Che Guevara: diferenças entre revisões

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Após a Revolução Cubana, desempenhou vários papéis-chave no novo governo, incluindo a revisão dos apelos e dos esquadrões de fuzilamento para os condenados como criminosos de guerra durante os tribunais revolucionários,{{sfn|Taibo|1999|p=267}} a instituição da reforma agrária como ministro das indústrias, a liderança exercida em uma campanha de alfabetização nacional bem-sucedida, serviu tanto como presidente do banco nacional e diretor de instrução das [[Forças Armadas de Cuba]] e atravessou o globo como diplomata em nome do socialismo cubano. Tais posições também lhe permitiram desempenhar um papel central no treinamento das forças da milícia que repeliu a [[invasão da Baía dos Porcos]],{{sfn|Kellner|1989|pp=69–70}} e levando mísseis balísticos soviéticos com armas nucleares para Cuba, o que precipitou a [[Crise dos mísseis de Cuba|crise dos mísseis de 1962]].{{sfn|Anderson|1997|pp=526–530}}<ref>{{Citar web|url=https://courses.lumenlearning.com/suny-hccc-worldhistory2/chapter/the-cuban-missile-crisis/|título=The Cuban Missile Crisis &#124; History of Western Civilization II|website=Lumenlearning|acessodata=3 de julho de 2019}}</ref> Além disso, foi um escritor prolífico e diarista, compondo um manual seminal sobre guerra de guerrilha, junto com um livro de memórias ''best-seller'' sobre sua jornada de motocicleta pelo continente sul-americano. Suas experiências e estudos sobre o [[marxismo-leninismo]] levaram-no a afirmar que o subdesenvolvimento e dependência do [[Terceiro Mundo]] eram resultados intrínsecos do [[imperialismo]], do [[neocolonialismo]] e do [[capitalismo monopolista]], que só poderiam ser solucionados pelo internacionalismo proletário e a [[revolução mundial]].<ref>{{citar web|url=http://www.marxists.org/archive/guevara/1964/03/25.htm|título=On Development|data=25 de março de 1964|obra=Marxists.org}}</ref><ref name="AfroAsian1965">{{citar web|url=http://www.marxists.org/archive/guevara/1965/02/24.htm|título=At the Afro-Asian Conference in Algeria|obra=Marxists.org|data=24 de fevereiro de 1965}}</ref> Ele deixou Cuba em 1965 para fomentar a revolução no exterior, primeiro [[Rebelião Simba|sem sucesso]] no [[República Democrática do Congo|Congo-Kinshasa]] e depois [[Guerrilha de Ñancahuazú|na Bolívia]], onde foi capturado por forças bolivianas assistidas pela [[CIA]] e sumariamente executado.<ref>[[#refRyan1998|Ryan 1998]], p. 4.</ref>
 
Guevara continua a ser uma figura histórica venerada e desprezada, polarizada no imaginário coletivo em uma infinidade de biografias, memórias, ensaios, documentários, canções e filmes. Como resultado de seu martírio percebido, suas invocações poéticas para a [[luta de classes]] e seu desejo de criar a consciência de um "novo[[Novo homemHomem]]" impulsionada por incentivos morais e não materiais,<ref>{{citar web|url=https://www.marxists.org/archive/guevara/1965/03/man-socialism.htm|título=Socialism and man in Cuba|obra=Marxists.org|data=Março de 1965}}</ref> Guevara tornou-se um ícone por excelência de vários movimentos de esquerda. A revista ''[[Time (revista)|Time]]'' nomeou-o uma das [[Time 100: The Most Important People of the Century|100 pessoas mais influentes do século XX]],<ref>{{citar web|autor=Dorfman, Ariel|data=14 de junho de 1999|url=https://archive.is/20110425121227/http://205.188.238.181/time/time100/heroes/profile/guevara01.html|título=Time 100: Che Guevara|obra=[[Time magazine]]}}</ref> enquanto uma fotografia de [[Alberto Korda]], intitulada ''[[Guerrillero Heroico]]'', foi citada pela Maryland Institute of Art como "a mais famosa fotografia do mundo".<ref name=may>{{citar jornal|título=Che Guevara photographer dies|url=http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/americas/1352650.stm|acessodata=14 de junho de 2019|data=26 de maio de 2001|obra=BBC|língua=en}}</ref>
 
==Primeiros anos==
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[[Imagem:Beauvoir Sartre - Che Guevara -1960 - Cuba.jpg|miniatura|Encontro de Guevara com os filósofos [[Existencialismo|existencialistas]] franceses [[Jean-Paul Sartre]] e [[Simone de Beauvoir]] em seu escritório em Havana, em março de 1960. Mais tarde, Sartre escreveu que Che era "o ser humano mais completo do nosso tempo". Além do espanhol, ele era fluente em [[Língua francesa|francês]]<ref>{{citar web|autor=Dumur, Jean|data=1964|url=https://www.youtube.com/watch_popup?v=128waCCK40I&vq=small|título=L'interview de Che Guevara|língua=fr}} uma entrevista de 1964 com Che Guevara falando francês.</ref>]]
 
Em um esforço para eliminar as [[Desigualdade social|desigualdades sociais]], Guevara e a nova liderança de Cuba passaram a transformar rapidamente a base política e econômica do país através da [[nacionalização]] de fábricas, bancos e empresas, ao mesmo tempo em que tentavam garantir habitação, saúde e empregos acessíveis para todos os cubanos.<ref name = "Hansing4142">[[#refHansing2002|Hansing 2002]], pp 41–42.</ref> No entanto, para que uma verdadeira transformação da consciência se estabelecesse, acreditava-se que tais mudanças estruturais deviam ser acompanhadas por uma transformação nas [[Relação social|relações]] e [[Valor (ética)|valores]] sociais das pessoas. Acreditando que as atitudes em Cuba em relação à raça, mulheres, [[individualismo]] e trabalho manual eram o produto do passado antiquado da ilha, todos os indivíduos eram exortados a se ver como iguais e assumir os valores do que ele denominou ''"el Hombre Nuevo"'' (o [[Homem Novo]]).<ref name= "Hansing4142" /> Ele esperava que o seu "homem novo" fosse finalmente "altruísta e cooperativo, obediente e trabalhador, cego ao gênero, incorruptível, [[Anticonsumismo|não materialista]] e anti-imperialista".<ref name= "Hansing4142" /> Para isso, enfatizou os princípios do marxismo-leninismo e queria usar o Estado para enfatizar qualidades como o [[igualitarismo]] e o auto-sacrifício, ao mesmo tempo em que "unidade, igualdade e liberdade" se tornaram as novas máximas.<ref name= "Hansing4142" /> A primeira meta econômica desejada para o homem novo, que coincidiu com sua aversão à concentração da riqueza e à [[desigualdade econômica]], foi ver uma eliminação a nível nacional dos incentivos materiais em favor dos morais. Ele via o capitalismo negativamente como uma "disputa entre lobos" onde "só se pode ganhar à custa dos outros" e assim desejava ver a criação de um "novo homem e mulher".<ref name="SocialismAndMan" /> Ele enfatizou continuamente que uma economia socialista em si não "vale o esforço, o sacrifício e os riscos da guerra e da destruição" se acaba por encorajar "a ganância e a ambição individual em detrimento do [[Coletivismo|espírito coletivo]]".{{sfn|Kellner|1989|p=62}} Um de seus objetivos primários tornou-se assim a reforma da "consciência individual" e valores para produzir melhores trabalhadores e cidadãos.{{sfn|Kellner|1989|p=62}} Em sua opinião, o "homem novo" de Cuba seria capaz de superar o "[[egotismo]]" e o "[[egoísmo]]" que ele detestava e discernia serem características únicas dos indivíduos nas sociedades capitalistas.{{sfn|Kellner|1989|p=62}} Para promover esse conceito de "homem novo", o governo também criou uma série de instituições e mecanismos em todos os níveis da sociedade, incluindo organizações como [[Movimento operário|grupos de trabalhadores]], ligas de jovens, grupos de mulheres, centros comunitários e casas de cultura para promover arte, música e literatura patrocinada pelo Estado. Do mesmo modo, todas as instalações educacionais, de mídia de massa e comunidades de base artística foram nacionalizadas e utilizadas para incutir a ideologia socialista oficial do governo.<ref name= "Hansing4142" /> Ao descrever esse novo método de "desenvolvimento", Guevara afirmou:
{{Quote|Existe uma grande diferença entre o desenvolvimento livre de empresas e o desenvolvimento revolucionário. Em um deles, a riqueza está concentrada nas mãos de poucos afortunados, os amigos do governo, os maiores malandros. No outro, a riqueza é o patrimônio do povo.{{sfn|Kellner|1989|p=59}}}}
 
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==Legado==
{{Principal|Guevarismo}}
[[Imagem:ZZZ wiki13.jpg|miniatura|esquerda|Um gráfico estilizado do rosto de Guevara em uma bandeira junto das palavras "El Che Vive!"]]
 
A vida e o legado de Guevara permanecem controversos. As contradições percebidas de seu [[ethos]] em vários pontos de sua vida criaram um caráter complexo de dualidade, que era "capaz de empunhar a caneta e a submetralhadora com igual habilidade", enquanto profetizava que "a mais importante ambição revolucionária era ver o homem libertado de [[Alienação (marxismo)|sua alienação]]".<ref name="lowy">[[#refLowy1973|Löwy 1973]], p. 7.</ref><ref>[[#refLowy1973|Löwy 1973]], p. 33.</ref> A posição paradoxal de Guevara é ainda mais complicada por sua gama de qualidades aparentemente opostas. [[Humanismo secular|Humanista secular]] e simpatizante da medicina que não hesitou em atirar em seus inimigos, um célebre líder internacionalista que defendia a violência para impor uma filosofia utópica do bem coletivo, um intelectual idealista que amava a literatura, mas se recusava a permitir a dissidência, um anti-imperialista e insurgente marxista que estava radicalmente disposto a forjar um novo mundo sem pobreza nas cinzas apocalípticas do antigo e, finalmente, um anticapitalista declarado cuja imagem foi mercantilizada. A história de Che continua a ser reescrita e recriada.<ref>[[#refLowy1973|Löwy 1973]], pp. 7, 9, 15, 25, 75, 106.</ref><ref name="Löwy">{{citar web|url=http://www.internationalviewpoint.org/spip.php?article1144|título=The Spark That Does Not Die|autor=Michael Löwy|obra=International Viewpoint|data= Julho de 1997}}</ref> Além disso, o sociólogo [[Michael Löwy]] alega que as muitas facetas da vida de Guevara (ou seja, médico e economista, revolucionário e banqueiro, teórico militar e embaixador, profundo pensador e agitador político) iluminou a ascensão do "mito de Che", permitindo-lhe ser invariavelmente cristalizado em seus muitos papéis metanarrativos como um "Robin Hood Vermelho, Don Quixote do comunismo, novo Garibaldi, o santo marxista justo, Cid Campeador dos miseráveis da terra, Sir Galahad dos mendigos ... e o diabo bolchevique que assombra os sonhos dos ricos, acendendo braseiros da subversão todos sobre o mundo".<ref name="lowy" />
 
[[Imagem:Chile quema libros 1973.JPG|miniatura|upright|A queima de uma pintura contendo o rosto de Che, após o [[Golpe de Estado no Chile em 1973|golpe de 1973]] que instalou o [[Ditadura militar no Chile (1973–1990)|regime de Pinochet]] no Chile]]
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* Doutorado Honoris Causa em Ciências Médicas, Instituto Superior de Ciencias Médicas, 2003.<ref>{{citar jornal |título=Otorgan título Doctor Honoris Causa a Ernesto Guevara |url=http://www.nabilkhalil.org/spanish/cheotorgan.html |editora=Trabajadores |data=13 de junho de 2003 |acessodata=29 de junho de 2019}}</ref>
* [[Imagem:Orden Sandino 1.svg|50px|borda]] Ordem Augusto César Sandino, condecoração máxima da Nicarágua, 2008.<ref>{{citar web |título=¡29 de Fuerza Insobornable! |url=http://www.conamornicaragua.org.ni/DOCUMENTOS%202008/JULIO/29%20DE%20FUERZA%20INSOBORNABLE%20Celebracion%2029%20Aniversario%20de%20la%20Rev%20Popular%20Sandinista%20Plaza%20de%20la%20Fe%20190708.doc|acessodata=29 de junho de 2019}}</ref>
 
== Críticas ==
 
[[Imagem:Latuff_che.png|thumb|250px|direita|Charge de [[Carlos Latuff]], 2002.]]
 
Variados setores se opõem às ações e figura de Che Guevara, especialmente na comunidade de [[Exílio cubano|exilados cubanos]], [[anticomunista]]s e [[Democracia liberal|democratas liberais]].<ref name="La máquina de matar">{{citar web|URL=https://web.archive.org/web/20070609112125/http://www.letraslibres.com/pdf.php?id=11309|título=La máquina de matar|autor=|data=|publicado=Letras Libres ([[Web Archive]]), pág. 185, {{es}}|acessodata=30 de janeiro de 2020}}</ref> Entre os atos condenáveis atribuídos a ele estão as execuções de centenas de opositores, principalmente no período em que comandou a [[fortaleza (arquitetura militar)|fortaleza]] de [[La Cabaña]] <ref>{{citar web|URL=http://cafefuerte.com/msociedad/19698-las-victimas-olvidadas-del-che-guevara-cuantos-fusilamientos-estan-documentados/|título=Las víctimas olvidadas del Che Guevara: ¿Cuántos fusilamientos están documentados?|autor=María Werlau|data=2 de dezembro de 2014|publicado=Café Fuerte {{es}}|acessodata=30 de janeiro de 2020}}</ref> e, de [[Camponês|camponeses]] das regiões controladas ou visitadas por suas forças de [[guerrilha]].
 
Também apontam que ele foi responsável pela criação do sistema de campos de [[trabalho forçado]] cubanos quando estabeleceu o primeiro deles em [[Península de Guanahacabibes|Guanahacabibes]] para "reeducar" funcionários de empresas estatais considerados culpados de violações da "ética revolucionária".<ref name="he Resurrection of Che Guevara">{{citar web|URL=https://web.archive.org/web/20090414095836/http://www.wpunj.edu/newpol/issue25/farber25.htm|título=The Resurrection of Che Guevara|autor=Samuel Farber|data=|publicado=New Politics, vol. 7, no. 1 (new series), whole no. 25, Summer 1998 (Web Archive) {{en}}|acessodata=30 de janeiro de 2020}}</ref> [[Jorge Castañeda Gutman]], em sua biografia de Che Guevara salientou que, depois que ele deixou [[Cuba]], "esses campos foram usados ​​para encarcerar [[dissidente]]s, homossexuais e, mais de duas décadas após sua morte, pacientes com [[AIDS]]".<ref name="he Resurrection of Che Guevara"/> <ref>{{citar livro|autor=Jorge G. Castañeda|título=Compañero: vida y muerte del Che Guevara|editora=Vintage Books, pág. 227 {{es}}|ano=1997|páginas=|id=ISBN 9780679781615}} Adicionado em 30 de janeiro de 2020.</ref>
 
Os opositores de sua figura também destacam suas ideias comunistas, consideradas [[totalitária]]s, e a influência que ele teve para Cuba aderir ao [[comunismo]] e, durante a [[Guerra Fria]], entrar no [[bloco comunista]] liderado pela [[União Soviética]].
 
Críticos acusam-no por sua concepção ideológica, que consideram exemplificada, entre outras, pela seguinte declaração:
 
{{Quote| {{Col-begin}} {{Col-2}}(...) ''El odio como factor de lucha; el odio intransigente al enemigo, que impulsa más allá de las limitaciones naturales del ser humano y lo convierte en una efectiva, violenta, selectiva y fría máquina de matar. Nuestros soldados tienen que ser así; un pueblo sin odio no <br />puede triunfar sobre un enemigo brutal.'' <br />(...) ''Hay que llevar la guerra hasta donde el enemigo la lleve: a su casa, a sus lugares de diversión; hacerla total. Hay que impedirle <br />tener un minuto de tranquilidad, un minuto de sosiego fuera de sus cuarteles, y aun dentro <br />de los mismos: atacarlo dondequiera que se encuentre; hacerlo sentir una fiera acosada <br />por cada lugar que transite.''<ref name="MUCHOS VIETNAM">{{citar web|URL=https://www.marxists.org/espanol/guevara/04_67.htm|título="CREAR DOS, TRES... MUCHOS VIETNAM". Mensaje a los pueblos del mundo a través de la Tricontinental |autor=Ernesto Che Guevara|data=16 de abril de 1967|publicado=revista Tricontinental (marxists.org)-{{es}}|acessodata=30 de janeiro de 2020}}</ref> {{Col-2}} (...) «O ódio como um fator de luta; o ódio intransigente ao inimigo, que ultrapassa as limitações naturais do ser humano e o torna uma eficaz, violenta, seletiva e fria máquina de matar. Nossos soldados têm que ser assim; Um povo sem ódio não pode triunfar sobre um inimigo brutal.» <br />(...) «Tem que levar a guerra para onde o inimigo a leve: para sua casa, para seus locais de diversão; fazê-la total. É necessário impedi-lo de ter um minuto de tranquilidade, um minuto de sossego fora de seu quartel e até dentro dele: atacá-lo onde quer que se encontre; <br />Fazê-lo sentir-se uma fera acossada <br />em cada lugar que transite.»{{Col-end}}|(Revista Tricontinental, [[Havana]], Cuba, 16 de Abril de 1967, artigo de Ernesto Guevara publicado em quatro idiomas, espanhol,<ref name="MUCHOS VIETNAM"/> inglês,<ref>{{citar web|URL=https://www.marxists.org/archive/guevara/1967/04/16.htm|título=Message to the Tricontinental|autor=Ernesto Che Guevara|data=16 de abril de 1967|publicado=revista Tricontinental (marxists.org)-{{en}}|acessodata=30 de janeiro de 2020}}</ref> francês e italiano,<ref>{{citar web|URL=http://www.resistenze.org/sito/ma/di/cl/madcc2.htm|título=LA RIVOLUZIONE DEI POPOLI OPPRESSI|autor=Ernesto Che Guevara|data=16 de abril de 1967|publicado=revista Tricontinental (resistenze.org)-{{it}}|acessodata=30 de janeiro de 2020}}</ref> <ref>{{citar web|URL=https://web.archive.org/web/20131226231908/http://www.circologramsciriposto.it/la%20rivoluzione%20dei%20popoli%20oppressi.htm|título=LA RIVOLUZIONE DEI POPOLI OPPRESSI|autor=Ernesto Che Guevara|data=1967|publicado=circologramsciriposto.it (Web Archive)-{{it}}|acessodata=30 de janeiro de 2020}}</ref> pelo Secretariado Executivo da OSPAAAL, Organização de Solidariedade dos Povos da África, Ásia e América Latina).}}
 
Em 2005, após o [[guitarrista]] [[Carlos Santana]] vestir uma camiseta com a imagem do revolucionário na cerimônia do [[Óscar]], o [[saxofonista]] cubano [[Paquito D'Rivera]] divulgou uma carta aberta censurando-o por apoiar a quem ele descreveu como "Açougueiro de La Cabaña". Em sua carta, D'Rivera se refere ao período em que o argentino comandou La Cabaña analisando [[Recurso de apelação no processo penal|recursos]] dos "julgamentos revolucionários" e a execução dos dissidentes condenados, entre os quais o próprio primo, que argumenta que estava preso em La Cabaña por causa de sua condição de [[cristão]] e que ele afirma ter testemunhado a execução de um grande número de pessoas pelo mero fato de ter crenças cristãs.<ref>{{citar web|URL=http://www.latinamericanstudies.org/che/oscars.htm|título=Open letter to Carlos Santana|autor=Paquito D'Rivera|data=25 de março de 2005|publicado=Latin American Studies {{en}}|acessodata=30 de janeiro de 2020}}</ref>
 
Seus detratores argumentam que seus seguidores fizeram um grande esforço de propaganda para apresentá-lo como um guerreiro formidável, mas que ele era realmente um estrategista pobre. Fundamentalmente, eles argumentam, em vista dos resultados, que Guevara fracassou na direção da [[economia cubana]], pois "ele supervisionou o quase colapso da produção de açúcar, o fracasso da industrialização e a introdução do racionamento - tudo isso no qual eles argumentam: Teria sido uma das quatro nações latino-americanas mais bem-sucedidas desde antes da ditadura de [[Fulgêncio Batista]]."<ref>{{citar web|URL=http://hnn.us/roundup/entries/6300.html|título=Che Guevara... The Dark Underside of the Romantic Hero|autor=Sean O'Hagan|data=11 de julho de 2004|publicado=History News Network {{en}}|acessodata=30 de janeiro de 2020}}</ref>​ <ref>{{citar web|URL=https://web.archive.org/web/20060823100244/http://www.fiu.edu/~fcf/che.html|título=Che Guevara's Dubious Legacy|autor=John Suarez|data=23 de agosto de 2006|publicado=Free Cuba Foundation (Web Archive) {{es}}|acessodata=30 de janeiro de 2020}}</ref>
 
Num artigo de 2004, intitulado ''The Cult of Che. Don’t applaud The Motorcycle Diaries'' ("O Culto de Che. Não aplaude Diários de Motocicleta"),<ref name="Paul Berman">{{citar web|URL=https://slate.com/culture/2004/09/should-we-love-che-guevara.html|título=The Cult of Che|autor=Paul Berman|data=24 de setembro de 2004|publicado=[[Slate]] {{en}}|acessodata=30 de janeiro de 2020}}</ref> o jornalista americano [[Paul Berman]], criticou o filme ''[[Diários de Motocicleta]]'' argumentando que "esse culto moderno a Che" obscurece o "tremendo conflito social" que ocorre atualmente em Cuba. Por exemplo, o artigo menciona a prisão de dissidentes, como o poeta e jornalista [[Raúl Rivero]], que foi finalmente libertado como resultado da pressão internacional em apoio a uma campanha de solidariedade liderada pelo ''Comité Internacional por la Democracia en Cuba'',<ref>Ministério das Relações Exteriores da República Tcheca {{cz}} [https://www.mzv.cz/old/wwwo/mzv/default.asp?id=28280&ido=14767&idj=2&amb=1&prsl=true&pocc1=5 Ministerstvo Zahraničních Věcí České Republiky] Consultado em 30 de janeiro de 2020.</ref> apoiada por ex-dissidentes do bloco comunista e personalidades como [[Václav Havel]], [[Lech Wałęsa]], [[Árpád Göncz]], [[Elena Bonner]], entre outros. Berman diz que nos [[Estados Unidos]], onde ''Diários de Motocicleta'' recebeu aplausos no [[Festival Sundance de Cinema]], o culto a Che fez com que os americanos ignorassem a situação dos dissidentes cubanos.<ref name="Paul Berman"/>
 
A figura de Ernesto Guevara também é criticada em setores radicais, principalmente por [[anarquista]]s e [[Libertarismo|libertários]], considerando-o uma pessoa [[autoritária]], cujo objetivo era a criação de um regime estatal [[stalinista]] e burocrático.<ref name="La máquina de matar"/>
 
== Ver também ==