Tarsila do Amaral: diferenças entre revisões

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| magnum_opus = ''A Negra''; ''[[Abaporu]]''; ''Antropofagia''; ''[[Operários]]''
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'''Tarsila de Aguiar do Amaral''' ([[Capivari]], [[1 de setembro]] de [[1886]] — [[São Paulo (cidade)|São Paulo]], [[17 de janeiro]] de [[1973]]) foi uma [[Pintura|pintora]], [[Desenho|desenhista]] e [[Tradução|tradutora]] [[brasilBrasil|brasileira]]eira e uma das figuras centrais da pintura e da primeira fase do movimento [[Modernismo|modernista]] no Brasil, ao lado de [[Anita Malfatti]]. Seu quadro ''[[Abaporu]]'', de [[1928]], inaugurainaugurou o [[movimento antropofágico]] nas [[artes plásticas]].<ref name="UOL - EducaçãoEducação2">{{citar web |url=http://educacao.uol.com.br/biografias/tarsila-do-amaral.jhtm |título=Tarsila do Amaral - Biografia |acessodata=31 de agosto de 2012 |autor= |coautores= |data= |ano= |mes= |formato= |obra= |publicado=UOL - Educação |páginas= |língua= |citação= }}</ref>
 
== Biografia ==
Nascida em 1º de setembro de 1886, em [[Capivari]], interior de São Paulo,<ref name="UOL - Educação"/> era filha de José Estanislau do Amaral Filho e de Lídia Dias de Aguiar, e neta de José Estanislau do Amaral, cognominado “o milionário” em virtude da imensa fortuna acumulada em fazendas do [[Interior de São Paulo|interior paulista]].
 
=== Família e primeiros anos ===
Seu pai herdou a fortuna e diversas fazendas, onde Tarsila e seus sete irmãos passaram a infância. Desde criança, fazia uso de produtos importados franceses e foi educada conforme o gosto do tempo.{{Esclarecer}} Sua primeira mestra, a belga Mlle Marie van Varemberg d’Egmont, ensinou-lhe a ler, escrever, bordar e falar francês. Sua mãe passava horas ao piano e contando histórias dos romances que lia às crianças. Seu pai recitava versos em francês, retirados dos numerosos volumes de sua biblioteca.
Tarsila de Aguiar do Amaral nasceu em 1 de setembro de 1886, em [[Capivari]], interior do [[São Paulo (estado)|Estado de São Paulo]],<ref name="UOL - Educação2" /> filha de José Estanislau do Amaral Filho e de Lídia Dias de Aguiar.<ref name=":0">Amaral, Aracy A. (2003). ''Tarsila: sua obra e seu tempo''. 3ª ed. São Paulo: Editora 34; edusp. ISBN 8573262664, p. 32.</ref> Seu avô paterno era José Estanislau do Amaral, a quem [[Luís Gonzaga da Silva Leme|Silva Leme]], na [[Genealogia Paulistana]], cognominara “o milionário”, em virtude da imensa fortuna que acumulara em fazendas do [[Interior de São Paulo|interior paulista]].<ref name=":0" /> Além de fazendeiro, seu avô fora empresário e construíra edifícios importantes em [[São Paulo]] e [[Santos]], e a sede de seus negócios fora a Fazenda Sertão, na qual, em seu auge, tivera quatrocentos escravos.<ref name=":0" /> Tarsila era a primeira filha do casal, e a segunda criança, depois de Oswaldo. Ela teria ainda outros cinco irmãos, incluindo Milton,<ref name=":0" /> pai do geólogo [[Sérgio Estanislau do Amaral]].
 
Seu pai herdou a fortuna de seu avô, incluindo diversas fazendas onde Tarsila e seus sete irmãos passaram a infância. Seus primeiros anos foram passados na Fazenda São Bernardo, nas proximidades de Capivari, e mais tarde na Fazenda Santa Tereza do Alto, em [[Monte Serrat]].<ref name=":0" /> Sua infância incluiu intenso contato com a zona rural, nas fazendas onde morou, em passeios que sua família fazia em suas regiões, e em visitas a seus parentes, que também moravam no interior.<ref name=":1">Amaral, Aracy A. (2003). ''Tarsila: sua obra e seu tempo''. 3ª ed. São Paulo: Editora 34; edusp. ISBN 8573262664, p. 33.</ref>
Tarsila era tia do geólogo [[Sérgio Estanislau do Amaral]].
 
Por outro lado, José Estanislau do Amaral Filho buscou proporcionar aos filhos uma educação orientada pelos gostos do tempo.<ref name=":1" /> Nessa época a atmosfera cultural do interior paulista refletia muitos dos gostos do [[Segundo reinado|Segundo Reinado]] – clima esse que se estendeu até a Primeira Guerra Mundial – e a educação e ambiente familiar de Tarsila incluíam muitos elementos [[Francofilia|francófilos]].<ref name=":2">Amaral, Aracy A. (2003). ''Tarsila: sua obra e seu tempo''. 3ª ed. São Paulo: Editora 34; edusp. ISBN 8573262664, p. 34.</ref> A primeira mestra de Tarsila, a belga Marie van Varemberg d’Egmont, ensinou-lhe a ler, escrever, bordar e falar francês,<ref name=":1" /> e sua mãe passava horas ao piano tocando composições de [[Couperin]] e [[Jean-François Dandrieu|Dandrieu]]<ref name=":2" /> e seu pai recitava versos em francês, retirados dos numerosos volumes de sua biblioteca.<ref>Amaral, Aracy A. (2003). ''Tarsila: sua obra e seu tempo''. 3ª ed. São Paulo: Editora 34; edusp. ISBN 8573262664, p. 35.</ref> Além disso, a cultura francesa se fazia presente em diversos outros aspectos de sua vida doméstica: nas refeições, que incluíam pratos franceses e vinhos e bebidas caras desse país, na decoração da casa e nas roupas e perfumes usados por sua família.<ref>Amaral, Aracy A. (2003). ''Tarsila: sua obra e seu tempo''. 3ª ed. São Paulo: Editora 34; edusp. ISBN 8573262664, p. 34–37</ref>
 
=== Estudos em São Paulo e Barcelona ===
Ainda na infância Tarsila passou parte de seu tempo em São Paulo, primeiro na casa do avô e depois sucessivamente em um colégio de [[Freira|freiras]] do bairro de [[Santana]] e no [[Colégio Sion]].<ref>Amaral, Aracy A. (2003). ''Tarsila: sua obra e seu tempo''. 3ª ed. São Paulo: Editora 34; edusp. ISBN 8573262664, p. 37.</ref> Mais tarde, julgando que poderia oferecer à filha uma educação ainda melhor, seus pais a matricularam no Colégio Sacré-Coeur de [[Barcelona]], na [[Espanha]], onde estudou dois anos e completou seus estudos.<ref>Amaral, Aracy A. (2003). ''Tarsila: sua obra e seu tempo''. 3ª ed. São Paulo: Editora 34; edusp. ISBN 8573262664, p. 37-38.</ref> Nesse colégio Tarsila ganhou um prêmio de ortografia e teve seus primeiros contatos com a [[pintura]]. Seus êxitos artísticos lhe estimularam a prosseguir e buscar aperfeiçoar-se.<ref>Amaral, Aracy A. (2003). ''Tarsila: sua obra e seu tempo''. 3ª ed. São Paulo: Editora 34; edusp. ISBN 8573262664, p. 38.</ref>
Tarsila do Amaral estudou em [[São Paulo]], em um colégio de [[Freira|freiras]] do bairro de [[Santana]] e no [[Colégio Sion]]. Completou os estudos em [[Barcelona]], na [[Espanha]], no Colégio Sacré-Coeur.<ref name="UOL - Educação"/>
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=== Primeiro casamento ===
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[[Imagem:Pagu.Elsie.Tarsila.Anita.Eugenia.1922.jpg|thumb|direita|Da esquerda para a direita: [[Pagu]], [[Elsie Lessa]], Tarsila do Amaral, [[Anita Malfatti]] e [[Eugênia Álvaro Moreyra]] em época posterior à [[Semana de Arte Moderna]] de [[1922]]]]
[[Imagem:Abaporu.jpg|thumb|''[[Abaporu]]'', uma de suas obras mais conhecidas e um ícone do Modernismo brasileiro. Óleo sobre tela, 1928]]
Começou a aprender pintura em 1917, com [[Pedro Alexandrino Borges]].<ref name="UOL - Educação">{{citar web|url=http://educacao.uol.com.br/biografias/tarsila-do-amaral.jhtm|título=Tarsila do Amaral - Biografia|acessodata=31 de agosto de 2012|autor=|coautores=|data=|ano=|mes=|formato=|obra=|publicado=UOL - Educação|páginas=|língua=|citação=}}</ref> Mais tarde, estudou com o alemão [[George Fischer Elpons]]. Em 1920, viaja a [[Paris]] e frequenta a [[Academia Julian]], onde desenhava nus e modelos vivos intensamente. Também estudou na [[Academia de Émile Renard]].
 
Apesar de ter tido contato com as novas tendências e vanguardas, Tarsila somente aderiu às ideias modernistas ao voltar ao Brasil, em 1922. Numa confeitaria paulistana, foi apresentada por [[Anita Malfatti]] aos modernistas [[Oswald de Andrade]], [[Mário de Andrade]] e [[Menotti Del Picchia]]. Esses novos amigos passaram a frequentar seu [[Estúdio|atelier]], formando o [[Grupo dos Cinco (Arte Moderna Brasileira)|Grupo dos Cinco]].<ref>{{Citar periódico|ultimo=Domingos de Lima|primeiro=Juliana|data=11 de fevereiro de 2018|titulo=A trajetória de Tarsila do Amaral, artista que ganha exposição no MoMA|url=https://www.nexojornal.com.br/expresso/2018/02/11/A-trajet%C3%B3ria-de-Tarsila-do-Amaral-artista-que-ganha-exposi%C3%A7%C3%A3o-no-MoMA|jornal=Nexo Jornal|acessodata=10 de setembro de 2018}}</ref>