Alexander Soljenítsin: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Remover ícone
Linha 17:
|assinatura =
|cônjuge = Natalia Alekseevna Reshetovskaya (1940-1972)<br>
Natalia SolzhenitsynaSoljenitsyna (1973-2008)
}}
'''Alexander Issaiévich Soljenítsin''' ([[Língua russa|em russo]]: Александр Исаевич Солженицын; [[Kislovodsk]], {{dtlink|11|12|1918}} – [[Moscovo]], {{dtlink |3|8|2008}}) foi um [[romancista]], [[dramaturgo]] e [[historiador]] russo cujas obras construíram e celebrizaram a imagem que o mundo tem a respeito dos ''[[gulag]]s,'' sistema prisional baseado em trabalhos forçados existente na antiga [[União Soviética]]. Recebeu o [[Nobel de Literatura]] de 1970.<ref name="Noble">{{citar web|url= http://nobelprize.org/nobel_prizes/literature/laureates/1970/ |titulo= Nobel Prize in Literature 1970 |editora= Nobel Foundation|acessodata=17 outubro 2008}}</ref> A sua postura crítica sobre o que considerava o esmagamento da [[liberdade individual]] pelo [[Totalitarismo|Estado omnipresente e totalitário]] implicou a expulsão do autor do país natal e a retirada da respectiva nacionalidade em 1974.<ref>{{Citation | last1 = Kaufman | first1 = Michael T | last2 = Barnard | first2 = Anne | date = 4 August 2008 | title = Solzhenitsyn, Literary Giant Who Defied Soviets, Dies at 89 | newspaper = The New York Times | pages = 1-3 | accessdate = 2 de abril de 2014 | language = en}}.</ref>
Linha 30:
 
=== Segunda Guerra Mundial ===
Durante a [[Segunda Guerra Mundial]] SolzhenitsynSoljenítsin serviu como comandante no [[Exército Vermelho]],<ref>[[#Scammell|Scammell]], p. 119</ref> estando envolvido em ação na [[Frente de batalha]], e duas vezes [[Condecoração militar|condecorado]]. Uma série de textos publicados no final de sua vida, incluindo o inacabado romance ''Ama a Revolução!'' narra sua experiência de guerra e suas dúvidas crescentes sobre os fundamentos morais do regime soviético.<ref>{{Citation | último = Solzhenitsyn | primeiro = Aleksandr Isaevich | autorlink=link = Aleksandr Solzhenitsyn | titulo = Протеревши глаза: сборник (Proterevshi glaza: sbornik) | língua = ru | título-trad = Proterevshi eyes: compilation | local = Moscow | publicado = Nash dom; L'Age d'Homme | ano = 1999}}.</ref>
 
=== Prisão e início da carreira literária ===
Linha 39:
A primeira parte da pena de Soljenítsin foi cumprida em vários campos de trabalhos forçados; a "fase intermediária", como ele viria a referir-se a esta época, passou-a em uma ''sharashka'', um instituto de pesquisas onde os cientistas e outros colaboradores eram prisioneiros. Dessas experiências surgiria o livro "[[O Primeiro Círculo]]", publicado no exterior em 1968.<ref>{{Citation |ultimo=Solzhenitsyn |primeiro=Aleksandr I | autorlink=link = Aleksandr Solzhenitsyn | url = http://www.harpercollins.com/books/9780061479014/In_the_First_Circle/ |titulo= ''In the First Circle'' |editora= Harper Collins | isbn = 978-0-06-147901-4 | data= 13 de outubro de 2009|acessodata = 14 de fevereiro de 2010| arquivourl = http://web.archive.org/web/20100131143152/http://harpercollins.com/books/9780061479014/In_the_First_Circle/ | arquivodata = 31 de janeiro de 2010 | urlmorta= no}}</ref> Em 1950 foi enviado a um "campo especial" para prisioneiros políticos em [[Ekibastuz]], [[Cazaquistão]] onde trabalharia como pedreiro, mineiro e metalúrgico. Esta época inspiraria o livro ''[[Um Dia na Vida de Ivan Denisovich]]''.<ref>{{Citation | url= http://www.romanism.net/tag/sabia-dreptatii | titulo= ''Organizatia anti-sovietica Sabia Dreptatii'' | língua= ro | editora= Romanism | access-date= 2014-04-03 | title= Cópia arquivada | archiveurl= https://web.archive.org/web/20110809121325/http://romanism.ro/tag/sabia-dreptatii }}.</ref> Neste campo retiraram-lhe um tumor, mas seu [[cancro]] não chegou a ser diagnosticado.
 
A partir de março de 1953 iniciou a pena de exílio perpétuo em [[Kol-Terek]] no sul do Cazaquistão. O seu cancro, ainda não detectado, continuou a espalhar-se, e no fim do ano Soljenítsin encontrava-se próximo à morte. Porém, em 1954 finalmente recebeu tratamento adequado em [[Tashkent]], [[Uzbequistão]], e curou-se. Estes eventos formaram a base de ''[[O Pavilhão dos Cancerosos]]''. Foi durante esta década de prisão e exílio que SolzhenitsynSoljenítsin abandonou o [[marxismo]] e desenvolveu as posições filosóficas e religiosas de sua vida posterior, gradualmente se tornando um cristão, como resultado de sua experiência na prisão e nos campos. Este por sua vez é semelhante ao que aconteceu a [[Fyodor Dostoyevsky]] durante seus anos na Sibéria e sua busca por fé.<ref>{{Citar livro |titulo= ''The Gulag Archipelago'' | capitulo = Parte IV}}.</ref><ref>{{Citar livro | primeiro= Daniel J | ultimo= Mahoney | titulo= ''Hero of a Dark Century'' | jornal= National Review | data= 1 de setembro de 2008 | pagina= 47–50}}.</ref><ref>"Beliefs" em [[#Ericon2008|Ericson (2008)]] p. 177–205</ref>
 
Durante os seus anos de exílio, e após sua libertação e retorno à Rússia Europeia, Soljenítsin, enquanto leccionava em escolas secundárias durante o dia, passava as noites escrevendo em segredo. Mais tarde, na breve [[autobiografia]] que escreveria ao receber o [[Nobel de Literatura]], relataria que "durante todos os anos até 1961, eu não estava apenas convencido que sequer uma linha por mim escrita jamais seria publicada durante a minha vida, mas também raramente ousava permitir que os meus íntimos lessem o que eu havia escrito por medo de que o facto se tornasse conhecido".