Cacilda Becker: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Corrigi erros de ortografia.
Linha 10:
| localidaden = [[Pirassununga]], [[São Paulo (estado)|SP]]
| data_falecimento = {{morte|14|6|1969|6|4|1921}}
| localidadef = [[São Paulo (cidade)|São Paulo]], SP
| nacionalidade = {{BRAn|a}}
| altura =
| cônjuge = [[Tito Fleury]], [[Walmor Chagas]]
| papéis_notáveis =
| oscares_academia =
Linha 28:
 
== Biografia ==
 
[[File:Cacilda Becker em “Em moeda corrente do país”.tif|thumb|180px|Cacilda Becker em "Em moeda corrente do país".]]
Filha do [[imigração|imigrante]] [[Itália|italiano]] Edmondo Iaconis e de Alzira Becker, Cacilda tinha apenas nove anos quando seus pais romperam o casamento e sua mãe viu-se obrigada a criar três filhas sozinha, uma delas a também atriz [[Cleyde Yáconis]]. Por este motivo, fixaram-se na cidade de [[Santos]], onde Cacilda, ainda jovem, frequentou os círculos boêmios e mais vanguardistas, já que, por ser filha de pais pobres e separados, não podia estabelecer amizade com pessoas da alta sociedade. Mesmo assim, Cacilda conseguiu fazer os estudos de balé, sua primeira vocação artística. Antes do teatro, um diploma de professora e, em São Paulo, o emprego de escriturária numa firma de seguros<ref name="Folha"></ref>.
 
Linha 34:
 
Regressa a São Paulo em [[1943]], onde faz [[rádio-teatro]] e integra-se no ''Grupo Universitário de Teatro'' (GUT), fundado por [[Décio de Almeida Prado]]. No GUT, participa de três montagens: "Auto da Barca do Inferno", de [[Gil Vicente]]; "Irmãos das Almas", de [[Martins Pena]] e "Pequeno Serviço em Casa de Casal", de [[Mário Neme]].<ref name="Folha"></ref>. Volta ao Rio para trabalhar com "Os Comediantes", grupo responsável por uma verdadeira revolução no panorama teatral brasileiro; com eles e dirigida por [[Zbigniew Ziembinski]] (que a conhecia desde 1943), participa da remontagem da peça escrita por [[Nelson Rodrigues]] "O Vestido de Noiva", em [[1946]], no papel de Lúcia, ao lado de [[Olga Navarro]] e [[Maria Della Costa]]<ref name="Folha"></ref>.
[[File:Cacilda Becker em “Em moeda corrente do país”.tif|thumb|180px|esquerda|Cacilda Becker em "Em moeda corrente do país".]]
 
Novamente em São Paulo, já em 1948, no teatro paulista, a então atriz amadora se profissionalizou. Cacilda leciona interpretação na [[Escola de Arte Dramática de São Paulo]] e entra para o [[Teatro Brasileiro de Comédia]] como a primeira atriz contratada em caráter profissional<ref name="Folha"></ref>. Isto foi possível pois [[Nydia Lícia]] recusou um papel na peça "Mulher do Próximo", de [[Abílio Pereira de Almeida]], produzida pelo TBC, para não ter que beijar nem dizer "amante" em cena, pois isto podia lhe custar o emprego numa importante loja. Cacilda, que a substituiu, exigiu ser contratada como profissional, acabando com o velho preconceito de que artista sério deveria ser diletante. Participante do ''TBC'', Cacilda viu o [[industrial]] [[Franco Zampari]] contratar Ziembinski para ser ator e diretor da companhia teatral. Zampari imprimiu novo ritmo à companhia, realizando de quatro a cinco montagens por ano e contratando diretores estrangeiros que contribuíram decisivamente para a elevação do nível técnico e artístico do teatro paulista<ref name="Folha"></ref>. Atuando em quase todas montagens dessa época, Cacilda Becker esteve em "Nick Bar", de [[William Saroyan]], em "Antígona", textos de [[Sófocles]] e de [[Jean Anouilh]], em "Dama das Camélias", de [[Alexandre Dumas]], e em "Gata em Teto de Zinco Quente", de [[Tennessee Williams]]<ref name="Folha"></ref>.
 
O Teatro Brasileiro de Comédia entrou em declínio a partir de [[1955]], quando os diretores italianos regressaram à Europa, enquanto os atores mais famosos fundavam suas próprias companhias teatrais. A partir disto, Cacilda e [[Walmor Chagas]] alugaram o teatro da [[Federação Paulista de Futebol]] e inauguraram o Teatro Cacilda Becker naquele espaço; e junto com Ziembinski e sua irmã Cleyde Yáconis - que também iniciara carreira no TBC e firmava-se como atriz - estrearam com "O Santo e a Porca", de [[Ariano Suassuna]]<ref name="Folha"></ref>. Ali, também encenaria o texto de [[Edward Albee]], "Quem tem medo de Virginia Woolf?", considerada uma das melhores interpretações da carreira de Cacilda Backer<ref name="Folha"></ref>.
 
Em 1968, Cacilda suspende as atividades da sua companhia teatral para presidir a Comissão Estadual de Teatro, em São Paulo; cargo no qual buscou ser a mediadora entre classe teatral e o Governo, o que lhe valeu muitos conflitos com a ditadura militar então vigente no país.<ref>{{citar web|URL=https://www1.folha.uol.com.br/banco-de-dados/2019/06/1969-silencio-desceu-sobre-cacilda-que-foi-comparada-a-chaplin-e-desafiou-ditadura.shtml|título=1969: Silêncio desceu sobre Cacilda, que foi comparada a Chaplin e desafiou ditadura|autor=|data=|publicado=|acessodata=22 de maio de 2020}}</ref> Um ano depois, em 1969, retorna ao teatro, ao aceitar o desafio de representar, sob a direção de [[Flavio Rangel]], o vagabundo Estragon de [[Esperando Godot]]. Sua presença no palco, ao lado de Walmor Chagas e de seu filho Luís Carlos Martins, que estreava no teatro, era citada como um dos acontecimentos importantes da temporada teatral daquele ano<ref name="Folha">{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=15 de junho de 1969|titulo=O silêncio desce sobre Cacilda|url=http://almanaque.folha.uol.com.br/ilustrada_15jun1969.htm|jornal=[[Folha de S.Paulo]]|acessodata=16 de junho de 2019}}</ref>. Foi Cacilda quem inaugurou o [[Teatro Municipal de São Carlos]] com a peça "Esperando Godot", no começo de 1969.
 
Cacilda provocava paixões avassaladoras e teve três maridos, sendo o último Walmor Chagas, com quem adotou sua única filha, [[Clara Becker|Maria Clara Becker Chagas]], nascida em 1964. Durante a apresentação do espetáculo "Esperando Godot", que encenava com o Walmor, na capital paulista, em 6 de maio de 1969, Cacilda sofreu um [[Acidente vascular cerebral|derrame cerebral]] e, não retornando para o segundo ato, foi levada para o hospital, ainda com as roupas de sua personagem<ref name="Folha"></ref>.
 
Em 30 anos de carreira, Cacilda encenou 68 peças, no Rio de Janeiro e em São Paulo; fez três filmes ([[Luz dos SeusMeus Olhos]] em 1947, [[Caiçara (filme)|Caiçara]], em 1950 e [[Floradas na Serra (filme)|Floradas na Serra]], em 1954); e uma telenovela ([[Ciúmes (telenovela)|Ciúmes]], em 1966), na [[Rede Tupi|TV Tupi]]; além de outras participações em teleteatros na televisão.
 
Foi casada em primeira núpcias com o [[jornalista]] [[Tito Fleury]]. Quando faleceu, estava separada de seu último marido, o ator Walmor Chagas. Deixou a mãe Alzira Yaconis Becker (seu pai Edmundo Radamés Becker já era falecido), o filho Luís Carlos, do primeiro matrimônio, e as irmãs Dirce e Cleide Yáconis, esta também conhecida atriz de teatro. Deixou, ainda, uma filha adotiva, Maria Clara.<ref name="Folha"></ref>
 
==PersonagensHomenagens==
Cacilda Becker já foi retratada como personagem no cinema e na televisão, interpretado por [[Camila Morgado]] na minissérie "''[[Um Só Coração]]''" (2004) e [[Ada Chaseliov]] no filme "''[[Brasília 18%]]''" (2006).
 
Cacilda Becker também foi homenageada na peça ''Cacilda!'', escrita por [[José Celso Martinez Corrêa]]. Cacilda Becker foi interpretada por [[Bete Coelho]], posteriormente por [[Leona Cavalli]]. E, em 2009, volta a ser homenageada pela Associação Teatro Oficina Uzyna Uzona na peça ''Cacilda!!'', interpretada por Anna Guilhermina.
 
Cacilda Becker dá o nome a dois teatros: [[Teatro Cacilda Becker|um localizado no bairro da Vila Romana, na cidade de São Paulo]]; e outro localizado no bairro do Catete, na cidade do Rio de Janeiro.<ref>{{citar web|URL=https://www.funarte.gov.br/espaco-cultural/teatro-cacilda-becker/|título=Teatro Cacilda Becker|autor=|data=|publicado=|acessodata=22 de maio de 2020}}</ref> Cacilda Becker também dá o nome a duas praças: uma localizada no bairro da Urca, na cidade do Rio de Janeiro;<ref>{{citar web|URL=https://bafafa.com.br/turismo/bairros/praca-cacilda-becker-mais-conhecida-como-quadrado-da-urca-e-pura-historia|título=PRAÇA CACILDA BECKER, MAIS CONHECIDA COMO QUADRADO DA URCA, É PURA HISTÓRIA|autor=|data=6 de maio de 2020|publicado=|acessodata=22 de maio de 2020}}</ref> e outra localizada no bairro de Centreville, na cidade de Santo André.<ref>{{citar web|URL=https://ceps.io/SP/Santo-Andre/Centreville/Praca-Cacilda-Becker/09120005/|título=ceps.io|autor=|data=|publicado=|acessodata=22 de maio de 2020}}</ref>
{{clear}}
 
== Trabalhos no teatro==
[[Ficheiro:Cacilda Becker - busto.JPG|thumb|direitaesquerda|300px180px||Busto de Cacilda Becker, em escultura de Vasco Prado.]]
* Esperando Godot, de Samuel Beckett (1969) - Estragon
* Isso Devia Ser Proibido, de Walmor Chagas e Bráulio Pedroso (1967) - Ela
* Quem Tem Medo de Virgínia Woolf, de Edward Albee (1965) - Marta. Prêmio Moliére de Melhor Atriz.
* A Noite do Iguana, de Tennessee Williams (1964) - Anna Jelkes
* A Visita da Velha Senhora, de Friedrich Durrenmatt (1962) - Karla Zachanassian
* ...Em Moeda Corrente no País, de Abílio Pereira de Almeida (1960) - Florípedes
* Longa Jornada Noite A DentroAdentro, de Eugene O'Neill (1958) - Mary Tyrone
* Gata em Teto de Zinco Quente, de Tennessee Williams (1956) - Maggie Pollit, a Gata
* Maria Stuart, de Friedrich Schiller (1955) - Maria Stuart
* AntígoneAntígona, de Sófocles e Jean Anouilh (1952) - AntígoneAntígona
* A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas Filho (1951) - Margarida Gauthier
* Seis Personagens aà Procura de Um Autor, de Luigi Pirandello (1951) - A Enteada
* Pega-Fogo, de Jules Renard (1950) - Pega Fogo
* O Anjo de Pedra, de Tennessee Williams (1950) - Alma Winemiller
* Os Filhos de Eduardo, de Marc Gilbert Sauvajon (1950) - Denise
* Entre Quatro Paredes, de Jean Paul Sartre (1950) - Inês
* Arsênico e Alfazema, de Joseph Kesselring (1949) - Abby
* {{Citation | title = Nick Bar, Álcool, Brinquedos e Diversões | first = William | last = Saroyan | year = 1949}} — Kitty Duval <ref>{{Citation | url = http://www.saopaulominhacidade.com.br/list.asp?ID=2069 | title = São Paulo minha cidade | place = BR}}</ref>
* {{Citation | title = Não Sou Eu... | first = Edgard da Rocha | last = Miranda | year = 1947}} — Mônica Fillimore
Linha 79 ⟶ 81:
 
==Trabalhos no cinema==
[[File:Cacilda Becker, Fredi, Walmor e Ziembinski, na peça “Jornada de um longo dia para dentro da noite”, 1958.tif|thumb|180px|Cacilda Becker, Fredi, Walmor e Ziembinski, na peça “Jornada"Jornada de um longo dia para dentro da noite”noite", em 1958.]]
{| border="1" cellpadding="4" cellspacing="0" style="margin: 1em 1em 1em 0; background: #f9f9f9; border: 1px #aaa solid; border-collapse: collapse; font-size: 90%;"
|- bgcolor="#CCCCCC" align="center"