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O rápido [[êxodo rural]] é uma das causas atribuídas à formação e expansão de favelas.<ref name=whyslums /> Desde 1950, a população mundial tem aumentado a uma taxa muito maior do que a quantidade total de [[Terra arável|terras cultiváveis]], assim como a [[agricultura]] passou a contribuir com uma porcentagem muito menor no total da economia. Por exemplo, na [[Índia]], o setor agrícola era responsável por 52% do [[PIB]] em 1954 e apenas 19% em 2004;<ref>{{citar web |url=http://planningcommission.nic.in/data/datatable/2504/databook_%2029.pdf |título=Gross Domestic Product (GDP) from Agriculture and Allied Secto |editor=Governo da Índia |data=2013 |acessodata=23 de fevereiro de 2014 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20131024061050/http://planningcommission.nic.in/data/datatable/2504/databook_%2029.pdf |arquivodata=24 de Outubro de 2013 |urlmorta=yes }}</ref> no Brasil, a contribuição da agricultura ao PIB em 2000, foi um quinto da sua contribuição em 1951.<ref>[http://www.brookings.edu/~/media/research/files/papers/2008/5/brazil%20agriculture%20barros/05_brazil_agriculture_barros.pdf Brazil: The Challenges in Becoming an Agricultural Superpower] {{Wayback|url=http://www.brookings.edu/~/media/research/files/papers/2008/5/brazil%20agriculture%20barros/05_brazil_agriculture_barros.pdf |date=20131023053833 }} Geraldo Barros, Brookings Institute (2008)</ref> A agricultura, por sua vez, tornou-se também mais rentável, menos vulnerável a doenças e mais eficiente, com a ajuda de diferentes técnicas agrícolas, [[trator]]es e outros equipamentos. A proporção de pessoas que trabalham na agricultura diminuiu em 30% nos últimos 50 anos, enquanto a população mundial aumentou em 250%.<ref name=whyslums />
 
Muitas pessoas deslocam-se para as áreas urbanas , principalmente porque as cidades prometem mais empregos, melhores escolas para seus filhos de pobres e diversas oportunidades de renda do que a [[agricultura de subsistência]] nas áreas rurais.<ref>[http://go.worldbank.org/KT759KE9S0 Urban Poverty - An Overview] Judy Baker, The World Bank (2008)</ref> No entanto, alguns migrantes rurais não conseguem encontrar trabalho imediatamente no meio urbano por causa da falta de habilidades e de [[mercados de trabalho]] cada vez mais competitivos, o que os levam a pobreza.<ref name="Todaro">{{citar periódico|último =Todaro|primeiro =Michael P.|título=A Model of Labor Migration and Urban Unemployment in Less Developed Countries|periódico=The American Economic Review|ano=1969|volume=59|issue=1|páginas=138–148}}</ref> Muitas cidades, por outro lado, não dispõe de habitação de baixo custo em número suficiente para o grande número de trabalhadores migrantes da zona rural. Alguns trabalhadores migrantes não podem pagar por moradia nas cidades e, eventualmente, estabelecem-se em favelas que sejam acessíveis aos empregos.<ref name="Craster">{{citar periódico|último =Craster|primeiro =Charles V|coautor=|título=American Journal of Public Health and the Nations Health|periódico=Slum Clearance. The Newark Plan|ano=1944|volume=34|issue=9|páginas=935–940}}</ref> Além disso, os migrantes rurais, atraídos principalmente por rendimentos mais elevados, continuam a inundar as [[cidade]]s ao redor do mundo, o que expande ainda mais as favelas já estabelecidas.<ref name="Todaro" />
 
De acordo com Ali e Toran, as [[redes sociais]] também pode explicar a migração rural-urbana e o assentamento das pessoas em favelas. Além da migração por oportunidades de emprego, uma parcela das pessoas migra para as cidades por causa de sua ligação com familiares que já moram lá. Uma vez que seu apoio familiar nas áreas urbanas já se encontra estabelecido em favelas, esses trabalhadores rurais migram com a intenção de viver lá com seus parentes.<ref>{{citar periódico|último =Ali|primeiro =Mohammed Akhter|coautor=Kavita Toran|título=Migration, Slums and Urban Squalor - A case study of Gandhinagar Slum|periódico=Proceedings of the Third International Conference on Environment and Health|ano=2004|páginas=1–10}}</ref>
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Algumas das favelas no mundo de hoje são um produto da urbanização trazida pelo [[colonialismo]]. Por exemplo, os [[europeus]] chegaram ao [[Quênia]] no {{séc|XIX}} e criaram centros urbanos, como [[Nairóbi]], principalmente para servir os seus interesses financeiros. Eles consideravam os [[povos africanos]] como migrantes temporários e precisavam deles apenas como [[força de trabalho]]. A política habitacional com o objetivo de acomodar esses trabalhadores não foi bem executada e o governo construiu assentamentos na forma de ocupações individuais. Devido ao alto custo de tempo e dinheiro em seu movimento entre áreas rurais e urbanas, as famílias migrantes gradualmente migraram para os centros urbanos. Como elas não podiam comprar casas, favelas foram assim formadas.<ref>{{citar periódico|último =Obudho|primeiro =R. A.|coautor=G. O. Aduwo|título=Slum and squatter settlements in urban centres of Kenya: Towards a planning strategy|periódico=Journal of Housing and the Built Environment|ano=1989|volume=4|issue=1|páginas=17–30}}</ref>
 
Outras áreas urbanas foram criadas por causa da segregação imposta pelos colonialistas. Por exemplo, a favela de [[Dharavi]], em [[Bombaim]], uma das maiores da [[Índia]] atualmente, costumava ser uma vila conhecida como Koliwadas, enquanto Bombaim costumava ser referida como Bombaim. Em 1887, o [[Índia Britânica|governo colonial britânico]] expulsou todos os [[curtume]]s, além de outraoutras indústrias nocivas e nativos pobres que trabalhavam na parte [[Península|peninsular]] da cidade e nas áreas coloniais residenciais, o que era naquela época área norte da cidade, um assentamento chamado agora de Dharavi. Essa localidade não atraiu qualquer supervisão ou investimento em infraestrutura viária, saneamento básico, serviços públicos ou habitação por parte do governo colonial. Os pobres mudaram-se para Dharavi, encontravam trabalho como empregados em escritórios, casas coloniais e nas fábricas de curtumes de propriedade estrangeira, além de outras indústrias poluentes perto de Dharavi. Para viver, os moradores da favela construíram fáceis trajeto para o trabalho. Em 1947, o ano a em que [[Independência da Índia|Índia se tornou uma nação independente]] do domínio britânico, Dharavi tinha florescido como a maior favela de Bombaim.<ref name=jn2010>Jan Nijman, A study of space in Mumbai's slums, Tijdschrift voor economische en sociale geografie. Volume 101, Issue 1, pages 4–17, February 2010</ref>
 
Da mesma forma, algumas das favelas de [[Lagos (Nigéria)|Lagos]], na [[Nigéria]], surgiram por causa de negligência e de políticas da era colonial.<ref>Liora Bigon, Between Local and Colonial Perceptions: The History of Slum Clearances in Lagos (Nigeria), 1924-1960, African and Asian Studies, Volume 7, Number 1, 2008, pages 49-76 (28)</ref> Durante o regime de ''[[apartheid]]'' na [[África do Sul]], sob o pretexto de investir em saneamento e prevenir [[epidemia]]s, foi instituída a [[segregação racial]] e grupos étnicos foram perseguidos, pessoas negras foram transferidas para a periferia das cidades, políticas que criaram [[Soweto]] e outras favelas oficialmente chamadas de ''[[Township (África do Sul)|townships]]''.<ref>Beinart, W., & Dubow, S. (Eds.), (2013), Segregation and apartheid in twentieth century South Africa, Routledge, pages 25-35</ref> As grandes favelas também começaram nas periferias dos centros urbanos coloniais por conta da segregação na [[América Latina]].<ref>Griffin, E., and Ford, L. (1980), A model of Latin American city structure, Geographical Review, pages 397-422</ref> Marcuse sugere que [[gueto]]s nos [[Estados Unidos]], e em outros lugares, foram criados e mantidos por políticas segregacionistas do governo e do grupo regional dominante.<ref>Marcuse, Peter (2001), [http://www.urbancentre.utoronto.ca/pdfs/curp/Marcuse_Segregationandthe.pdf Enclaves yes, ghettoes, no: Segregation and the state], Lincoln Institute of Land Policy Conference Paper, Columbia University</ref><ref>Bauman, John F (1987), Public Housing, Race, and Renewal: Urban Planning in Philadelphia, 1920-1974, Philadelphia, Temple University Press</ref>