Histologia: diferenças entre revisões

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1- descrição do progresso da microscopia e do consequente desenvolvimento da Histologia. 2- Ampliação do tópico de Técnica Histológica.
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A Histologia se desenvolveu após a invenção do microscópio de luz, também denominado [[microscópio óptico]] ou microscópio fotônico.<ref name="siteinfopedia" />Caracteriza-se por utilizar iluminação por luz visível e um sistema de lentes que produzem uma imagem aumentada de um objeto. O microscópio como conhecemos hoje começou a ser utilizado na Europa por volta de 1620. Sua invenção é atribuída a várias pessoas, entre as quais [[Microscópio|Zacharias Janssen e Hans Lippershey]].
 
O microscópio óptico, inicialmente muito simples, foi sendo progressivamente aperfeiçoado e muitos tipos de microscópios foram desenvolvidos, por exemplo microscópio de polarização, microscópio de contraste de fase, microscópio invertido, microscópio confocal de varredura a laser e vários outros [[material de laboratório|instrumentos]]. Os [[microscópio eletrônico|microscópios eletrônicos]] pertencem a uma outra família de microscópios caracterizados por utilizarem feixes de elétrons para obtenção de imagens ou para conhecer composição química de espécimes.
Dentre os primeiros estudiosos que utilizaram o microscópio para descrever células e tecidos pode-se citar [[Robert Hooke]] e [[Marcello Malpighi|Marcello Malpighi]]. [[Robert Hooke]] foi o primeiro a descrever as células em 1665 ao examinar delgadas fatias de cortiça. Estava, portanto, examinando células vegetais. Malpighi examinou cortes de órgãos sadios e patológicos e descreveu um grande número de estruturas, várias das quais receberam o seu nome, como por exemplo os corpúsculos de Malpighi presentes nos rins e atualmente denominados corpúsculos renais.
 
== História ==
O microscópio óptico, inicialmente muito simples, foi progressivamente aperfeiçoado e muitos tipos de microscópios foram desenvolvidos, por exemplo microscópio de polarização, microscópio de contraste de fase, microscópio invertido, microscópio confocal de varredura a laser e vários outros [[material de laboratório|instrumentos]]. Os [[microscópio eletrônico|microscópios eletrônicos]] pertencem a uma outra família de microscópios caracterizados por utilizarem feixes de elétrons para obtenção de imagens ou para conhecer composição química de espécimes.
Dentre os primeiros estudiosos que utilizaram o microscópio para descrever células e tecidos pode-se citar [[Robert Hooke]] e [[Marcello Malpighi|Marcello Malpighi]]. [[Robert Hooke]] foi o primeiro a descrever as células em 1665 ao examinar delgadas fatias de cortiça. Estava, portanto, examinando células vegetais. Malpighi examinou cortes de órgãos sadios e patológicos e descreveu um grande número de estruturas, várias das quais receberam o seu nome, como por exemplo os corpúsculos de Malpighi presentes nos rins e atualmente denominados corpúsculos renais.
Muitas outras metodologias foram desenvolvidas para obter informações de cortes histológicos, como a Radioautografia in situ, a Histoquímica, a Imunocitoquímica, a Hibridização in situ, a Estereologia <ref name="livrohistojunqueira" /> <ref name="siteinfopedia" />.
 
O termo [[tecido]] já havia sido introduzido por volta de 1800 pelo cientista francês [[Marie François Xavier Bichat]]. Este foi quem primeiro descreveu os vários tipos de tecidos do corpo e as associações entre os tecidos para constituir os órgãos. Por estas razões Bichat é considerado o pai da Histologia. [[Meyer]], em [[1819]], deu o nome de Histologia à [[ciência]] que descreve a estrutura microscópica dos tecidos e órgãos dos [[animalia|animais]] e dos [[vegetais]].
A maneira mais utilizada para estudar os tecidos é realizada por meio da preparação de [[lâmina|lâminas histológicas]].<ref name="livrohistojunqueira" />
Resumidamente, tal preparação envolve processos [[física|físicos]] e [[química|químicos]] de corte, fixação, desidratação, diafazinação (ou clareamento) e coloração, os quais envolvem diversos instrumentos e [[composto químico|compostos químicos]]<ref name="livrohistojunqueira" /><ref name="siteinfopedia" />.
 
O gradual desenvolvimento técnico dos microscópios resultou principalmente da fabricação de lentes cada vez mais adequadas para a observação de cortes histológicos. Os microscópios de luz possuem basicamente dois conjuntos de lentes: as '''lentes oculares''' que ficam próximas do olho ou de um sistema de captura de imagem (aparelho fotográfico, câmera LCD) e as '''lentes objetivas''', situadas próximas do objeto. As lentes objetivas são as maiores responsáveis pela obtenção de imagens com altas resoluções, o que garante a observação de grande número de detalhes dos objetos. Estas lentes, isoladas ou em associação de duas, três ou quatro, permitiram o exame cada vez mais preciso das estruturas que compõem os seres vivos.  
== História ==
 
Nasceu com os primeiros estudiosos que se utilizaram do [[microscópio]]: [[Robert Hook]], [[Marcello Malpighi|Malpighi]], Graw, Ham, Fontana e outros. [[Meyer]], em [[1819]], deu o nome de Histologia à [[ciência]] que descreve os tecidos e órgãos dos [[animalia|animais]] e dos [[vegetais]]. O termo [[tecido]] já havia sido introduzido por volta de 1800 pelo cientista francês [[Marie François Xavier Bichat]]. Este foi que descreveu primeiro os vários tipos de tecidos do corpo e as associações entre os tecidos para constituir os órgãos. Por estas razões Bichat é considerado o pai da Histologia.
Muitas outras metodologias foram desenvolvidas para obter informações de cortes histológicos, como a Radioautografia in situ, a Histoquímica, a Imunocitoquímica, a Hibridização in situ, a Estereologia <ref name="livrohistojunqueira" /> <ref name="siteinfopedia" />. Estas metodologias fizeram com que a Histologia passasse a investigar cada vez mais profundamente o funcionamento das células que constituem os tecidos e órgãos.
<!-- seria interessante uma cronologia de descobertas mais impostantes aqui ou quebra de paradigmas -->
 
Graças aos aperfeiçoamentos contínuos dos vários tipos de microscópios, associados a metodologias de estudo apoiadas nestes aparelhos, as pesquisas em Histologia permitiram desvendar a estrutura e a função de tecidos e órgãos e geraram conhecimentos que levaram à grande revolução ocorrida nos últimos 100 anos na Biologia animal, Botânica, Medicina Humana e Veterinária.<!-- seria interessante uma cronologia de descobertas mais impostantes aqui ou quebra de paradigmas -->
 
== Métodos de estudo dos tecidos biológicos ==
Na maioria dos tipos de microscópios um feixe luminoso deve atravessar o objeto para se formar uma imagem. Por esta razão os objetos que queremos observar necessitam ser muito delgados e, além disso, transparentes ou translúcidos.
A observação de tecidos ao [[microscópio]] óptico é feita por transparência. É necessário que o tecido seja submetido a cortes finíssimos, através da sua inclusão num bloco de [[parafina]], para ser cortado num ''[[micrótomo]]''. Depois de cortado, retirada a parafina e colocado numa [[Lâmina (microscopia)|lâmina]], o corte é fixado (para não se deteriorar) e [[corante|corado]]. É comum a utilização de [[corante]]s que destacam determinadas partes das células (como o [[azul de metileno]] e o [[iodo]]). Essas lâminas então podem ser finalmente observadas ao microscópio óptico. Esses métodos histológicos são geralmente utilizados para a observação de [[tecidos animais]].
 
Células colocadas sobre uma lâmina de vidro são muito delgadas e transparentes e não oferecem obstáculo relevante para a passagem de um feixe luminoso e para a formação de uma boa imagem. Por outro lado, tecidos e órgãos animais são espessos e opacos. Para que estes possam ser observados por microscópios necessitam ser cortados em fatias muito delgadas. A seguir serão descritos resumidamente procedimentos necessários para obtenção de fatias delgadas de tecidos e órgãos animais, metodologias que em conjunto são denominados Técnicas Histológicas.
 
A maneira mais utilizada para estudar os tecidos e órgãos ao microscópio óptico é a observação dos '''preparados histológicos''' <ref name="livrohistojunqueira" /><ref name="siteinfopedia" />. O preparado histológico é constituído por um ou mais cortes de tecidos ou órgãos dispostos sobre uma lâmina de vidro, a '''lâmina histológica'''. Os cortes são protegidos por uma delgada lâmina de vidro denominada '''lamínula'''.
Os desenvolvimentos recentes na área da [[microscopia electrónica]], a [[imunofluorescência]] e o corte por [[congelação]] permitiram um enorme avanço nesse ramo científico. Com essas novas técnicas, a aparência dos tecidos pode ser examinada, permitindo a comparação entre tecidos saudáveis e doentes, o que é bastante importante para a eficiência dos [[diagnóstico]]s e [[prognóstico]]s clínicos.
 
Resumidamente,De maneira bastante resumida pode-se dizer que a obtenção de um talpreparado preparaçãohistológico envolve processos [[física|físicos]] e [[química|químicos]] de corte, fixação, desidratação, diafazinaçãodiafanização (ou clareamento) e coloração, os quais envolvem diversos instrumentos e [[composto químico|compostos químicos]]<ref name="livrohistojunqueira" /><ref name="siteinfopedia" />.
=== Artefatos ===
 
AComo a observação de tecidosespécimes ao [[microscópio]] óptico é feita por transparência. Éé necessário que o tecido sejae submetidoórgãos aforneçam cortes finíssimos, através da sua inclusão num bloco de [[parafina]], para ser cortado num ''[[micrótomo]]''. Depois de cortado, retirada a parafina e colocado numa [[Lâmina (microscopia)|lâmina]], o corte é fixado (para não se deteriorar) e [[corante|corado]]. É comum a utilização de [[corante]]s que destacam determinadas partes das células (como o [[azul de metileno]] e o [[iodo]]). Essas lâminas então podem ser finalmente observadas ao microscópio óptico. Esses métodos histológicos são geralmente utilizados para a observação de [[tecidos animais]].
O [[Artefato (ciências experimentais)|artefato]] ocorre comumente em algumas preparações.
É uma estrutura, por exemplo, uma bolha, ou ausência de uma estrutura, por exemplo, espaço entre camadas celulares, que acontece quando uma das etapas de preparação da lâmina histológica falha.
Pode influenciar numa análise levando a uma interpretação errada do material estudado.
 
== Tipos de tecido ==