico tão relevante para a formação da identidade cultural do povo brasileiro. Se formaram lacunas na busca pelo conhecimento acerca das línguas africanas que tanto influenciaram a Língua Portuguesa falada no Brasil, muito provavelmente estão relacionadas a ações do nosso passado não tão distante que foi a fase da colonização portuguesa em território brasileiro, que coibiam revoltas, enfraquecendo os grupos linguísticos originários de uma mesma região, bem como à visão “eurocêntrica e preconceituosa de recusar a participação do africano e de seus descendentes na formação e construção do Brasil atual” (Afreaka 2010).<blockquote>''Aceitar que nossa língua vigente é predominada de influências africanas, sejam elas na morfologia, fonologia ou pronúncia, é reconhecer não apenas uma contribuição – como algo apenas fragmentado – de África em nossa fala, mas uma participação substancial e indispensável desta na constituição da identidade brasileira. (Afreaka)''</blockquote>Essas ações que buscaram “invisibilizar” a influência africana na construção da identidade brasileira, é mais que evidente essa contribuição e esse “entranhamento''”'', observado não só no dicionário brasileiro onde constam mais de mil e quinhentas palavras de origem africana (Afreaka), bem como de modo mais expressivo nos diversos setores da Língua Portuguesa conforme analisou Yeda Pessoa de Castro:<blockquote>''[...] tal influência vai além do dicionário: “Explicar o avanço do componente africano nesse processo é ter em conta a participação do negro-africano como personagem falante no desenrolar dos acontecimentos e procurar entender os fatos relevantes de ordem socioeconômica e de natureza linguística que, ao longo de quatro séculos consecutivos, favoreceram a interferência de línguas africanas na língua portuguesa, no Brasil. Isso se fez sentir em todos os setores: léxico, semântico, prosódico, sintático e, de maneira rápida e profunda, na língua falada”.'' </blockquote>Nesse entendimento torna-se imperativo considerar que é evidente a contribuição das línguas africanas para o Português falado no Brasil, e como a influência africana alterou a maneira de falar e agregou relevantes valores à cultura brasileira, ampliando percepções e promovendo a multiculturalidade e o respeito às diversidades.
 
==O estudo das línguas africanas==