Movimento negro no Brasil: diferenças entre revisões

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Contudo, apesar de tentar imprimir o binarismo racial norte americano no Brasil, o Movimento Negro Unificado, também financiado pela Fundação Ford <ref>{{Citar web|titulo=www.tvcultura.com.br - Caminhos e Parcerias - Geleés|url=http://www2.tvcultura.com.br/caminhos/04geledes/geledes1.htm|obra=www2.tvcultura.com.br|acessodata=2019-11-17}}</ref>, não cogita aceitar a [[Regra de uma gota]]<ref>{{Citar web|titulo=A miséria do Movimento Negro Burguês brasileiro|url=http://www.gazetarevolucionaria.com.br/index.php/component/k2/item/610-negro-burgues|obra=www.gazetarevolucionaria.com.br|acessodata=2019-11-17|lingua=pt-br|primeiro=Super|ultimo=User}}</ref>, pois, caso contrário, por volta de 80% a 90% da população brasileira teria de ser classificada como negra ou indígena, de acordo com o geneticista Sérgio Pena <ref>{{Citar web|titulo=A África nos genes do povo brasileiro {{!}} Revista Pesquisa Fapesp|url=https://revistapesquisa.fapesp.br/2007/04/01/a-africa-nos-genes-do-povo-brasileiro/|obra=revistapesquisa.fapesp.br|acessodata=2019-11-17|lingua=pt-br}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=Apartheid genético {{!}} Revista Pesquisa Fapesp|url=https://revistapesquisa.fapesp.br/2007/07/01/apartheid-genetico/|obra=revistapesquisa.fapesp.br|acessodata=2019-11-17|lingua=pt-br}}</ref> A chamada Conferência Mundial de Combate ao Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata, ocorrida em 2001, em Durban, na África do Sul, que definiu as diretrizes para a racialização do debate público em diversas partes do mundo e as chamadas leis compensatórias, também contou com o patrocínio da [[Fundação Ford]] e da [[Fundação Rockefeller]], as quais, como se sabe, estiveram ligadas ao financiamento e desenvolvimento de políticas de [[Eugenia]] e do [[Anticomunismo]] nos Estados Unidos e também no Brasil<ref>{{Citar periódico|ultimo=Kobayashi|primeiro=Elisabete|ultimo2=Faria|primeiro2=Lina|ultimo3=Costa|primeiro3=Maria Conceição da|data=2009-12|titulo=Eugenia e Fundação Rockefeller no Brasil: a saúde como proposta de regeneração nacional|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1517-45222009000200012&lng=en&nrm=iso&tlng=pt|jornal=Sociologias|lingua=pt|numero=22|paginas=314–351|doi=10.1590/S1517-45222009000200012|issn=1517-4522}}</ref>. O patrono da Fundação Ford, Henry Ford, foi inclusive condecorado por Adolf Hitler com a [[Ordem de Mérito da Águia Alemã]] em 1938<ref>{{Citar web|titulo=Aliados do Nazismo: Ford e as ideias antissemitas que inspiraram Hitler|url=http://www.megacurioso.com.br/guerras/59833-aliados-do-nazismo-ford-e-as-ideias-antissemitas-que-inspiraram-hitler.htm|obra=MegaCurioso - As curiosidades mais interessantes estão aqui|data=2015-01-08|acessodata=2019-12-16|lingua=pt-br}}</ref>. "Cerca de seis meses antes, em dezembro de 1999, sob os auspícios do International Council on Human Rights Policy (ICHRP) e com o patrocínio da Fundação Ford, do Governo Suíço e do Banco Cantonal de Genebra, um grupo de acadêmicos se reuniu em Genebra para apresentar textos sobre os problemas relacionados ao racismo, à diversidade e aos direitos humanos"<ref>{{citar web|url=http://nupps.usp.br/downloads/docs/dt0306.pdf|titulo=Entre a intenção e o gesto: a Conferência de Durban e a elaboração de uma pauta de demandas de políticas compensatórias no Brasil|data=|acessodata=|publicado=|ultimo=Thomaz|primeiro=Omar Ribeiro}}</ref> De acordo com Demétrio Magnoli, um dos grandes problemas de movimentos e leis de cunho racial é que estes "ensinam às pessoas que seus direitos estão ligados à sua cor da pele - e que seus interesses objetivos solicitam a "solidariedade de raça"". <ref>{{citar web|url=https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/337906/noticia.htm?sequence=1&isAllowed=y|titulo=Coisa de preto|data=|acessodata=|publicado=|ultimo=Magnoli|primeiro=Demétrio}}</ref> Além disso, segundo o autor:
 
"Não existe no Brasil um "movimento negro" em nenhum sentido legítimo da palavra. As ONGs racialistas quase nada representam, além dos interesses e ideologias de seus próprios ativistas. Mas elas recebem, todos os anos, milhões de dólares da Fundação Ford e se incrustaram no interior do Estado, dispondo do aparelho de uma secretaria especial da Presidência e do controle de postos-chave nos Ministérios da Educação e da Saúde. Os dirigentes de tais grupos formam uma elite adventícia, estruturada em redes nas universidades e instituições internacionais, que se reclamam porta-vozes de uma "raça". Eles usarão o termo "racista" como insulto destinado a marcar a ferro todos os que insistem em defender o princípio da igualdade perante a lei." <ref>idem, ibidem</ref>
 
O secretário da educação do Rio de Janeiro, César Benjamin, nos informa que a racialização do debate público no Brasil fomentada pela Fundação Ford tem como finalidade destruir a ideia de povo brasileiro. De acordo com o secretário:
 
"Na década de 1990, amigos gaúchos pediram-me que os recebesse no Rio de Janeiro e os acompanhasse em uma reunião que teriam na sede da Fundação Ford, que ficava na Praia do Flamengo. Queriam verificar a possibilidade de obter algum financiamento para projetos de educação em áreas rurais. Fiquei chocado com o que vi. Os funcionários da fundação disseram abertamente que só financiariam projetos que destacassem a questão racial no Brasil. Exigiram que eles mudassem todo o projeto que levaram. Estabeleci ali uma conversa tensa sobre isso. Um deles disse, para todos ouvirmos: “Temos 15 milhões de dólares e vamos provar que o Brasil é racista.” Entendi perfeitamente a mensagem.
 
Pensemos num computador. Ele tem um hardware, que são seus componentes físicos, mas para funcionar precisa de um software, um programa que lhe dá as instruções sobre o que fazer. Uma sociedade também tem componentes físicos, que são a sua infraestrutura, e componentes ideológicos, que organizam o comportamento das pessoas.
 
A Fundação Ford, que é um braço do Departamento de Estado, mirou no coração do nosso software, o conceito de povo brasileiro. Acertou em cheio. Se não há povo brasileiro, o Brasil não vale a pena. Isso é parte importante da grande crise civilizatória que se abateu sobre nós e nos paralisa. Há racismo no Brasil, assim como há em praticamente todo o mundo. Nunca usei e não conheço quem tenha usado a expressão democracia racial. Mas, ao contrário do que ocorre em vários outros países, o sistema de valores que a sociedade brasileira escolheu não legitima o racismo. Isso é muito importante. Um sistema de valores não descreve fielmente o que existe, mas aponta os caminhos que desejamos seguir. Sinaliza uma trajetória desejada. Os americanos transformaram essa nossa grande virtude em hipocrisia. Adestraram uma geração de militantes que detesta o Brasil."<ref>{{citar web|url=https://exame.abril.com.br/brasil/histeria-racial-deve-parar-diz-secretario-sobre-tais-araujo/|titulo=|data=|acessodata=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref>
 
== Ver também ==