Henrique Mitchell de Paiva Cabral Couceiro: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Couceiro (discussão | contribs)
Couceiro (discussão | contribs)
Linha 81:
Regressado a Lourenço Marques, em março daquele ano Paiva Couceiro voltou a demonstrar a sua coragem e a sua vontade de manter intacta a honra do seu País: vestido à paisana, procurou pessoalmente três correspondentes de jornais ingleses, dois ingleses e um americano, que hostilizavam Portugal na imprensa de Londres. Sovou o 1°, um gigante, no seu estabelecimento; a luta estendeu-se até á rua onde Paiva Couceiro deixou o seu inimigo knock-out. O segundo estava no hotel e levou uma sova sem resistir. O terceiro estava a tomar o aperitivo com amigos; pediu-lhe que se levantasse e perguntou-lhe se era ele que escrevia para o jornal que Couceiro trazia na mão. O jornalista respondeu "yes" e Paiva Couceiro esmurrou-o com o seu punho e o jornal á mistura. O anel de sinete que usava na sua mão esquerda foi partido na escaramuça e, mais tarde, foi oferecido ao Museu da Fortaleza (Lourenço Marques) por seu filho D. [[Miguel António do Carmo de Noronha de Paiva Couceiro]]. Mais uma vez, Henrique de Paiva Couceiro utilizou os seus punhos; de armas serviu-se sobretudo da sua espada, como no combate de Marracuene, quando ajudou a fechar o quadrado que tinha sido rompido pelos inimigos. Por este incidente foi repreendido pelo seu Chefe, o Comissário António Ennes, que mais tarde escreveu: repreendi-o sim, mas com vontade de o beijar!
 
No desenrolar das operações subsequentes, Paiva Couceiro voltou a destacar-se no [[combate de Magul]], travado a 8 de setembro de 1895, onde se portou com grande denodo, num acto do qual o comissário régio António Ennes reconheceu a grande importância ao dizer: "Há-de ver-se que a vitória de Magul perdeu o Gungunhana; a derrota perderia, provavelmente, o distrito de Lourenço Marques. Se não fora Paiva Couceiro, provavelmente, lamentaríamos ainda hoje tamanha desgraça." — in "Portugal em África", marçoMarço de 1944, p. 76
 
Demonstrando extraordinária coragem física, Paiva Couceiro ficou célebre, nomeadamente, na luta contra as forças de Gungunhana. Pelos seus feitos militares, foi alvo de diversas condecorações e homenagens, particularmente após o aprisionamento de Gungunhana e a sua extradição para Portugal.
 
Concluídas as operações de pacificação e preso e deportado o imperador [[Gungunhana]], Paiva Couceiro embarcou em Lourenço Marques a 18 de dezembroDezembro de 1895, com destino a Lisboa.
 
Chegado a Lisboa, ema fevereiro19 de Janeiro de 1896 foi proclamado ''Benemérito da Pátria'', por decisão unânime das Cortes, como reconhecimento pela apreensão de [[Gungunhana]], e feito Comendador da [[Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito]], com uma pensão anual de 500$000 [[réis]], que de resto nunca recebeu durante a república. Foi o primeiro e provavelmente o único oficial Português a ser agraciado, até hoje, com três graus da [[Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito]]. Mas as honrarias não se ficaram por ali: foi nomeado [[ajudante-de-campo]] honorário do rei D. [[Carlos I de Portugal]] — mais uma honra que lhe foi concedida depois de ter sido nomeado oficial às ordens de Sua Majestade El-Rei, por decreto de 11 de fevereiro de 1893 — passando a integrar a [[Casa Militar do Rei]], e em marçoMarço recebeu a medalha de ouro de valor militar (medalha de D. Luíz I) e a Medalha de Prata Rainha D. Amélia, por ter combatido na campanha de Moçambique. Era oficialmente um herói e um ''benemérito da Pátria''.
 
=== O casamento e a entrada na política ===