União Democrática Nacional: diferenças entre revisões

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|fundação = {{Dtlink|7|4|1945}}
|dissolução = {{Dtlink|27|10|1965}}<ref name="AI 2">{{citar web|url=http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/AIT/ait-02-65.htm|título=Ato Institucional nº 2|editor=Presidência da República|data=27-10-1965}}</ref>
|sucedido = [[ARENA]]
|sede = Avenida Nilo Peçanha 12, 11º andar<br>[[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], [[Rio de Janeiro (estado)|RJ]]<ref>{{Citation | url = http://www.tse.jus.br/partidos/partidos-politicos/registros-de-partidos-politicos-1945-a-1979 | titulo = Registro partidário | capítulo = UDN | publicado = [[Tribunal Superior Eleitoral]] | acessdate = 10 de setembro de 2011}}.</ref>
|ideologia = [[Conservadorismo]]<br>[[Liberalismo econômico]]<br>[[Conservadorismo liberal]]
|espectro = [[Direita (política)|Direita]]
|cores = {{Colorbox|{{União Democrática Nacional/meta/cor}}}} [[Azul]]
{{Colorbox|white}} [[Branco]]
|simbolo =
|política_país = [[Política do Brasil]]
|part_pol_país = [[Lista de partidos políticos brasileiros extintos|Partidos políticos]]
|eleições_país = [[Eleições no Brasil|Eleições]]
|notas =
}}
'''União Democrática Nacional''' ('''UDN''') foi um [[partido político]] [[brasil]]eiro fundado em [[7 de abril]] de [[1945]], frontalmente opositor às políticas e à figura de [[Getúlio Vargas]] e de orientação [[Conservadorismo no Brasil|conservadora]]. Seu lema era uma frase apócrifa de [[Thomas Jefferson]] "O preço da liberdade é a eterna vigilância"<ref>BENEVIDES, M. UDN; DULCI, O. UDN; PICALUGA, I. Partidos.</ref> e seu símbolo era uma tocha acesa. O ''udenismo'' caracterizou-se pela defesa do [[liberalismo clássico]] e da moralidade, e pela forte oposição ao [[populismo]]. Além disso, algumas de suas bandeiras eram a abertura econômica para o capital estrangeiro<ref>[http://www.castelobranco.br/sistema/novoenfoque/files/15/artigos/7_Carlos_lacerda_proposta_udenista_luciana_lamblet_Subtitulo_VF.pdf]</ref> e a valorização da educação pública.<ref>[http://www.scielo.br/pdf/cp/v40n139/v40n139a11.pdf]</ref> O partido detinha forte apoio das classes médias urbanas e de alguns setores da elite.
Concorreu às eleições presidenciais de [[1945]], [[1950]], e de [[1955]] postulando o brigadeiro [[Eduardo Gomes]] nas duas primeiras e o general [[Juarez Távora]] na última, perdendo nas três ocasiões. Em [[1960]], apoiou [[Jânio Quadros]] (que não era filiado à UDN), obtendo assim uma vitória histórica.
 
Seu principal rival nas urnas era o [[Partido Social Democrático (1945-2003)|Partido Social Democrático]]. Até as eleições parlamentares de [[1962]], a UDN era a segunda maior bancada do [[Congresso Nacional do Brasil|Congresso Nacional]], atrás apenas da bancada pessedista. Nesse ano, o [[Partido Trabalhista Brasileiro]] tomou este segundo lugar da UDN. Como todos os demais partidos, a UDN foi extinta pelo governo militar que assumiu o poder em [[1964]], através do [[Ato Institucional Número Dois]].<ref name="AI 2"/>
 
Após o [[Golpe militar de 1964]], muitos quadros da UDN migraram para a ARENA [[Aliança Renovadora Nacional]]. No entanto, sua principal liderança, o jornalista [[Carlos Lacerda]], apesar de ter sido um dos líderes civis do [[Golpe militar de 1964|golpe]], voltou-se contra ele em 1966, com a prorrogação do mandato do presidente [[Humberto de Alencar Castelo Branco|Castelo Branco]]. Segundo Lacerda, a prorrogação do mandato de Castelo Branco levaria à consolidação do governo revolucionário numa ditadura militar permanente no Brasil, o que realmente aconteceu. Em novembro de [[1966]], lançou a [[Frente Ampla (Brasil)|Frente Ampla]], movimento de resistência ao golpe militar de 1964, que seria liderada por ele com seus antigos adversários, [[João Goulart]] (do antigo [[PTB]]) e [[Juscelino Kubitschek]] (do antigo [[Partido Social Democrático (1945)|PSD]]).
 
== História ==
[[FicheiroImagem:Simbolo udn.jpg|thumb|250px|Símbolo do partido entre 1945 e 1965]]
Foi na conjuntura final do [[Estado Novo (Brasil)|Estado Novo]] que foram criados os principais partidos políticos brasileiros atuantes da década de 1940 à de 1960: a União Democrática Nacional (UDN), o [[Partido Social Democrático (1945)|Partido Social Democrático]] (PSD) e o [[Partido Trabalhista Brasileiro (1945-1965)|Partido Trabalhista Brasileiro]] (PTB). A lei eleitoral de maio de 1945, elaborada sob a supervisão do ministro da Justiça [[Agamenon Magalhães]], determinou a constituição de partidos de caráter nacional, o que rompia com a tradição regionalista da política partidária brasileira.
 
A UDN foi fundada no dia 7 de abril de [[1945]], reunindo diversas correntes que nos anos anteriores haviam-se colocado em oposição à ditadura do Estado Novo. Setores liberais que desde [[1943]], com o lançamento do [[Manifesto dos Mineiros]], vinham se manifestando pelo fim do regime ditatorial, se articularam para lançar a candidatura do brigadeiro [[Eduardo Gomes]] à [[presidência da República]]. Para dar sustentação a essa candidatura foi criada a UDN, que num primeiro momento constituiu uma ampla frente anti-Vargas.
 
Participaram da fundação da UDN, setores oligárquicos desalojados do poder pela [[Revolução de 1930]], representados por figuras como o baiano [[Otávio Mangabeira]], o paulista [[Júlio Prestes]] ou o ex-presidente [[Artur Bernardes]], e por clãs políticos estaduais como os Konder, de Santa Catarina, ou os Caiado, de [[Goiás]].
 
Ingressaram também na UDN, outros setores oligárquicos que só romperam com Vargas no decorrer da década de 1930, como [[José Américo de Almeida]], [[Juarez Távora]], [[Antônio Carlos Ribeiro de Andrada (IV)|Antônio Carlos]], [[Juraci Magalhães]], [[Carlos de Lima Cavalcanti]] e [[Flores da Cunha]]. Havia ainda liberais históricos, como os irmãos [[Virgílio Arinos de Melo Franco|Virgílio]] e [[Afonso Arinos de Melo Franco]], [[Raul Pilla]], [[Pedro Aleixo]], [[Odilon Braga]], [[Milton Campos]], entre outros. Finalmente, estiveram entre os fundadores do partido até mesmo alguns grupos e personalidades de esquerda, como [[Silo Meireles]], rompido com o [[Partido Comunista Brasileiro|PCB]] em virtude da aproximação desse partido com Vargas, e [[socialistas]] como [[Hermes Lima]], [[Domingos Vellasco]] e [[João Mangabeira]], aglutinados na chamada [[Esquerda Democrática]]. Essa frente ampla começou a dissolver-se, contudo, ainda durante o ano de 1945. Em [[Minas Gerais]], o grupo ligado ao antigo [[PRM]], liderado por Artur Bernardes, optou por organizar o Partido Republicano (PR), enquanto no [[Rio Grande do Sul]] foi criado o [[Partido Libertador]], dirigido por Raul Pilla. PR e PL, entretanto, mantiveram seu apoio à candidatura do brigadeiro Eduardo Gomes. No ano seguinte, a [[Esquerda Democrática]] abandonaria a UDN para organizar o [[Partido Socialista Brasileiro]] (PSB).
 
Com a saída desses setores, o partido se consolidou como um partido de direita, adotando posturas conservadoras. Até a sua extinção em 1965, o partido esteve no centro dos principais acontecimentos da vida política do país. Caracterizou-se pela defesa da democracia liberal e pelo combate aguerrido às correntes getulistas.<ref>[http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos37-45/QuedaDeVargas/PartidosPoliticos]</ref>
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|-
| 1954
| 1.936.935
| 21,9
| 74
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|-
| 1958
| 2.319.713
| 21,1
| 70
| 21,5
| 11
|-
| 1962
| 2.547.207
| 22,6
| 97
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== Presidentes e Secretários-gerais ==
 
=== Presidentes ===
{| class="wikitable"
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Era um dos estados onde a UDN era mais forte. Lá ganhou duas eleições para governador: 1947 ([[Milton Campos]]) e 1960 ([[Magalhães Pinto]]). Seu principal rival era o PSD. Os maiores nomes do udenismo mineiro foram [[Virgílio de Melo Franco]], [[Afonso Arinos de Melo Franco (jurista)|Afonso Arinos]], [[Gilberto Alves da Silva Dolabela]], [[Pedro Aleixo]], [[Alberto Deodato]], [[José Bonifácio Lafayette de Andrada]], [[Olavo Bilac Pinto]], [[Carlos Horta Pereira]], [[João Franzen de Lima]], [[Odilon Braga]], [[Oscar Dias Correia]], [[Gabriel Passos]], [[Antonio Neder]], [[José Maria Lopes Cançado]] e [[Gerardo Renault]]
 
Todos esses tinham sido signatários do [[Manifesto dos Mineiros]], em 1943, primeira reação política organizada à ditadura de Getúlio Vargas, com exceção de Passos, colaborador do [[Estado Novo (Brasil)|Estado Novo]] até [[1944]]. Neder e Bilac Pinto se tornariam ministros do [[Supremo Tribunal Federal]]. Também se destacou [[Paulo Campos Guimarães]], chefe de gabinete dos governadores de Minas, [[Rondon Pacheco]] e [[Magalhães Pinto]], Diretor da Imprensa Oficial de Minas e primeiro Coordenador da Cultura do Estado. Outros udenistas ligados a Magalhães Pinto, como [[Aureliano Chaves]], [[Francelino Pereira]] e [[Eliseu Resende]] seriam os principais expoentes da seção mineira da [[Aliança Renovadora Nacional|Arena]] e depois do [[PFL]].
 
=== [[Guanabara]] ===
Linha 220 ⟶ 222:
=== [[Paraíba]] ===
A UDN era o partido hegemônico neste estado e manteve-se no poder, entre 1947 e 1965, com os governadores [[Oswaldo Trigueiro]], [[Flávio Ribeiro Coutinho]], [[Pedro Gondim]] e [[João Agripino Filho]]. Em 1955, Flávio Ribeiro do [[Partido Socialista Brasileiro|PSB]] foi eleito governador com apoio da UDN local. Outros nomes de peso da UDN paraibana foram [[Argemiro de Figueiredo]], [[Ernani Sátiro]] e [[José Cavalcanti]].
 
Dois paraibanos, [[José Américo de Almeida]] e Ernani Sátyro, ocuparam a presidência nacional da UDN.
 
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* [[Conservadorismo brasileiro]]
 
{{referênciasReferências}}
 
== Bibliografia ==
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== Ligações externas ==
* {{Citation | url = http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/uniao-democratica-nacional-udn | titulo = UNIAO DEMOCRATICA NACIONAL (UDN) | capítulo = UDN | publicado = FGV CPDOC}}.
{{Controle de autoridade}}
 
{{Portal3|Política|Brasil|conservadorismo}}