Isaac Benzecry: diferenças entre revisões

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Em [[1939]], Isaac Benzecry registra-se como firma individual na Junta Comercial do Amazonas, recebendo o nome empresarial de ''I. J. Benzecry''. Sua experiência adveio como agente e importador de [[rádios]] da marca [[Philco]], tendo sido um dos maiores vendedores de tal produto para a [[Copa do Mundo FIFA de 1938]]. Além do mais, obteve ''expertise'' como vendedor dos refrigeradores [[Crosley Shevaldor]], das [[Máquina de escrever|máquinas de datilografia]] da ''Woodstock Typewriter Co.'' e dos ''jeeps'' da [[Willys Overland]].<ref>{{citar livro |ultimo=BENCHIMOL |primeiro=Samuel |data=1994 |titulo=Judeus no ciclo da borracha |url= |local=Manaus |editora= |pagina=74 |isbn=}}</ref>
 
Na virada para a [[Década de 1940|década de 40]], a firma ''I. J. Benzecry'' já se sobressaia como vendedora de cumaru cristalizado, timbó, [[cacau]], balata, [[borracha]], castanha-do-brasil, peles e couros, etc. Nessa mesma época, como entusiasta da [[mecanização]], funda a ''Empresa Industrial Ltda. – Empil'', em [[18 de março]] de [[1940]], para destilação de óleo essencial de [[pau-rosa]], e o ''Curtume Canadense Ltda.'', em [[15 de março]] de [[1941]]. Essa última empresa, já chamada de ''Curtume Crocodilo'' e ''Curtume Mago'', conteve como o apoio técnico inicial de Juan CarlosBartolomé Arduino, químico [[uruguaio]], naturalizado [[argentino]]e, e posteriormente, focando na eficiência, buscou-se o suporte do engenheiro químico Marcelo Grosz, industrial [[romeno]], naturalizado argentino, o qual havia descoberto um processo de curtir o couro de [[jacaré]], pelo qual o seu aproveitamento iria a 100%, em vez da terça parte, como até então ocorria. Bastante lucrativo, o negócio precisou se reinventar a partir da vigência da Lei nº 5.197/1967, a qual proibiu a caça de jacarés, focando, então, sob a supervisão do químico industrial Elias Benzecry, na curtição de couro bovino, atividade que perdurou até a [[Década de 1990|década de 90]].<ref>{{citar livro |ultimo=BENCHIMOL |primeiro=Samuel |data=1994 |titulo=Judeus no ciclo da borracha |url= |local=Manaus |editora= |pagina=76 |isbn=}}</ref>
 
Retornando à [[Década de 1940|década de 40]], Isaac Benzecry associou-se ao também comerciante paraense Abraham Pazuello, o que permitiu a expansão dos negócios relacionados à castanha-do-brasil, a ponto de, em [[9 de novembro]] de [[1944]], criar a [[CIEX]]. A partir de então, a empresa entrou firme no negócios de exportação, tornando-se uma das principais empresas do Amazonas. Nesse período, ao lado de [[Isaac Benayon Sabbá]], inicia-se um novo ciclo da história econômica regional, a qual baseava-se, principalmente, no extrativismo vegetal e na exportação. Esse empreendedorismo, acompanhado pela preocupação com métodos industriais de beneficiamento da castanha-do-brasil, criaram a base para a industrialização amazonense, a qual se deu antes da criação da [[Zona Franca de Manaus]], e que também conteve com a participação de empresários como o [[cearense]] [[Cosme Ferreira|Cosme Alves Ferreira Filho]] e o [[paraense]] Adalberto Ferreira do Vale.<ref>{{citar livro |ultimo=BENCHIMOL |primeiro=Samuel |data=2010 |titulo=Amazônia: um pouco-antes e além-depois |url= |local=Manaus |editora=Ed. da Universidade Federal do Amazonas |pagina=54 |isbn=}}</ref>
 
Isaac Benzecry construiu duas fábricas para beneficiamento de castanha-do-brasil, lutando pioneiramente para que esse processo fosse feito mecanicamente, o que levou à importação de maquinário dos [[Estados Unidos]] e da [[Suíça]]. Entre [[1942]] e [[1945]], as exportações nacionais de tal produto ficaram praticamente interrompidas por causa da [[Segunda Guerra Mundial|2ª guerra mundial]], razão pela qual foi acionada a ''Brazil Nut Association'', também conhecida como ''Brazil Nut Advertising Fund'', entidade privada criada em [[1934]] para promover junto ao mercado consumidor [[Povo dos Estados Unidos|americano]] a castanha-do-brasil. Mantida por empresários do setor, notadamente da Amazônia brasileira, a campanha publicitária empreendida foi fundamental para criar na sociedade americana uma aceitação acerca do produto, o que vem se mantendo até a atualidade.

Posteriormente, em [[10 de janeiro]] de [[1970]], funda a ''Empresa Industrial de Juta S/A – Jutal'', dedicando-se à fiação e tecelagem de [[juta]] e [[malva]], herdeira da ''Empresa Industrial de Fibras e Óleos S/A – Eifol'', também fundada por Isaac Benzecry. O interesse pelo negócio levou, inclusive, à aquisição do controle acionário da ''Companhia de Fiação e Tecelagem de Juta de [[Santarém (Pará)|Santarém]] – Tecejuta'', em [[1976]], bem como à instalação de gráficas preferíveis, para a prensagem de juta e malva, nas cidades de [[Coari]] e [[Itacoatiara]].<ref>{{citar livro |ultimo=ANDRADE |primeiro=Moacir |data=1995 |titulo=Antologia Biográfica de Personagens Ilustres do Amazonas |url= |local=Manaus |editora=Imprensa Oficial do Amazonas |pagina=77|isbn=}}</ref>
 
Não menos importante, o empresário também dedicou-se à industrialização de [[cerâmica]] e [[madeira]], fundando a ''Empresa Industrial e Comercial Cerma Ltda.'', além de ter aberto três lojas importadoras durante a [[Zona Franca de Manaus]], ter fundado empresas na Bolívia e Venezuela, e ter participado do mercado da construção civil no [[Rio de Janeiro]], com o ''Edifício Crymol'', e em Manaus com o ''Condomínio Kannedy''. O seu complexo industrial era formado pelas Usinas ''Americana'', ''Canadense'', ''Londrina'' e ''Steve Negron'', além de instalações nos bairros manauaras da [[Cachoeirinha (Manaus)|Cachoeirinha]] e de [[São Raimundo (Manaus)| São Raimundo]].<ref>{{citar livro |ultimo=ANDRADE |primeiro=Moacir |data=1995 |titulo=Antologia Biográfica de Personagens Ilustres do Amazonas |url= |local=Manaus |editora=Imprensa Oficial do Amazonas |pagina=77 |isbn=}}</ref>
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De seus trabalho, seus descendentes instituíram o ''Grupo CIEX'', o qual consolidou-se no mercado local e internacional, atuando em diferentes segmentos através de suas empresas ''CIEX Indústria'', voltada para o mercado de produtos amazônicos, ''Jutal'', produtora de materiais derivados da juta e malva, e a ''CiexLaghi'', empresa voltada para o ramo de construção civil. Esse conglomerado também vem ganhando espaço no mercado de venda de castanha com casca, exportando seus produtos para os cinco continentes além de também comercializá-los em sete unidades da federação: Amazonas, [[São Paulo (Estado)|São Paulo]], [[Rio de Janeiro (Estado)|Rio de Janeiro]], [[Paraná]], [[Rio Grande do Sul]] e [[Distrito Federal]].
 
Para além da seara econômica, sua atuação também notabilizou-se na área comunitária, tendo atuado como membro do Conselho Deliberativo da ''Sociedade Amazonense de Assistência aos Lázaros e Defesa contra a Lepra'' (1939) e diretor da ''Associação Comercial do Amazonas'' (1945) e do ''Atlético Rio Negro Clube'' (1948). Fez história, contudo, como o primeiro presidente brasileiro do ''Bosque Clube'' (1955), herdeiro do ''[[Manaos Athletic Club|Manáos Athletic Club]]'', fundado pela colônia inglesa do Amazonas em [[1908]]. Também destacou-se como membro do Comitê Israelita do Amazonas e por ter sido um dos incentivadores da ''Corrida Ciclística Aguinaldo Archer Pinto'', haja vista ter sido proprietário do ''Velódromo [[Álvaro Maia]]'', construído em [[1944]] no bairro manauara da Cachoeirinha.
 
No campo da [[filantropia]], a despeito de ter ajudado diversas causas e instituições, notabilizou-se por ter criado uma escola primária em uma de suas usinas e por ter doado terreno para as irmãs do Preciosíssimo Sangue, cuja superiora, a americana Mary Jullita Elsen, ali fundou um colégio em [[1953]], existente até hoje no bairro de [[São Geraldo (Manaus)|São Geraldo]].
 
==Honras==