Felicidade de Roma: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Eduardogobi (discussão | contribs)
Historia veridica tratada como lenda
Etiquetas: Remoção considerável de conteúdo Editor Visual
Linha 17:
}}
[[imagem:FCoghetti 03.JPG|thumb|300px|"Martírio de Santa Felicidade e seus sete filhos", de [[Francesco Coghetti]], na Igreja de Ranica, em [[Bérgamo]], Itália]]
'''Felicidade de Roma''' ({{lang-la|''Felicitas''}}; {{ca.}} [[101]] – [[165]]) é uma das primeiras [[mártir cristão|mártires cristãs]] [[veneração|venerada]] como [[santa]]. Além do nome, a única coisa certa que sabemos sobre ela é que seu corpo foi enterrado na [[Catacumba de Máximo]], na [[Via Salária]], em 23 de novembro<ref>"Calendarium Romanum" (Libreria Editrice Vaticana, 1969), p. 146</ref>. Porém, as lendas posteriores a seu respeito a retratam como mãe de sete filhos mártires cuja festa é celebrada em 10 de julho. Na [[Igreja Ortodoxa]], sua festa é celebrada em 7 de fevereiro (25 de janeiro no [[calendário juliano]]).
 
A lenda de [[Santa Sinforosa]] é bastante similar e é possível que suas histórias tenham se confundido ou mesmo que que sejam ambas a mesma pessoa<ref>{{citar web|url = http://www.saintpatrickdc.org/ss/1123.shtml| publicado = St Patrick Catholic Church| título = Saint of the Day: November 23 ''Felicitas of Rome''| língua = inglês}}</ref>. Esta Felicidade não é a mesma [[Perpétua e Felicidade|Felicidade]] do [[África romana|norte da África]] que é celebrada com [[Santa Perpétua]]. Uma antiga lenda compara-a com a história da [[mulher com sete filhos]] de [[II Macabeus]].
 
== História de Santa Felicidade ==
Linha 29:
 
== Associação com os sete mártires venerados em 10 de julho ==
Sete mártires que, nesta data, embora provavelmente em anos diferentes, foram enterrados em quatro diferentes locais em Roma e são celebrados em conjunto no dia 10 de julho<ref>"Calendarium Romanum" (Libreria Editrice Vaticana, 1969), p. 129</ref><ref name="MR">Martyrologium Romanum (Libreria Editrice Vaticana 2001 ISBN 88-209-7210-7)</ref>:
* Santos Alexandre, Vital e Marcial, sepultados no [[Catacumba dos Giordanos]], na Via Salária.
* São Januário, no [[Catacumba de Pretextato]], na Via Salária.
Linha 43:
Até a [[Mysterii Paschalis|revisão de 1969]], o [[Calendário Geral Romano]] chamava-os de "Sete Irmãos Santos" e os [[vetero-católicos]] continuam a celebrá-los desta forma.
 
=== Lenda de Santa Felicidade e os Sete Irmãos Santos ===
Conta a lenda que Santa Felicidade<ref>"Lives of the Saints, For Every Day of the Year," edited by Rev. Hugo Hoever, [[S.O.Cist.]], Ph.D., New York: Catholic Book Publishing Co., 1955, pp. 261-262</ref> teria sido uma rica e piedosa viúva cristã com sete filhos. Ela se dedicava à caridade e converteu muitos ao [[cristianismo]] por seu exemplo, o que provocou a fúria dos [[Religião na Roma Antiga|sacerdotes pagãos]], que reclamaram dela com o [[imperador romano]] [[Marco Aurélio]]. Eles afirmaram que os deuses estavam irados e exigiam [[sacrifícios na religião da Roma Antiga|sacrifícios]] de Felicidade e seus filhos. O imperador concordou com o pedido e Felicidade foi levada perante Públio, o [[prefeito da cidade|prefeito de Roma]]. Chamando-a de lado, ele tentou uma variedade de pedidos e ameaças numa fracassada tentativa de convencê-la a adorar os [[deuses romanos]]. Ele também nada conseguiu dos sete filhos, que seguiram o exemplo da mãe.
 
Perante o prefeito, todos se mantiveram firmes em sua fé e foram entregues a quatro juízes, que os condenaram à morte de diferentes formas. A divisão dos mártires entre os quatro juízes corresponde aos quatro locais onde os santos estão sepultados. Felicidade implorou a Deus para que não fosse morta antes dos filhos para que pudesse dar-lhes coragem e conforto durante as torturas pelas quais passariam antes da morte. E assim aconteceu: ela acompanhou a execução de todos os sete. Não se sabe como eles foram mortos, mas a tradição conta que Januário, o mais velho, foi [[flagelação|flagelado]] até a morte; Félix e Filipe foram espancados com [[porrete]]s; Silvano foi atirado de cabeça de um precipício; e os três mais novos, Alexandre, Vital e Marcial, foram [[decapitação|decapitados]]. Depois de cada execução, Felicidade tinha novamente a chance de renunciar à sua fé, mas ela recusou e acabou sendo martirizada também.
 
=== Origem da lenda ===
Os ''Acta'' com o relato da lenda dos sete mártires como filhos de Santa Felicidade existiu, de alguma forma, no {{séc|VI}}, pois o [[papa Gregório Magno]] faz referência a ele em sua ''"Homiliæ super Evangelia"'' (livro I, [[homilia]] iii)<ref>[[Patrologia Latina|P.L.]], LXXVI, 1087</ref>. A [[Enciclopédia Católica]], do início do {{séc|XX}}, relata que ''"mesmo distintos arqueólogos modernos os consideraram, embora não na forma atual correspondendo inteiramente ao original, substancialmente baseado em registros contemporâneos genuínos"''. Mas ele prossegue dizendo que as investigações mostraram que esta opinião dificilmente é sustentável. A mais antiga [[recensão]] destes "Atos" não são anteriores ao {{séc|VI}} e parecem se basear não num texto romano (em [[latim]]), mas num original [[língua grega|grego]]. Além disso, com exceção da forma existente dos "Atos", vários detalhes tem sido questionados. Se Felicidade de fato era mãe dos sete mártires homenageados em 10 de julho, é estranho que seu nome não apareça no bem conhecido calendário romano de santos do {{séc|IV}}<ref name=CE>{{1913CE|St. Felicitas}}</ref>.
 
Essa historia é verídica
O túmulo de São Silvano era vizinho do túmulo de Santa Felicidade e, por isso, é bastante possível que a tradição logo tenha identificado os sete mártires de 10 de julho como os filhos de Santa Felicidade e que esta tenha sido a base dos "Atos" ainda existentes<ref name=CE/>.
 
== Ver também ==