Grande Seca: diferenças entre revisões

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== Consequências da seca ==
[[Ficheiro:HolocaustoDaSeca OpenBrasil.org1.png|esquerda|miniaturadaimagem|Uma das vítimas da Grande Seca, Ceará, 1877. Foto de Joaquim Antônio Correia, “Vítimas da Grande Seca”, Albúmen - Acervo da [[Biblioteca Nacional do Brasil|Fundação Biblioteca Nacional]] – Brasil.]]
“A peste e a fome matam mais de quatrocentos por dia”, escreveu o escritor [[Rodolfo Teófilo]], horrorizado com o que assistia; parado numa esquina, que em pouco tempo viu passarem vinte cadáveres. “E as crianças que morrem nos abarracamentos, como são conduzidas! Pela manhã os encarregados de sepultá-las vão recolhendo-as em um grande saco: e, ensacados os cadáveres, é atado aquele sudário de grossa estopa a um pau e conduzido para a sepultura”. As notícias incomodavam a Corte, onde o imperador chegou a dizer: “Não restará uma joia da Coroa, mas nenhum nordestino morrerá de fome”. {{Carece de fontes}}
 
A grande seca em sua severidade impôs um movimento de '[[diáspora]]' em território brasileiro ao povo nordestino. Isso porque as estiagens anteriores – embora severas – não ocorreram com tamanha intensidade, já que nessa ocasião, tanto a população, quanto a flora e fauna foram severamente atingidos e nem haviam forçado o povo a abandonar suas terras em grande escala na busca pela sobrevivência. Grandes massas populacionais moveram-se para as regiões Norte e Sudeste, numa calamidade que atingira tanto pobres quanto ricos.
 
Hoje se calcula que morreram cerca de quinhentas mil pessoas em consequência da seca de 1877. {{Carece de fontes}} O engenheiro [[André Rebouças]], abolicionista, negro, respeitado por suas ideias progressistas, calculava em mais de dois milhões as pessoas atingidas pela seca, ainda em novembro de 1877. Dos mortos de 1877 a 1879, calcula-se que 150.000 faleceram de inanição e 100.000 de febres e outras doenças, 80.000 de varíola e 180.000 de fome, alimentação venenosa e sede. Acredita-se que a Grande Seca que ocorreu de 1877 a 1879 ceifou a vida de mais da metade das 1.754.000 pessoas que residiam na área atingida pela tragédia. Esse foi de longe a maior catástrofe gerada por fenômenos naturais que ocorreu no país.
 
Desde a década de 1840 – especificamente desde a seca de 1844 – a ideia de [[Transposição do rio São Francisco|transposição das águas do rio São Francisco]] já era considerada como a única solução para a seca no Nordeste. {{Carece de fontes}} Entretanto, estudos feitos pelo [[Guilherme Schüch|Barão de Capanema]] após a Grande Seca de 1877 demonstraram não haver recursos técnicos para fazer com que as águas transpusessem a [[Chapada do Araripe]], localizada na divisa dos estados do [[Ceará]], [[Piauí]] e [[Pernambuco]].
 
Em razão da situação calamitosa do Nordeste o [[Império do Brasil|governo imperial]] enviou, no período 1877/79, uma comissão de engenheiros que determinaram a perfuração de poços, a construção de estradas de ferro e de rodagem e o armazenamento de água. Os resultados dos estudos na região ainda indicaram a construção de barragens ou açudes. O [[Açude do Cedro]] foi umas das primeiras grandes obras de combate à seca realizadas pelo Governo Imperial. A ordem de construção foi dada pelo imperador [[Pedro II do Brasil|D. Pedro II]] em decorrência do grande impacto social provocado pela seca de 1877, porém o início das obras deu-se durante os governos republicanos entre 1890 e 1906. {{Carece de fontes}}
 
== Imaginário ==