Filosofia: diferenças entre revisões
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 31:
|caption2 = [[Platão]] (428 a.C. - 347 a.C.)
}}
A Filosofia ocidental é a tradição filosófica do [[mundo ocidental]] e data de pensadores [[Pré-socráticos|pré-socráticos]] que eram ativos na [[Grécia
A era antiga foi dominada pelas [[Filosofia da Grécia Antiga|escolas filosóficas gregas]] que surgiram dos vários alunos de Sócrates, como [[Platão]], que fundou a [[Academia Platônica]] e seu aluno [[Aristóteles]],<ref name="Whitehead2010">{{citar livro|autor =Alfred North Whitehead|título=Process and Reality|url=https://books.google.com/books?id=uJDEx6rPu1QC&pg=PA39|data=11/5/2010|publicado=Simon and Schuster|isbn=978-1-4391-1836-8|página=39}}</ref> fundando a [[Escola peripatética]], ambos extremamente influentes na tradição ocidental. Outras tradições incluem o [[cinismo (filosofia) |cinismo]], o [[estoicismo]], o [[ceticismo filosófico | ceticismo]] e o [[epicurismo]]. Os tópicos importantes abordados pelos gregos incluíam a [[metafísica]] (com teorias concorrentes como [[atomismo]] e [[monismo]]), [[cosmologia]], a natureza da vida bem vivida (''[[eudaimonia]]''), a possibilidade do conhecimento e a natureza da razão (''[[logos]]''). Com a ascensão do [[Império Romano]], a filosofia grega também foi cada vez mais discutida em [[latim]] por [[Roma antiga|romanos]] como [[Cícero]] e [[Séneca]]. Toda a [[teologia]] e [[filosofia cristã]], [[Filosofia judaica|judaica]] e [[Filosofia islâmica|islâmica]] posterior foi influenciada por [[platonismo]] e [[aristotelismo]].
Linha 38:
{{limpar}}
====Grécia
{{col-begin}}
{{col-break|width=50%;padding-right:20px}}
Linha 61:
{{col-end}}
===Roma
Roma conheceu e assimilou a literatura, a filosofia e o teatro da Grécia mas logo desenvolveu o próprio estilo; os romanos adotaram o hábito da leitura e da escrita influenciados pelos gregos, assim, a arte de ler, escrever e falar em público ([[oratória]]) se tornou essencial na [[Educação na Roma Antiga|educação]] dos cidadãos.<ref name="Ande2011">{{citar livro|último1 =Ande|primeiro1 =Edna|último2 =Lemos|primeiro2 =Sueli|título=Roma, coleção Arte na Idade Antiga|url=https://books.google.com/books?id=WWzLNxZ7W0oC&pg=PA22|ano=2011|publicado=Callis Editora Ltd|isbn=9788574165677|páginas=22–23}}</ref>
Linha 145:
{{Main | Filosofia chinesa | Filosofia coreana | Filosofia japonesa}}
[[File:Konfuzius-1770.jpg|thumb|left|"[[Confúcio]]" (1770), ilustração do filósofo chinês]]
O pensamento filosófico do leste asiático começou na [[História da China | China antiga]] e a [[filosofia chinesa]] começou durante a dinastia [[Zhou ocidental]] e nos seguintes períodos após sua queda, quando a "[[cem escolas de pensamento]]" floresceram (século VI a 221 AEC).<ref>Garfield (Editor), Edelglass (Editor); ''The Oxford Handbook of World Philosophy'', Chinese philosophy.</ref><ref name="pe">{{citar livro|último = Ebrey |primeiro =Patricia|ano=2010 |página= 42|título=The Cambridge Illustrated History of China|publicado=Cambridge University Press}}</ref> Esse período foi caracterizado por importantes desenvolvimentos intelectuais e culturais e viu o surgimento das principais escolas filosóficas da China, o [[Confucionismo]], o [[Legalismo (filosofia chinesa) | Legalismo]] e o [[Daoísmo]], além de numerosos outras escolas menos influentes. Essas tradições filosóficas desenvolveram teorias metafísicas, políticas e éticas, como o [[Tao]], o [[Yin e yang]], [[Ren (Confucionismo) | Ren]] e [[Li (Confucionismo) | Li]] que, juntamente com o [[Budismo chinês]], influenciaram diretamente a [[filosofia coreana]], a [[filosofia vietnamita]] e a [[filosofia japonesa]] (que também inclui a tradição nativa [[xintoísmo|xintoísta]]). O budismo começou a chegar à China durante a [[dinastia Han]] (206 BCE – 220 CE), através da [[Transmissão do Budismo pela Rota da
Na era moderna, os pensadores chineses incorporaram idéias da filosofia ocidental. A [[filosofia marxista chinesa]] se desenvolveu sob a influência de [[Mao Zedong]], enquanto um pragmatismo chinês sob a ascensão de [[Hu Shih]] e o [[neoconfucionismo]] foi influenciado por Xiong Shili. Enquanto isso, o pensamento japonês moderno se desenvolveu sob fortes influências ocidentais, como o estudo das ciências ocidentais ([[Rangaku]]) e a sociedade intelectual modernista ([[Meirokusha]]) que se inspirou no pensamento iluminista europeu. O século XX viu a ascensão do [[Xintoísmo estatal]] e também do [[Fascismo]] [[fascismo japonês|japonês]] e do nacionalismo japonês. A [[Escola de Kyoto]], a escola filosófica japonesa influente e única, desenvolvida a partir da fenomenologia ocidental e da filosofia budista medieval japonesa, como a de [[Dogen]].
Linha 159:
===Filosofia moderna ocidental===
Geralmente considerado como o fundador da filosofia moderna,<ref>Russell, Bertrand. ''History of Western Philosophy''. London: Routledge, 2004. ISBN 9780415325059. [http://books.google.com.br/books?id=Ey94E3sOMA0C&pg=PA511&dq=bertrand+russell+descartes+modern+philosophy&hl=pt-BR&ei=12NqTdjOL8G1twfi5MTmAg&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=3&ved=0CDcQ6AEwAg#v=onepage&q&f=false p. 511].</ref> o cientista, matemático e filósofo francês [[René Descartes]] (1596-1650) redirecionou o foco da discussão filosófica para o sujeito pensante; Descartes acreditava ser necessário um procedimento prévio de avaliação crítica e severa de todas as fontes do conhecimento disponível, num procedimento que ficou conhecido como [[Dúvida hiperbólica|dúvida metódica]]. Segundo Descartes, ao adotar essa orientação, constatamos que resta como certeza inabalável a ideia de um eu pensante: mesmo que o sujeito ponha tudo em dúvida, se ele duvida, é porque pensa; e, se pensa, é porque existe. Essa linha de raciocínio foi celebrizada pela fórmula “[[
====Filosofia renascentista====
Linha 229:
No século XIX, o [[utilitarismo]] foi uma força importante no pensamento político e social, a doutrina de que as ações dos governos deveriam ser julgadas simplesmente pela extensão em que promovam “mais felicidade ao maior número de pessoas”, o fundador da escola utilitarista foi [[Jeremy Bentham]], um excêntrico inglês formado em Direito. Enquanto isso, [[Alexis de Tocqueville]] se preocupava em como se manteriam os padrões e a criatividade da civilização diante da democracia de massa;<ref name=bripoli3>{{Citar web|url=https://www.britannica.com/topic/political-philosophy/Rousseau#ref10237|titulo=Political philosophy - The 19th century|data=2019-06-04|acessodata=2019-12-08|publicado=Encyclopædia Britannica|ultimo=Bowle|primeiro=John Edward|ultimo2=J. Arneson|primeiro2=Richard|lingua=en}}</ref>
[[Marx]] e Engels pensavam que o dinamismo da história era gerado por inevitáveis conflitos de classe economicamente determinados, essa era uma ideia ainda mais dinâmica que a de Hegel e mais relevante para as revoltas sociais que foram uma consequência da [[Revolução Industrial]], Marx era um humanista profundamente instruído, e seu ideal era o desenvolvimento completo da personalidade humana, enquanto Platão se preocupava com uma elite, Marx se importava apaixonadamente com a elevação de povos inteiros.<ref name=bripoli4>{{Citar web|url=https://www.britannica.com/topic/political-philosophy/American-constitutionalism#ref10245|titulo=Political philosophy -Marx and Engels|data=2019-06-04|acessodata=2019-12-08|publicado=Encyclopædia Britannica|ultimo=Bowle|primeiro=John Edward|ultimo2=J. Arneson|primeiro2=Richard|lingua=en}}</ref> A primeira e de longe a mais significativa interpretação da doutrina de Marx foi realizada na [[União Soviética]] por [[Lenin]] e desenvolvida por [[
====Idealismo====
Linha 294:
|caption3 = [[Kitaro Nishida]] se concentrou nos fundamentos experimentais e lógicos do julgamento e da ação, que ele chamou de ''Nada'' (''mu'')<ref name=ki/>
}}
Historicamente, a filosofia chinesa passou por quatro períodos: o clássico, o neo-taoísta e budista, o neo-confucionista e o moderno. O período moderno começa no século XX e passa da ocidentalização, através de uma reconstrução da filosofia tradicional, para o triunfo do [[marxismo]]. Na segunda e terceira décadas, as obras de [[Darwin]], [[Herbert Spencer|Spencer]] e outras foram traduzidas, e as doutrinas de [[Haeckel]], [[Kropotkin]], [[Nietzsche]], [[Schopenhauer]], [[Bergson]], [[Rudolf Eucken]], Descartes e James, além de Platão, Kant e Hegel, foram apresentados, cada um com seus advogados especiais. Mais tarde, [[Alfred North Whitehead|Whitehead]], [[Josiah Royce]], [[Carnap]] e outros foram promovidos por pequenos e sinceros grupos. Esse movimento revelou às novas perspectivas filosóficas chinesas em metafísica, lógica e epistemologia; o tom geral era científico, positivista e pragmático. De todos os sistemas ocidentais, o mais influente foi o pragmatismo, introduzido e promovido por [[Hu Shi]] (1891-1962), líder da revolução intelectual de 1917.<ref name="Cooper2002"/>{{rp|399–400}} Na “polêmica da ciência ''versus'' vida” na década de 1920, os principais intelectuais chineses debateram a questão se a ciência pode ou não formar a base de uma filosofia de vida, o debate serviu para questionar a supremacia da filosofia ocidental, que, como entendida pelos chineses, era considerada essencialmente científica por oposição à metafísica. Na China contemporânea, o marxismo é a filosofia oficial, o pensamento marxista vinha crescendo na China desde meados da década de 1920 e, na época do estabelecimento da [[República Popular]] em 1949, havia passado pelo [[leninismo]] ao [[maoísmo]].<ref>{{Citar web|url=https://www.britannica.com/topic/Chinese-philosophy#ref8355|titulo=Chinese philosophy|data=2017-12-11|acessodata=2019-12-09|publicado=Encyclopædia Britannica|primeiro=}}</ref>
No século XIX, a Índia não foi marcada por conquistas filosóficas notáveis, mas foi um período marcado por grandes movimentos de reforma social e religiosa, as universidades recém-fundadas introduziram os intelectuais indianos no pensamento ocidental, particularmente nas filosofias empirista, utilitária e agnóstica da Inglaterra, e [[John Stuart Mill]], [[Jeremy Bentham]] e [[Herbert Spencer]] se tornaram os pensadores mais influentes das universidades indianas até o final do século. As ideias do Ocidente serviram para gerar um ponto de vista secular e racional além de estimular movimentos sociais e religiosos, dentre os quais o mais notável é o movimento [[Brahmo Samaj]] fundado por [[Ram Mohun Roy]]. Nas últimas décadas do século, são [[Ramakrishna Paramahamsa]] de Calcutá renovou o interesse pelo misticismo, e muitos jovens racionalistas e céticos foram convertidos na fé exemplificada em sua pessoa. Ramakrishna ensinou, entre outras coisas, uma diversidade essencial de caminhos religiosos que levam ao mesmo objetivo, e esse ensino recebeu uma forma intelectual de [[Swami Vivekananda]], seu famoso discípulo.<ref>{{Citar web|url=https://www.britannica.com/topic/Indian-philosophy/19th-and-20th-century-philosophy-in-India-and-Pakistan|titulo=Indian philosophy - 19th- and 20th-century philosophy in India and Pakistan|data=2013-28-05|acessodata=2019-12-09|publicado=Encyclopædia Britannica|primeiro=}}</ref>
O período moderno da filosofia japonesa começou com a [[Restauração Meiji]] em 1868<ref name="Davis2019">{{citar livro|autor =Bret W. Davis|título=The Oxford Handbook of Japanese Philosophy|url=https://books.google.com/books?id=5F-pDwAAQBAJ&pg=PA4|data=19/8/2019|publicado=Oxford University Press|língua=en|isbn=978-0-19-006896-7|páginas=4–5}}</ref> e a subsequente abertura do Japão às influências ocidentais, incluindo a filosofia ocidental. De fato, uma nova palavra, ''tetsugaku'' "sabedoria" (''tetsu'') e "aprendizado" (''gaku'')
== Categorias ==
Linha 319:
Metafísica (do [[grego antigo]] μετα (''metà''), depois de, além de tudo; e Φυσις [''physis''], natureza ou física) é o estudo da [[realidade]], do [[ser]], da natureza real do que quer que seja, dos primeiros princípios, às vezes chamado [[ontologia]] (embora alguns filósofos definam ontologia como um ramo da metafísica).<ref name="Schwandt2007">{{citation|autor =Thomas A. Schwandt|título=The SAGE Dictionary of Qualitative Inquiry|url=https://books.google.com/books?id=X32GWKiiu2AC&pg=PA190|data=5/3/2007|publicado=SAGE|isbn=978-1-4129-0927-3|página=190}}</ref>
Um ponto importante de debate é entre [[Realismo filosófico | realismo]], que sustenta que existem entidades que existem independentemente de sua percepção mental e o [[idealismo]], que sustenta que a realidade é mentalmente construída ou imaterial. A metafísica lida com o tópico da [[Identidade pessoal | identidade]]. A [[essência]] é o conjunto de atributos que tornam um objeto o que é fundamentalmente e sem o qual perde sua identidade, enquanto que o [[Acidente (filosofia) | acidente]] é uma propriedade que o objeto possui, sem a qual o objeto ainda pode reter sua identidade. Os [[Particular (filosofia)|particulares]] são objetos que se diz existir no espaço e no tempo, em oposição aos [[Abstrato e concreto|
=== Epistemologia===
Linha 342:
}}
Teoria dos valores é usado de pelo menos de três maneiras diferentes na filosofia, em seu sentido mais amplo, é um rótulo genérico usado para abranger todos os ramos da filosofia moral, da filosofia social e política, da estética e, às vezes, da filosofia feminista e da filosofia da religião
==== Ética ====
Linha 356:
== Sociedade ==
Alguns dos que estudam filosofia tornam-se filósofos profissionais, normalmente trabalhando como professores que ensinam, pesquisam e escrevem em instituições acadêmicas.<ref>{{citar web|url=https://philosophy.as.uky.edu/where-can-philosophy-take-me|título=Where Can Philosophy Take Me? {{!}} Philosophy|website=philosophy.as.uky.edu|acessodata=2016-05-02}}</ref> No entanto, a maioria dos estudantes de filosofia acadêmica contribui mais tarde para direito, jornalismo, religião, ciências, política, negócios ou artes.<ref name="whystudyphilosophy.com">{{citar web|url=http://www.whystudyphilosophy.com/|título=Why Study Philosophy? An Unofficial "Daily Nous" Affiliate|website=www.whystudyphilosophy.com|acessodata=2016-05-02}}</ref><ref>{{citar jornal|url=https://www.nytimes.com/1997/12/26/business/philosophers-find-the-degree-pays-off-in-life-and-in-work.html|título=Philosophers Find the Degree Pays Off in Life And in Work|último =Cropper|primeiro =Carol Marie|data=1997-12-26|jornal=The New York Times|issn=0362-4331|acessodata=2016-05-02}}</ref> Por exemplo, figuras públicas com formação em filosofia incluem comediantes [[Steve Martin]] e [[Ricky Gervais]], cineasta [[Terrence Malick]], [[Papa João Paulo II]], co-fundador da [[Wikipedia]] [[Larry Sanger]], empreendedor de tecnologia [[Peter Thiel]]e candidato a vice-presidente [[Carly Fiorina]].<ref>{{citar web|url=http://www.mansfield.edu/philosophy/famous-philosophy-majors.cfm|título=Famous Philosophy Majors {{!}} Mansfield University|último =Marketing|primeiro =Mansfield University Department of|website=www.mansfield.edu|acessodata=2016-05-02}}</ref><ref>{{citar web|url=http://dailynous.com/2014/12/08/famous-philosophy-majors-poster/|título=Famous Philosophy Majors Poster (updated with new link)|último =W|primeiro =Justin|data=2014-12-08|website=Daily Nous|acessodata=2016-05-02}}</ref>
== Ver também ==
|