Sodoma e Gomorra: diferenças entre revisões

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'''Sodoma''' e '''Gomorra''' (do [[língua hebraica|hebraico]] '''סְדוֹם''' ''Sodom'' e '''עֲמוֹרָה''' ''Amorah'' ) são, de acordo com a [[Bíblia]], duas cidades que teriam sido destruídas por [[Deus]] com fogo e/ou [[enxofre]] caídos do céu. Segundo o relato bíblico, as cidades e os seus habitantes foram destruídos por Deus devido à prática de atos imorais, segundo a moral dos Antigos Israelitas<ref>{{citar web|URL = https://www.bible.com/bible/1/deu.1.kjv|título = Deuteronômio 1|data = |acessadoem = 3 de fevereiro de 2019|autor = Bible.com|publicado = }}</ref><ref>{{Citar bíblia|livro=Deuteronômio|capítulo=1|verso=}}</ref>; Entretanto, arqueologistas nunca encontraram nenhuma evidência significativa da existência de Sodoma e Gomorra.<ref name="Slate">{{citar web |url=http://www.slate.com/id/2181864/entry/2181915/ |título=The Palace of King David (Or Not) |acessodata=22 de agosto de 2011 |data=15 de janeiro de 2008 |publicado=[[Slate]] |língua2=en |citação=Archaeologists have discovered no significant evidence for Noah's flood, Sodom and Gomorrah, Abraham, Isaac, or Jacob. They don't believe Jews were enslaved in Egypt, wandered in the desert, or conquered the Promised Land. Plenty of evidence has survived about later parts of the Hebrew Bible—the cut-rate monarchs and latecomer generals in the books of Kings—but the great Bible heroes remain stuck in the world of myth.)}}</ref>
 
A expressão "Sodoma e Gomorra" se aplica, por extensão, às cinco cidades-estado do [[vale de Sidim]], no [[mar Morto]] (também chamado mar Salgado): Sodoma, Gomorra, Admá, Zebolim e Bela (também chamada de [[Zoar (localidade bíblica)|Zoar]]<ref>[[Gênesis]]{{Citar bíblia|livro=Gênesis|capítulo=14:|verso=2}}</ref>).
 
O vale de Sidim ("Vale dos Campos") era descrito como um lugar [[paraíso|paradisíaco]].<ref>{{Citar bíblia|livro=Gênesis|capítulo=13|verso=10}}</ref> Ocupava uma área aproximadamente circular no vale inferior do mar Morto, actualmente submerso pelas suas águas salgadas. A região é chamada em hebraico de ''Kikkár'' que significa "bacia". A pequena [[península]] na margem oriental do mar Salgado, é chamada em árabe de ''El-Lisan'' que significa "a língua". Desde a península de ''El-Lisan'' ao extremo sul, se estenderia o Vale de Sidim. O seu fundo registra uma profundidade de 15 a 20 metros, enquanto para norte da península, o fundo desce rapidamente para uma profundidade de 400 metros.
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== Os crimes de Sodoma ==
[[Ficheiro:Dead Sea Comparative.jpg|direita|357x357px|thumb|Vale de Sidim, a Sul de "El-Lisan", [[mar Morto]]]]
Após o retorno de [[Abraão|Abrão]] do [[Egipto|Egito]], o relato bíblico menciona que os habitantes de ''Sodoma'' eram grandes [[pecado]]res contra Deus.<ref>[[Génesis]]{{Citar bíblia|livro=Gênesis|capítulo=13:|verso=13}}</ref> Porém, isso não impediu uma coexistência pacífica entre os habitantes de Sodoma com o patriarca Abraão, e com o seu sobrinho, [[Ló]].
 
Alguns escritos judaicos clássicos enfatizam os aspectos de crueldade e falta de [[hospitalidade]] com forasteiros.<ref name="Römer 2005">Thomas Römer, ''L'homosexualité dans le Proche-Orient ancien et la Bible'', éd. Labor et Fides, 2005, p. 50</ref> Uma tradição rabínica, exposta na [[Mishnah]], afirma que os pecados de Sodoma estavam relacionados à [[ganância]] e ao apego excessivo à [[Propriedade (direito)|propriedade]], e que são interpretados como sinais de falta de [[compaixão]]. Alguns textos rabínicos acusam os sodomitas de serem [[blasfêmia|blasfemos]] e sanguinários.
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Outra tradição rabínica indica que Sodoma e Gomorra tratavam os visitantes de forma [[sadismo|sádica]]. Um dos crimes cometidos contra os forasteiros é quase idêntico ao de [[Procrustes|Procusto]], na [[mitologia grega]], dizendo respeito à "cama de Sodoma" (''midat sodom''), na qual todos visitantes eram obrigados a dormir. Se os hóspedes fossem mais altos, eram amputados, se eram mais baixos, eram esticados até atingirem o comprimento da cama.
 
Segundo o livro de Gênesis, dois [[anjos]] de Deus dizem a Abraão que "o clamor de Sodoma e Gomorra se têm multiplicado, e porquanto o seu pecado se têm agravado muito". Abraão, então, intercede consecutivas vezes pelo povo sodomita, e Deus, ao final, lhe responde que, se houvesse em Sodoma dez justos na cidade, ela não seria destruída.<ref>Gênesis{{Citar bíblia|livro=Gênesis|capítulo=18:|verso=20-33}}</ref>
 
Ferindo com cegueira os homens que estavam junto á porta da casa de Ló, por quererem abusar sexualmente dos anjos enviados por Deus <ref>{{Citar bíblia|livro=Gênesis|capítulo=19|verso=5}}</ref>, os anjos retiram o patriarca e sua família da cidade e lhes dão a ordem de seguirem sempre em direção das montanhas sem olharem para trás. A esposa de Ló desobedeceu a ordem dada pelos anjos e olhou para trás e foi transformada em estátua de sal. Então, de acordo com Gênesis, inicia-se a destruição de Sodoma e de toda a planície daquela região.
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Em 2008, uma peça de argila conhecida como "planisfério", descoberta por Henry Layard em meados do século XIX, foi analisada pelos pesquisadores Alan Bond, da empresa Reaction Engines e Mark Hempsell, da Universidade de Bristol, que descobriram que a placa foi escrita por um astrônomo [[sumério]] onde os relatos datavam da noite do dia 29 de junho de 3123 a.C. no calendário juliano. Os pesquisadores afirmam que metade da placa contém informações sobre posições planetárias e de nuvens e a outra metade é uma observação de um asteroide com dimensões maiores de um quilômetro. Segundo Mark Hempsell, com base no tamanho e rota descritos, há a possibilidade deste asteroide ter se chocado contra os [[Alpes austríacos]] na região de Köfels. Não houve cratera que pudesse evidenciar explosão, pelo fato deste ter voado próximo ao chão, deixando um rastro de destruição causados pela onda supersônica. Seu rastro teria gerado uma bola de fogo com temperaturas próximas a 400°C, e devastado aproximadamente uma área de 1 milhão de quilômetros quadrados. Hempsell sugere que a nuvem de fumaça consequente da explosão do asteroide atingiu o monte Sinai, algumas regiões do Oriente Médio e o norte do Egito, vitimando diversas pessoas. A escala de devastação se assemelha com o relatado no Antigo Testamento na destruição das cidades de Sodoma e Gomorra.<ref>{{citar web|URL=http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/03/080331_asteroidesodomagomorra_np.shtml|título=Placa de 700 a.C. traz relato de 'destruição de Sodoma'|autor=[[BBC Brasil]]|data=31 de março de 2008|publicado=|acessodata=3 de fevereiro de 2019}}</ref>
 
A destruição ardente de Sodoma e Gomorra, e a existência de poços de betume (asfalto) naquela região são descritas na Bíblia<ref>{{Citar (Gên bíblia|livro=Gênesis|capítulo=14:|verso=3,}}</ref><ref>{{Citar bíblia|livro=Gênesis|capítulo=19:|verso=12-|verso_final=28)}}</ref>. Muitos peritos acham que as águas do mar Morto talvez se tenham elevado no passado e tenham estendido a extremidade meridional do mar numa considerável distância, cobrindo assim o que talvez tenha sido o lugar dessas duas cidades. Explorações feitas nesta região mostram ser ela uma área queimada, de óleo e asfalto. A respeito deste assunto diz o livro&nbsp;''Light From the Ancient Past''&nbsp;(Luz do Passado Remoto), de Jack Finegan&nbsp;(1959, p.&nbsp;147): “Uma cuidadosa pesquisa da evidência literária, geológica e arqueológica aponta para a conclusão que as infames ‘cidades da planície’ <ref>{{Citar bíblia|livro=Gênesis|capítulo=19|verso=29}}</ref> estavam na área que agora está submersa .&nbsp;.&nbsp;. e que sua ruína foi realizada por um grande terremoto, provavelmente acompanhado por explosões, relâmpagos, ignição de gás natural e conflagração geral.”
 
Os textos proféticos, como o [[Livro de Ezequiel]], capítulo 16, versículo 49, explica que Sodoma foi destruída por causa de seu orgulho, descuido e não ter ajudado os pobres e os infelizes. <ref> J. W. Rogerson, ''An Introduction to the Bible'', Routledge, UK, 2014, p. 142</ref> Em [[Evangelho segundo Mateus]], capítulo 11, versículo 23, [[Jesus Cristo | Jesus]] mencionou que Sodoma foi destruída por sua falta de hospitalidade. <ref>{{Citar bíblia|livro=Mateus|capítulo=11|verso=23}}</ref><ref> Ray S. Anderson, ''The Shape of Practical Theology: Empowering Ministry with Theological Praxis'', InterVarsity Press, USA, 2001, p. 267</ref>